sábado, 10 de julho de 2021

Gideon Falls, Vol. 5: Mundos Malvados (Jeff Lemire, Andrea Sorrentino e Dave Stewart)

Devia ter sido o fim. A destruição do Celeiro Negro devia ter finalmente posto termo à maldade intangível que persistia em alastrar-se. Mas não foi isso que aconteceu. Agora, os cinco viajantes dispersaram-se por múltiplos universos, múltiplas Gideon Falls, cada uma mais perturbadora que a anterior. E não estão sozinhos. A presença do Celeiro não foi destruída - foi libertada. E o que parecia ser o fim foi na verdade o início do fim. Agora, não sabem o que fazer além de tentar sobreviver e procurar-se uns aos outros. E sabem que têm de fazer alguma coisa. Não importa o quê. Antes que seja tarde.
Provavelmente o mais estranho de todos os volumes desta série até agora, é também o que deixa mais perguntas em resposta, até porque parece ser todo ele uma grande preparação para o derradeiro final. Dividida entre múltiplos cenários e os passos dos diferentes protagonistas, esta fase da história é essencialmente uma corrida contra o tempo, sem grandes explicações nem resoluções, até porque essas virão depois, mas como que a montar o palco para a derradeira explosão.
É o livro onde a história parece menos coesa, até porque faz sentido que assim seja, já que parece ser uma espécie de caos antes da ordem (ou da implosão final). Mas é também o livro que, visualmente, mais parece expandir este universo, pois não só oscila entre múltiplos cenários como há uma convergência a acontecer, que é refletida de forma particularmente brilhante nos contrastes e na transição entre imagens.
Tudo parece ter mudado desde o ponto em que tudo começou. O halo de sombra e a óbvia presença sinistra continuam bem presentes, mas o horror primitivo parece ter dado lugar a algo mais complexo e difícil de decifrar. Tendo isto em conta, o que não falta ao fim deste quinto volume são perguntas sem resposta, mas fica também uma grande curiosidade em saber de que forma tudo acabará por encaixar no fim. Até porque, chegados a este ponto, tudo é possível, desde uma colisão de mundos ao não muito expectável triunfo do bem sobre o mal, passando por todos os cenários intermédios. É impossível prever como tudo isto acabará.
Pode não ser o volume mais marcante desta série, mas não deixa de gerar grandes expetativas nos caminhos que prepara para o que se poderá seguir. E, com a intensidade das cores e dos contrastes, com as personagens já tão conhecidas e com o grande enigma por resolver, não deixa de proporcionar uma boa leitura e de cativar... como o que veio... e o que ainda está para vir.

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