terça-feira, 30 de junho de 2009

Contos Cruzados (Fernando-António Almeida)

Inicialmente, é provável que a capa deste livro possa parecer uma escolha duvidosa para ilustrar o seu conteúdo, uma vez que a época onde decorrem as histórias da primeira parte destes Contos Cruzados está bem distante do tempo dos cavaleiros e bastante mais próxima do nosso próprio tempo. Ainda assim, ao alcançar a segunda parte deste livro, a imagem da capa não deixa de nos vir à memória, como uma escolha plenamente adequada a esse novo registo.
A essência deste livro centra-se fundamentalmente na narração de fragmentos da vida real, pequenas histórias que, em poucas páginas, relatam os mais simples acontecimentos. E se na primeira parte os contos parecem deixar algo a desejar, como se algum desenvolvimento faltasse ao seu conteúdo, a segunda parte, através do recuo no tempo e da tomada de um registo quase lendário, adquire uma maior profundidade, bem como uma nova capacidade de cativar o leitor.
São, sem dúvida, um conjunto interessante, estes Contos Cruzados e, através da escrita simples mas envolvente do seu autor, existem diversos contos que chegam a ser memoráveis. É impossível, ainda assim, evitar a sensação de que, ao virar das últimas páginas, algo mais podia ser acrescentado ao conteúdo total do livro.

O Sono da Morte (Dick Haskins)

Simultaneamente autor e personagem, Dick Haskins apresenta-nos neste livro um mistério invulgar. Quando Eric Morgan é assassinado, todas as provas apontam para a sua sobrinha Hilda. Haskins, contudo, com a sua mente observadora e a sua brilhante intuição, julga que talvez o rumo da investigação da Scotland Yard não seja o mais correcto.
Na mais impecável tradição da literatura policial, este livro transporta o leitor para dentro do enredo, apresentando-o aos suspeitos e levando-o por caminhos nem sempre fáceis de compreender, para depois o surpreender com uma totalmente inesperada revelação final.
O Sono da Morte é, em linhas gerais, um livro bem construído, apesar da sua brevidade, com uma trama bem desenvolvida e uma escrita precisa e envolvene. Um autor a não perder para os fãs da literatura policial.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Histórias Cor-de-Rosa (Ramalho Ortigão)

Para quem aprecia os momentos mais descritivos da obra de Eça de Queirós, este livro do seu contemporâneo poderá ser uma leitura interessante. Devo já dizer, contudo, que este conjunto de contos foi para mim uma leitura cansativa e nada cativante.
A escrita de Ramalho Ortigão é cuidadíssima e incontestavelmente fiel ao espírito da época. Os excessos descritivos, contudo, levados ao ponto de referir as mais ínfimas características dos mais pequenos objectos, bem como a extenuante divagação pelos aspectos de paisagens e lugares, tornam cada página uma leitura densa, em que os pequenos momentos narrativos parecem desaparecer sob a imensidade da massa descritiva.
Não está, de forma alguma, em causa a qualidade da obra, toda ela escrita de forma magistral. Ainda assim, hesitaria em recomendar este livro a quem não aprecie uma leitura mais pesada e exigente em termos de paciência e reflexão.

Apresentação do livro "Nuno Álvares Pereira", de Jaime Nogueira Pinto (Esfera dos Livros)




Daisy Miller (Henry James)

Este pequeno relato, um entre os múltiplos trabalhos de Henry James que alcançaram a fama, conta a história de uma jovem moderna, inocente e provocatória, desenquadrada do seu próprio tempo, numa sociedade dura, arrogante e amordaçada pelo preconceito e pelas normas do protocolo. E, através da magnífica escrita a que o autor sempre habituou os seus leitores, é inevitável entrar nos meandros dessa sociedade de época, vendo, através do olhar simultaneamente crítico e apaixonado de Frederick Winterbourne, a frieza e o abandono com que, devido à sua invulgaridade, Daisy Miller é recebida pela sociedade.
É, afinal, uma história muito simples a desta pequena narrativa, centrada na oposição das gentes à perturbadora declaração de liberdade de uma jovem demasiado liberal para o seu tempo. Uma boa leitura, sem dúvida, e um livro capaz de nos fazer pensar.

domingo, 28 de junho de 2009

La Herbolera (Toti Martínez de Lezea)

