quinta-feira, 26 de junho de 2014

A Amante (James Patterson e David Ellis)

Benjamin Casper é um indivíduo de obsessões. Sem grandes amigos, toda a sua dedicação vai para o pequeno jornal online que a fortuna que herdou lhe permite manter. É, também, um homem fixado em Diana Hotchkiss, que julga ser uma amiga que talvez possa vir a ser algo mais. Mas Diana tem grandes e perigosos segredos. E o seu aparente suicídio, pouco tempo depois de Ben ter estado no seu apartamento, levanta suspeitas. Ben está disposto a descobrir a verdade, mesmo que a sua investigação o deixe numa situação delicada. Mas forças poderosas querem encobrir a verdade e continuar a fazer perguntas poderá ser a garantia de uma morte prematura.
De ritmo intenso e com um enredo em que a acção é uma constante, este é um livro que parece reunir todos os traços habituais nos livros de James Patterson. Escrito em capítulos curtos, num estilo directo e com os elementos que caracterizam as personagens a serem desvendados à medida que são necessários, centra-se essencialmente na acção e descreve-a pela voz do protagonista. E acção não falta, numa história que é, acima de tudo, uma corrida contra o tempo.
A estas habituais características que, por si só, fazem deste livro uma leitura compulsiva, em que cada novo acontecimento aumenta a vontade de saber mais, juntam-se alguns aspectos particularmente intrigantes. Em primeiro lugar, ao envolver elementos de espionagem e de intriga internacional, a situação torna-se bastante mais complexa - e as possibilidades de sobrevivência de Ben ainda mais escassas. Isto contribui em muito para tornar a situação mais intensa, já que insinua possíveis inimigos em todos os quadrantes, ao mesmo tempo que abre caminho para umas quantas revelações inesperadas.
Outro aspecto interessante está na caracterização do próprio Ben. Caracterização que, como já vem sendo habitual, é feita de forma muito gradual e ao ritmo da evolução do enredo, mas que, neste livro em particular, revela pontos fortes desde muito cedo. Há um mistério no passado do protagonista, algo que, de certa forma, molda todos os seus comportamentos. Além disso, a tendência de Ben para divagar nos momentos mais improváveis  e os assuntos sobre os quais divaga dão à sua forma de narrar as coisas um tom muito próprio, o que torna a leitura ainda um pouco mais cativante.
Tudo somado, este é, portanto, um livro que corresponde às expectativas de quem vem acompanhando as (várias) séries de James Patterson. Intenso, viciante, com uma boa história e um protagonista cativante. Muito bom, em suma.

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