sábado, 16 de novembro de 2019

Saga - Volume Três (Brian K. Vaughan e Fiona Staples)

Perseguidos por todos e sem saber muito bem o que fazer a seguir, Alana e Marko decidem viajar para Quietus, em busca do autor do livro que mudou dramaticamente as suas vidas. E, se a viagem parece tranquila, com os seus mais recentes adversários a terem de lidar com os seus próprios problemas, a verdade é que essa pausa está condenada a ser efémera. Pois, num mundo dividido em duas facções, não escolher um lado é impossível. E querer uni-los, então... inaceitável. Quietus marcará uma nova viragem nos percursos destas personagens... um caminho que está muito longe do fim.
É absurdamente brilhante a facilidade com que se regressa ao mundo e às histórias desta série. Basta a capa, basta um folhear às páginas, e tudo volta imediatamente à cabeça. Tão fascinante é este mundo, tão memoráveis são as personagens, que basta um novo contacto e é como se o tempo não tivesse passado. Estamos lá novamente, a acompanhar Marko e Alana, bem como seus aliados e inimigos, numa busca constante cujas consequências não podem senão ser imprevisíveis.
Esta é, aliás, outra boa palavra para descrever estes livros, pois nunca sabe o que vai acontecer a seguir. Esta dúvida constante, mistura de tensão e de mistério, faz com que seja impossível parar de ler. E o investimento emocional que resulta da força - e da vulnerabilidade - das personagens faz com que a viagem facilmente se torne pessoal. Sentir com eles, torcer por eles, torna-se natural. E o mais curioso é que isto está longe de se aplicar apenas a Marko e Alana...
Não é propriamente algo de novo, pois é uma característica bem presente desde o primeiríssimo volume, mas importa sempre salientar o deslumbrante fascínio da componente visual. Sendo uma história que envolve múltiplos planetas - e múltiplas e peculiares espécies -, escusado será dizer que a forma como estas diferentes figuras são retratadas é algo de essencial ao poderoso impacto desta leitura. Mas há muito mais além disso: há as expressões faciais das personagens, tão expressivas como qualquer dos diálogos, e mesmo nas figuras de aspecto menos humano; há os cenários maravilhosos, que vão da estranha beleza onírica do foguetão de madeira à bruma de Quietus, passando por muitas outras localizações fascinantes. E há... bem, como que uma espécie de choque resultante da percepção visual de que esta é uma história onde ninguém está realmente seguro. Saber que tudo pode acontecer às personagens de que gostamos é uma coisa. Ver... é ainda mais impressionante.
Eis, então, que ao terceiro livro se confirma, com a máxima força, a já brilhante impressão inicial: a de que esta é uma série tão bela pelos cenários e pelas peculiaridades das espécies como pelo fabuloso equilíbrio entre os mistérios, os grandes momentos de acção, os deliciosos laivos de humor e, principalmente, a emoção que transborda de cada instante. É lindo, é brilhante, é maravilhoso. E preciso do próximo. Já.

Autores: Brian K. Vaughan e Fiona Staples
Origem: Recebido para crítica

1 comentário:

  1. Sou louco por ler Saga. Parece ser uma mistura deliciosa entre literatura e cinema para compor a estética dos quadrinhos. Por falar em cinema, penso que seria interessante se fizessem uma adaptação digna do quadrinho.O diretor poderia ser o mesmo de O Quinto Elemento (o Luc Besson).
    Abraços do Brasil,
    Raffa <3

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