Catalina de Goiena é uma jovem curandeira, que, para além de um talento invulgar para o conhecimento das plantas, possui o dom de desvendar, sem mais que uma visão das pessoas, a doença de que padecem e a sua possibilidade ou não de cura. E, num tempo em que a Inquisição caminha por terras bascas, em busca de hereges e de bruxas, o seu dom pode revelar-se, afinal, a sua ruína.
Através da sua escrita magistral e de um evidente conhecimento da história e da mitologia do país basco, Toti Martínez de Lezea conduz o leitor através de um enredo misterioso e cativante, com descrições precisas e uma série de personagens bem desenvolvidas e, na sua complexidade, capazes de conquistar a compaixão, a simpatia ou o desprezo do leitor.
É, sem dúvida, um livro excelente para os apreciadores do romance histórico, uma leitura envolvente, além de uma forma fascinante de compreender as crenças e tradições do país basco do século XV.
Pena que esta autora não esteja traduzida em Portugal. Para os que entendem castelhano, ainda assim, este é um livro a não perder.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Um Obscuro Objecto de Desejo (Pierre Louÿs)

Este pequeno livro (110 páginas) conta-nos, fundamentalmente, a história de Mateo, o homem que, ardentemente apaixonado por Concha Perez, sedutora e femme fatale, é sucessivamente, humilhado, explorado e manipulado pelo objecto do seu desejo.
Com uma escrita bastante fluida, onde a componente erótica é quase omnipresente, mas de uma forma velada e magnificamente descrita, o autor conduz-nos através das emoções de Mateo que, enquanto conta a sua história a um visitante, revive tudo aquilo que fez pela mulher que conheceu ainda jovem.
Não há muito mais a dizer sobre este livro. É uma boa leitura para quem aprecia o género romântico e erótico. A escrita é de inegável qualidade e a forma como a história se desenvolve, cheia de surpresas e momentos inesperados, têm o potencial para cativar o leitor desde o início da leitura. E não há dúvidas de que o autor domina a capacidade de arrastar o seu leitor para dentro da sua obra.

Os Olhos do Dragão (Stephen King)

Pode ser um pouco difícil de imaginar, mas este livro do mestre do terror é... uma mistura entre o conto de fadas e a fantasia medieval. Neste livro, encontramos a história de Peter, herdeiro do rei de Delain, que é injustamente condenado pelo assassínio do seu pai para servir os interesses de um conselheiro perverso.
E todo o lote de personagens de conto de fada está presente: o mágico negro, o dragão, o príncipe perfeito. Mas não é por isso que esta história deixa de ser interessante. Através da sua sempre impecável escrita, King narra-nos os acontecimentos de uma forma que é impossível de deixar antes do fim, deixando, ao longo do texto, indícios do que vai acontecer a seguir, mas sem revelar demasiado, ao mesmo tempo que, com uma escrita que não é, de todo descritiva, consegue prolongar a duracção da história recorrendo à narração de eventos menores.
Uma coisa que apreciei particularmente neste livro é a forma como o autor descreve os sentimentos e a personalidade das personagens, de forma precisa e não demasiado extensa, e sem se centrar apenas no protagonista, permitindo ao leitor identificar-se com os intervenientes nesta história.
Não será o melhor livro de Stephen King e, provavelmente, não é do mais original que já foi escrito. Ainda assim é uma boa leitura, leve, mas cativante.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Apresentação do livro "Nuno Álvares Pereira", de Jaime Nogueira Pinto (Esfera dos Livros)

A editora Esfera dos Livros convida todos os interessados para a apresentação do livro "Nuno Álvares Pereira", de Jaime Nogueira Pinto. A obra será apresentada pelo Professor Doutor Martins de Albuquerque e o evento decorrerá no dia 24 de Junho às 18h30, no Comando Geral da Guarda Nacional Republicana, Quartel do Carmo (Largo do Carmo, Lisboa).

Sinopse:
Foi graças à vontade política de Nuno Álvares Pereira, ao seu génio militar e à sua integridade que os portugueses, na grande crise do século XIV, conseguiram derrotar as forças de D. João de Castela. E foi ele quem guardou a nação independente, preparando-a para o novo tempo português de navegação e expansão além-mar. Mas o que sabemos desta grande figura da nossa História que nas últimas décadas caiu no esquecimento? Quase 600 anos após a sua morte, a canonização solene em Roma do Santo Condestável de Portugal não deixou de causar espanto e de levantar velhas questões. Pode um chefe de guerra chegar aos altares? Pode um santo ser guerreiro e um guerreiro ser santo? Nuno Álvares Pereira mostra-nos que sim. E não por um qualquer arrependimento tardio, por uma troca aparentemente súbita e em fim de vida da cota de malha pelo hábito de monge: entre as intrigas da corrupta corte fernandina e o poder e a glória da Casa de Avis, nas horas difíceis da revolução de Lisboa e nas batalhas de Aljubarrota, Atoleiros e Valverde que marcaram a Guerra da Independência, S. Nuno de Santa Maria sempre procurou ser, no espírito e na letra, o cavaleiro perfeito, indo contra muito daquilo que, na guerra e na paz, era regra no tempo.

