Hercule Poirot está aborrecido. E, por isso, quando recebe uma carta a pedir a sua ajuda para resolver uma questão de vida ou morte, a reação é imediata. Na companhia do seu fiel amigo, o capitão Hastings, parte ao encontro do seu potencial cliente. Chega, porém, demasiado tarde. O homem foi assassinado, e resta-lhe agora apenas descobrir o responsável. O problema é que não faltam suspeitos...
Parte do que torna esta leitura tão cativante, à semelhança dos outros volumes da coleção, é que, sendo embora uma adaptação, se lê perfeitamente sem qualquer conhecimento prévio do romance original. A história é um todo completo, e não lhe falta nada de essencial, ainda que possa certamente ser também um belo reencontro para quem já tiver lido o livro que lhe serviu de base.
Se, ao que tudo indica, a história parece seguir fielmente as linhas do original, há, ainda assim, algo de novo na transposição para o visual. A construção das personagens, com especial destaque para a singularidade de Giraud e para a aura de mistério que envolve as mulheres da história, ganha neste formato uma intensidade especial, fortalecida também pela expressividade das personagens e pelo contraste desta com os cenários aparentemente tranquilos.
Finalmente, importa destacar o enredo propriamente dito, que, para quem não conhecer a história, será uma bela sucessão de surpresas, em que a verdade absoluta só surge quando tudo parece já estar resolvido. Ou não fosse este um dos casos de Poirot.
Intrigante na história, fascinante nas personagens e visualmente notável, trata-se, pois, de um mistério memorável em todas as suas facetas. E de uma descoberta - ou reencontro - a não perder.
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