quarta-feira, 4 de maio de 2011

A Partícula de Vénus (Douglas Preston)

Durante um passeio a cavalo, Tom Broadbent depara-se com Stem Weathers. O homem acaba de ser alvejado, mas, antes de morrer, tem ainda a oportunidade de pedir a Tom que entregue à sua filha um estranho caderno de apontamentos. Mas a promessa de Tom será o início de muitos problemas, já que o caderno contém o segredo de um tesouro invulgar e, por isso, é um bem desejado tanto pelo assassino de Weathers como por figuras de maior influência...
É interessante a forma como o autor muda, através de sucessivas revelações, o que parece ser o foco central da história. A primeira parte surge como o que parece ser um ataque pessoal, motivado por ambição, já que o "tesouro" de Weathers não foi ainda revelado. A partir do ponto em que isto acontece, a perseguição torna-se apenas uma parte (ainda que importante) num enredo que ganha complexidade através das investigações de Melodie Crookshank. E quando estas se revelam como base para uma descoberta de importância fulcral, então a situação torna-se não só mais perigosa, mas também mais abrangente, através da inclusão de forças governamentais.
De ritmo viciante e acção constante, o autor centra-se mais nos acontecimentos que propriamente nas personagens. Assim, Wyman Ford é o único de entre os intervenientes de quem é dado conhecer algo do passado e das razões que o movem - até porque a ideia de monge ex-agente da CIA exige, por si só, alguma contextualização. Seria, pois, interessante saber um pouco mais sobre cada personagem.
É, também, importante mencionar toda a teoria construída em volta do dinossauro e das tais partículas de Vénus, já que as possibilidades que levanta (e apesar de algumas perguntas deixadas sem resposta) são parte fundamental da revelação que dá força ao final do livro, bem como as relações entre este livro e outras obras do autor, já que, apesar de se tratar de uma história independente, existem algumas personagens em comum.
Fica, nalguns momentos, a sensação de querer saber um pouco mais, principalmente relativamente a personagens como Iain Corvus (cuja força misteriosa parece desvanecer-se demasiado cedo) e a certas circunstâncias na investigação de Melodie. Trata-se, ainda assim, de uma leitura cativante, e que, com o seu ritmo intenso e as suas progressivas revelações, levanta mesmo algumas questões intrigantes. Gostei.

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