"A Breve e Assombrosa Vida de Oscar Wao", de Junot Díaz (Porto Editora) é já um sucesso

Sinopse:Oscar Wao é enorme. E dominicano.
Gozado pelos colegas e isolado do mundo, sonha com raparigas e aventuras extraordinárias, sente vergonha por não estar à altura da reputação viril dos machos dominicanos, mas não consegue mais do que uma vida de desilusões. Para Oscar, o drama é um fado demasiado familiar.
A sua breve e assombrosa vida está marcada a ferro e fogo por uma maldição ancestral, o fukú, que, nascido em Santo Domingo, é transmitido de geração em geração, como uma semente ruim.
Alimentada pela sorte dos seus antepassados, quebrados pela tortura, pela prisão, pelo exílio e pelo amor impossível, a história de Oscar escreve-se fulgurante e catastrófica, e integra a grande História, a da ditadura de Trujillo, a da diáspora dominicana nos Estados Unidos e a das promessas incumpridas do Sonho Americano.
Em cada página, Junot Díaz cria uma obra de arte: a sua língua é uma manta de retalhos, uma
canção, é uma fenda no muro entre as civilizações, as pessoas e idades, e os seus heróis perseguem, através do humor e da poesia, o objectivo último de todo o ser humano: o amor.

Junot Díaz nasceu em Santo Domingo, na República Dominicana, mas também tem nacionalidade norteamericana. A Breve e Assombrosa Vida de Oscar Wao é o seu primeiro romance, produto de 11 anos de trabalho. Escreveu textos de ficção para publicações diversas, como The New Yorker, African Voices, Best American Short Stories (1996, 1997, 1999, 2000), Pushcart Prize XXII e The O'Henry Prize Stories 2009.
Além do Pulitzer, o autor foi ainda contemplado com os prémios Eugene McDermott Award, Lila Acheson Wallace Readers Digest Award, 2002 Pen/Malamud Award e Rome Prize from the American Academy of Arts and Letters. Recebeu também as bolsas John Simon Guggenheim
Memorial Foundation, 2003 US-Japan Creative Artist Fellowship, pelo National Endowment for the Arts e a bolsa oferecida pelo Radcliffe Institute for Advanced Study, na Universidade de Harvard.
É, actualmente, editor de ficção para o Boston Review e lecciona no Massachusetts Institute of Technology

domingo, 21 de junho de 2009

A Sabedoria dos Mortos (Rodolfo Martinez)

Três novas aventuras do mítico detective Sherlock Holmes, narradas pela voz do seu constante amigo, o Dr. Watson, são-nos reveladas por Rodolfo Martinez neste livro que, apesar do seu início um pouco lento, consegue cativar o leitor e atraí-lo para dentro dos seus mistérios. E isto deve-se a uma vertente completamente nova nas histórias do detective de fascinantes capacidades dedutivas: o sobrenatural.
O lendário Necronomicon, o professor Van Helsing e o vampiro Drácula, Jack, o estripador, Arthur Conan Doyle e o pai do conhecido H. P. Lovecraft são apenas algumas das figuras com que nos cruzamos ao longo dos três contos que constituem este livro que, seguindo na perfeição a fórmula da escrita de Conan Doyle (apesar de passar deste uma imagem bastante negativa). O mais fascinante nestas histórias, contudo, é a forma como o raciocínio devastador do detective contempla assuntos que, aparentemente, não podem ser explicados pela simples lógica. Afinal, que lógica explica a existência dos vampiros, as crenças de uma sociedade como a Aurora Dourada ou até a veracidade do Príncipe que, no primeiro conto, se diz ter abdicado do seu reino?
Um outro aspecto que me fascinou foi a revelação de alguns aspectos mais emocionais na relação entre Holmes e Watson. Para os mais acérrimos fãs do detective, esta variante poderá ser um pouco invulgar. Eu, pessoalmente, gostei de ver a fria racionalidade de Holmes ceder à tensão, ainda que por breves instantes, para depois renascer da sua própria queda.
Resumindo, uma leitura interessante, ideal para quem aprecia uma boa história de detectives, contos que envolvam elementos de sobrenatural e paranormal, e para os fãs de Sherlock Holmes.

sábado, 20 de junho de 2009

O Herdeiro de Sevenwaters (Juliet Marillier)

Fascinante, este regresso ao mundo que encantou e cativou leitores através da sua força poética, romântica e corajosa. E se este retorno a Sevenwaters apresenta algumas diferenças relativamente à trilogia original, nomeadamente no que respeita à escrita, agora menos profunda e poética, mas ainda assim muito fluida, as personagens que já conhecemos, juntamente com as que a autora agora nos apresenta e que facilmente cativam a nossa atenção, tornam este livro numa leitura imperdível para fãs.
Este livro conta-nos a história de Clodagh e de alterações profundas no mundo de Sevenwaters e dos Tuatha De. Mais uma vez, é uma mulher jovem e aparentemente vulnerável que tem de travar a batalha contra a força das trevas, mas, desta vez, ela não está sozinha e, no que tem de salvar, há demasiado que valha a pena.
Confesso que, desta vez, as personagens não me agarraram desde o início, talvez porque não me tenha sentido tão próxima dos seus sentimentos. Ainda assim, à medida que a história evolui, a perturbadora sombra que é Cathal, com os mistérios do seu passado, conseguiu puxar-me para o interior da sua história, e o regresso de Ciarán, a outra personagem com quem mais me identifico, já desde a trilogia inicial, tornaram esta leitura num verdadeiro vício.
Talvez não tenha o mesmo poder poético da trilogia, mas, ainda assim, a história deste livro é, como tudo aquilo a que Juliet Marillier trouxe aos seus leitores, de uma beleza imperdível. Recomendo sem reservas.

Novidades Esfera do Caos para Maio e Junho

Título: O Desafio Global
Subtítulo: Como enfrentar as Alterações Climáticas criando uma nova Era de Progresso e Prosperidade
Autor: Nicholas Stern
Editora: Esfera do Caos Editores
Colecção: Gulbenkian Ambiente (1)
Número de páginas: 328
Formato: 16,00 cm x 23,50 cm
PVP: 24,80 euros
Data de Publicação: Junho de 2009
Isbn: 978-989-8025-82-1
Código de Barras: 9 789898 025821
Sinopse
O Relatório Stern estabeleceu os alicerces da teoria económica sobre as alterações climáticas. Este livro explica o que deve ser feito para que a maior das ameaças seja afinal uma oportunidade.
Graças ao monumental trabalho de Sir Nicholas Stern, as alterações climáticas entraram na agenda dos mais importantes decisores económicos e políticos do planeta. O livro que agora se publica, muito aguardado desde 2006, actualiza e torna acessíveis ao leitor comum as teses e as conclusões do Relatório Stern.
É ainda possível transformar esta gigantesca ameaça ― o aquecimento global e as alterações climáticas ― numa oportunidade ímpar: corrigindo falhas de mercado, definindo novas políticas públicas, ultrapassando a crise económica e financeira em que estamos mergulhados, combatendo a pobreza e abrindo um novo caminho para o desenvolvimento e para a prosperidade.
Sobre o Autor
Nicholas Stern. Autor do Relatório Stern (Stern Review, 2006) sobre a eco­nomia das alterações climáticas. Professor da London School of Economics (I.G. Patel Chair) e Professor Convidado da Universi­dade de Oxford (Nuffield College). Presidente do Grantham Research Institute on Climate Change and the Environment. Conselheiro especial do Presidente do Banco Europeu para a Reconstrução e Desenvolvimento (1994-1999). Vice-Presidente e Economista-Chefe do Banco Mundial (2000-2003), onde substituiu Joseph Stiglitz. Juntamente com Al Gore, será provavelmente a mais influente das personalidades que actualmente se dedicam ao desafio das alterações climáticas. As suas palavras são lidas e ouvi­das atentamente por líderes políticos, empresá­rios, economistas, académicos e jorna­listas especializados em assuntos económicos e ambientais.

Título: Viagens no meu partido
Autor: Celso Guedes de Carvalho
Editora: Esfera do Caos Editores
Colecção: Polémicas (3)
Número de páginas: 136
Formato: 15,00 cm x 22,00 cm
PVP: 15,80 euros
Data de Publicação: Junho de 2009
Isbn: 978-989-8025-83-8
Código de Barras: 9 789898 025838
Sinopse Destaque
Como são feitas as listas de deputados? Para que servem as estruturas partidárias? Onde estão e o que fazem os deputados que elegemos? Quem hoje domina as máquinas partidárias está satisfeito com o statu quo e vai continuar a resistir à mudança?
As respostas a estas ― e outras ― perguntas, que o autor nos dá sem papas na língua, destinam-se a promover o debate sobre o sistema político por­tuguês e o papel que os partidos políticos e os cida­dãos nele desempenham.
Muito se tem falado na necessidade de mudança nos partidos políticos. Concentrando-se no Partido Socia­lista, o autor analisa e critica, por vezes de forma acutilante, os pontos fracos e os vícios, ao mesmo tempo que põe em relevo os pontos fortes e o trabalho realizado, sempre com a preocu­pação de identificar, por um lado, o que leva os cidadãos a afasta­rem-se da activi­dade política, mas também o potencial dos partidos na definição de um novo modelo de cidadania.
O blogue do autor ― http://sol.sapo.pt/blogs/celso ― ultrapassou as 55.000 visitas na comunidade de blogues do semanário SOL: “Celso Guedes de Carvalho abriu uma página para debater política e contrariar o mito de que os cida­dãos comuns e os militantes de base estão fora das grandes decisões nos partidos. O resultado é notável. O êxito do blogue é certamente um prenúncio de grande sucesso para o livro.” Semanário SOL
Sobre o AutorCelso Guedes de Carvalho. Licenciado em Gestão de Marketing, exerce actualmente as funções de Docente Universitário e Assessor de Relações Institucionais. Foi consultor especialista de Marketing e Comunicação, Director Comercial, Gestor de Marketing e Promotor de vários projectos. Entre outras actividades foi ainda Conselheiro do Ensino Superior. É autor de vários artigos publicados em revistas, blogues, sites e jornais. Fundou o movimento «Acreditar no Norte» e é militante do Partido Socialista desde 1994.


Título: Um Céu e Dois Caminhos
Subtítulo: José Saramago e José-Augusto França
Autor: José Prudêncio
Editora: Esfera do Caos Editores
Colecção: «Sem Colecção» (7)
Número de páginas: 272
Formato: 16,00 cm x 23,50 cm
PVP: 17,90 euros
Data de Publicação: Maio de 2009
Isbn: 978-989-8025-80-7
Código de Barras: 9 789898 025807
Sinopse
José Saramago e José-Augusto França nasceram no mesmo dia e à mesma hora, em locais próximos. Os seus Mapas Astrais são, portanto, muito semelhantes. São gémeos astrais.
Entretanto, até muito tarde não se conheceram nem conviveram um com o outro… mas os seus percursos de vida mostram similaridades espantosas.
Para desvendar este ‘mistério’ o autor utiliza a AstroFilosofia como ferramenta de análise e interpretação.
O resultado: uma narrativa biográfica destas duas «vidas paralelas», aprovada pelos biografados, que põe em relevo factos desconhecidos e surpreendentes.
O testemunho de José Saramago
“Descubro-me perante o ingente trabalho de investigação patente no seu livro. Nada tenho a tirar nem a acrescentar. A sua discrição é exemplar e justifica todos os meus agradecimentos. Boa sorte. Tenho a certeza de que vai encontrar não poucos leitores.” José Saramago
Sobre o AutorJosé Prudêncio é licenciado em Filosofia (Universidade Católica, Braga) e mestre em Cultural Astronomy and Astrology (Bath Spa University, Inglaterra). Prepara um doutoramento em Filosofia. Tem uma página semanal na revista Notícias TV (sai às Sextas com o DN e o JN) sobre compatibilidades e previsões para figuras públicas. Dá consultas de Orientação e Previsão desde 1987. Lecciona cursos e workshops de desenvolvimento pessoal e de AstroFilosofia, conceito que criou e desenvolveu no livro Astrologia e Filosofia: Um discurso sobre o tempo e os instintos (Esfera do Caos Editores, 2008)

Título: Entre a Selva e a Corte
Subtítulo: Novos Olhares sobre Vieira
Coordenador: José Eduardo Franco
Autores: Vários
Editora: Esfera do Caos Editores
Colecção: Ensaios (8)
Número de páginas: 320
Formato: 17,00 cm x 24,00 cm
PVP: 22,70 euros
Data de Publicação: Maio de 2009
Isbn: 978-989-8025-81-4
Código de Barras: 9 789898 025814
Sinopse
Este livro oferece-nos um conjunto de textos elabora­dos por conhecidos estudiosos do Padre Antó­nio Vieira ao lado de contribuições de jovens historiadores que tentam com­preender e apre­sentar novas facetas da vida e do pensamento deste notável e multifa­cetado pregador.
O percurso de Vieira não fica preso ao bem dizer e ao bem criticar ― antes associa a palavra à intervenção. Ficaria para a posteridade o seu dom da persuasão, assim como a sua argúcia estratégica, que se revelaria num momento crucial para a sobrevi­vência do Portugal restaurado perante a vizinha Espanha e as potências europeias. Em vários pla­nos, Vieira há-de gizar e propor reformas para Portugal e a favor da sua afirmação, progresso e até sobrevivência como país independente ― de modo a que o nosso país readquirisse relevância no continente europeu e na cena mundial.
A acção e a obra política, literária, religiosa, social e cultural de Vieira ganham com este livro novos contornos e uma dimensão que presta homenagem àquele que, no dizer de Fernando Pessoa, foi o «Impe­rador da Língua Portuguesa».
Sobre o Coordenador
José Eduardo Franco. Doutorado em História Moderna e Contemporânea pela École des Hautes Études en Sciences Sociales de Paris. Doutorado em Cultura pela Universidade de Aveiro. Coordenador de projectos de investigação enquanto membro da Direcção do Centro de Literaturas de Expressão Portuguesa das Universidades de Lisboa e Presidente da Direcção do Instituto Europeu de Ciências da Cultura P. Manuel Antunes. Autor de diversas obras, nomeadamente: O Mito dos Jesuítas em Portu­gal, no Brasil e no Oriente (2006); Padre António Vieira – Grandes Pensamentos (2008).

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Na Pista da Dança (Fernando Sobral)

Centrado no mundo da música enquanto negócio, mas também enquanto forma de mudar o mundo, este livro conta-nos a história de David, dono de uma editora discográfica, e de Rita, vocalista de uma banda de sucesso.
Através de referências musicais incontornáveis e recorrendo a uma escrita crua e realista, o autor transporta-nos para um mundo de sexo, drogas... e ritmo, ao mesmo tempo que, através dos pequenos momentos e pormenores, nos leva a meditar sobre as partidas, mudanças e regressos que percorrem a vida de cada um.
Como nota negativa, este livro teria beneficiado de uma revisão cuidada, que eliminasse as frequentes gralhas e ocasionais erros ortográficos.
Ainda assim e, à prte esse aspecto, Na Pista de Dança é uma boa história e uma leitura fluida, para apreciar.

As Tiras da Roupa de Macbeth (José-Alberto Marques)

Não é uma leitura leve, este livro em que todas as noções de liberdade criativa se transcendem para formar esta obra, que, na sua forma fragmentada e altamente metafórica, constitui para o leitor um verdadeiro exercício de imaginação.
Não é uma história o que imediatamente transparece destas páginas, mas uma série de momentos reflexivos e actuantes, em pensamentos, palavras e acções, sobre a mente do leitor. Pena que os excessos metafóricos e a exagerada divagação por uma linguagem demasiado hermética tornem este livro numa leitura cansativa.
Ainda assim, ao longo de As Tiras da Roupa de Macbeth, existem momentos de reflexão e descrição capazes de se entranhar no pensamento do leitor, levando-o a pensar e imaginar.
Uma leitura complexa, é verdade, mas, ainda assim, pelo poder poético da sua escrita e pela originalidade que insere nas imagens quotidianas, um bom livro.

Histórias Eróticas (Giovanni Boccaccio)

Na minha opinião, o título deste livro, que reúne uma série de pequenas histórias incluídas no Decâmeron, obra mais conhecida do autor, é, provavelmente, bastante limitante, já que, nesses pequenos contos, e ainda que presente, o erotismo não surge como factor primordial.
Cada pequeno texto, abundante em humor e provocação, é uma crítica à sociedade medieval, tão publicamente estrita nas suas regras, mas tão libertina em privado. E, ainda que pequeno, este livro demonstra, de uma forma divertidíssima, a genialidade do imaginário do autor.
Breves como são estas Histórias Eróticas, são, sem dúvida, uma leitura leve, interessante e cheia de humor.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

A Promessa, de Brunonia Barry: uma novidade da Porto Editora

A Promessa, de Brunonia Barry, é a nova aposta da Porto Editora na ficção anglo-saxónica. O livro, cujo título original é The Lace Reader, é publicado, em Portugal, a 22 de Junho e tem uma história curiosa: começou por ser uma edição de autor e, rapidamente, foi comprado por uma editora que fez dele um sucesso de vendas.
O primeiro livro de Brunonia Barry impressiona pela forma como narra uma poderosa saga
familiar, com uma interessante e cativante incursão pelo paranormal.
Marisa de los Santos, autora de O Amor Não Espera à Porta, foi uma das muitas personalidades literárias que leram A Promessa e não ficaram indiferentes: «Prepare-se para conhecer mulheres extravagantes, corajosas, feridas e vibrantemente despertas para a vida».
Espantoso. Enfeitiçante. Inesquecível.
Towner Whitney, uma mulher enigmática e fascinante, descende de uma família de mulheres de Salem que têm a capacidade de ler o futuro nos padrões da renda típica da cidade. Após uma vida de traumas e tragédias que a leva a exilar-se na Califórnia, Towner regressa à cidade natal, em busca da tia-avó, Eva, desaparecida misteriosamente. Towner vê-se, assim, obrigada a enfrentar os medos do passado e a verdade das tragédias na A Promessa é uma narrativa hipnotizante que desvela um mundo de segredos, identidades perdidas, mentiras e meias-verdades, onde a realidade e a ficção se unem inexoravelmente.

A autora
Nascida e criada no Estado de Massachusetts, Brunonia Barry estudou literatura e escrita criativa na Universidade Green Mountain, no Vermont, e na Universidade de New Hampshire.
Hoje, mora em Salem, Massachusetts, com o marido e o seu adorado golden retriever, Byzantium. A Promessa é o seu romance de estreia e começou por ser uma edição de autor,
que em breve conquistou os leitores, sendo posteriormente editado por uma grande editora norte-americana.

Uma Novidade Quinta Essência: O Quarto Mágico, de Sarah Addison Allen

Josey Cirrini tem a certeza de apenas três coisas na vida: o Inverno é a sua estação preferida, está perdidamente apaixonada e um doce sabe muito melhor quando degustado na privacidade do seu esconderijo secreto. Enfrentando uma vida triste, o seu único consolo é a pilha de doces e romances a que se entrega todas as noites... Até que descobre que no roupeiro se esconde nada mais nada menos que Della Lee Baker. Fugindo a uma vida de má sorte, Della Lee decide ajudar Josey a mudar de vida. E, em breve, a jovem renunciará às guloseimas e descobrirá que, mesmo sem elas, a vida pode ser doce.
Influenciada por Della Lee, Josey trava amizade com Chloe Finley, uma jovem que é perseguida por livros que surgem inexplicavelmente nos mais variados lugares e com uma resposta para quase tudo.
À medida que Josey se atreve a sair da sua casca, descobre um mundo onde a cor vermelha tem um poder surpreendente e o amor pode surgir em qualquer altura. E isso é só o início…
Terna e com um toque de magia, esta é uma história encantadora sobre a amizade e o amor — e sobre as surpreendentes e mágicas possibilidades que cada novo dia nos reserva.

Autora
Sarah Addison Allen nasceu e cresceu em Asheville, na Carolina do Norte. Licenciada em Literatura, a autora dedica-se actualmente ao seu terceiro romance.
Os direitos de O Jardim Encantado, a sua obra de estreia, foram cedidos para 15 países e só nos Estados Unidos venderam-se mais de meio milhão de exemplares. O livro foi distinguido com o prémio SIBA Novel of the Year, atribuído pela Associação de Livreiros Independentes do Sul ao melhor romance de 2008. Em Portugal, O Jardim Encantado foi igualmente um êxito, com mais de 10 mil livros vendidos. O Quarto Mágico foi eleito Romance Feminino do Ano 2008 pela revista Romantic Times.

Para saber mais, visite www.sarahaddisonallen.com
http://www.quintaessencia.com.pt/

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Junto à Grand Central Station Sentei-me e Chorei (Elizabeth Smart)

Custa-me pensar neste livro como um romance, quando, face à escrita profundamente poética da autora, a história fica tão claramente relegada para segundo plano.
Neste livro, claramente autobiográfico, Elizabeth Smart fala da sua conturbada relação com o poeta George Barker, da qual resultou um filho. Esta história, contudo, parece desvanecer-se entre as reflexões e divagações da autora, num estilo que, apesar de escrito em prosa, transborda poesia em cada linha, apelando aos sentimentos do autor e agitando-os entre a intriga, a simpatia, a confusão e a piedade.
Ao longo das pouco mais de cem páginas deste volume, Elizabeth Smart contempla o amor em todas as suas formas, com todas as suas virtudes e vícios, um amor capaz de ferir e de matar, de deixar atrás de si um rasto de desolação. E, juntando as referências aos grandes mestres da literatura com a sua própria força poética, o resultado é um livro inesquecível.
Não o recomendaria a quem procura uma história muito desenvolvida. Mas quem procura um texto capaz de fazer pensar e um livro transbordadente de emoções sem dúvida vai apreciar este belíssimo hino ao amor vencido.

El Tercer León (Floyd Kemske)

Esta é a história de Charles-Maurice de Talleyrand-Périgord, criança descapacitada, seminarista à força e, enfim, um dos homens mais poderosos da França de Napoleão Bonaparte.
A partir do leito de morte do príncipe Taleyrand, Floyd Kemske leva-nos a reviver, com uma escrita magistralmente cuidada, os momentos mais marcantes da vida do moribundo, desde os tempos em que era apenas uma criança pressionada pelas obrigações da nobreza, até ao auge do seu poder manipulador. E, à parte pequenos excessos acerca da vida política actual, este é um livro que consegue cativar o leitor desde o início ao fim.
Como único ponto negativo, realço que, sendo um livro relativamente pequeno, o autor optou por realizar vários saltos cronológicos ao longo da história, deixando por contar alguns pontos da biografia de Talleyrand que seriam sumamente interessantes. Ainda assim, esse lapso pode ser facilmente complementado com um olhar à cronologia incluída no final do livro.
Na minha opinião, não é uma obra prima e algumas partes podiam estar mais exploradas. Ainda assim, é um excelente livro.

Buracos Negros, de Lázaro Covadlo: uma novidade da Livros de Areia


O novo título em português do autor de Criaturas da Noite. Ao todo, doze buracos negros, doze entradas num universo tão perigoso e distorcido como truculento e irresistível. Se, certa noite, Jorge Luis Borges, Lewis Carroll, H. P. Lovecraft e Edgar Allan Poe se encontrassem juntos e perdidos no meio de uma floresta negra de fábula, apenas um homem saberia o caminho de saída: Lázaro Covadlo.


Fonte: Livros de Areia Editores

quinta-feira, 11 de junho de 2009

A Luz (Stephen King)

Por mais livros que leia deste autor, é impossível deixar de me surpreender com as imagens que cria.
Em A Luz, acompanhamos a história de Jack Torrance, anteriormente com problemas de alcoolismo e que, lidando com problemas de escassez financeira, é obrigado a aceitar o cargo de zelador no hotel Overlook. O Inverno é longo, contudo, e o Overlook é muito mais que um edifício luxuoso.
Ao início, é estranho entrar no livro, estando desde já à espera das temíveis imagens apresentadas no magnífico filme baseado na obra. (The Shining). Ainda assim, a sempre cativante escrita de Stephen King guia-nos cuidadosamente através da progressiva decadência da situação, da tranquilidade à inquietude e depois ao medo. A forma como, mesmo antes dos acontecimentos, os pensamentos invulgares se manifestam, como oráculos do que está para vir tornam a leitura deste livro um verdadeiro vício.
E, quando o enredo se adensa, as poderosíssimas imagens, estranhas e perturbadoras, com que King desenvolve a história, as sombras de todos os terrores, bem como as reacções que criam, ficam durante bastante tempo gravadas na memória do leitor, que poderá, sem dúvida, perder até algumas horas de sono.
Mais um livro do mestre do terror... e mais um que me conquistou. Sem dúvida, quero ler mais.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Fernando Pessoa e a filosofia sanatorial, de Luís Filipe B. Teixeira (Nova Vega)

INCLUI OS TEXTOS DE FERNANDO PESSOA
«NA CASA DE SAUDE DE CASCAES» E «NA CASA DE SAUDE DE CAXIAS»

Neste livro, o especialista pessoano Luís Filipe B. Teixeira compara a filosofia sanatorial de Pessoa, consubstancial, à arquitectura do processo heteronímico, com A Montanha Mágica, de Thomas Mann, que representa um dos seus exemplos mais evidentes, surgindo, usualmente, como expressão da crise e fracasso da racionalidade de tipo iluminista e cartesiana, isto é, a contrario, de afirmação da lição niilista do processo de individuação.

Os textos ficcionais «Na Casa de Saude de Cascaes» e «Na Casa de Saude de Caxias», ambos existentes no espólio e aqui transcritos na íntegra, fornecem o quadro teórico sanatorial em que este se movimenta e a própria mania divina da alma em que se integra a heteronímia, aqui pela mão do «misoneísta», «relembrador da antiguidade» e «médico da cultura», «o mais (pessoalmente) original de todos», que é o Dr. António Mora-Fernando Pessoa.

É esta a história que, à semelhança do processo heteronímico (de individuação), se narra n’A Montanha Mágica e que, em termos de metáfora, também se (pré)figura nesta filosofia sanatorial.

Fonte: Editora Nova Vega

O Eleito do Sol, de Arménio Vieira (Nova Vega)

"Arménio Vieira, poeta caboverdeano, natural da Praia, foi um dos elementos dinamizadores do grupo que criou Sèló, suplemento literário do Notícias de Cabo Verde, em 1962. Jornalista, desenvolve actividade crítica e na sua geração desempenha um papel fundamental de reflexão sobre a modernidade literária.

Representado nas mais variadas antologias, com publicação dispersa em jornais e revistas, publica o seu primeiro livro em 1981, Poemas, que reúne a produção poética escrita entre 1971 e 1979.

Segundo Fernando J. B. Martinho, a imagem do «poeta» que se desenha na obra do autor «muito tem a ver com toda uma tradição cultivada nos dois últimos séculos - a tradição do poeta inconformista, rebelde, irreverente, louco, e, enfim, maldito.» Postura que lhe vale, nas palavras do poeta caboverdeano Jorge Carlos Fonseca, a designação de «Irreverente, indomável espadachim da sorte e da morte, poeta de vento sem tempo.»

Em 1990, Arménio Vieira estreia-se na ficção com O Eleito do Sol, livro que inaugura novas vertentes temáticas e formais no panorama da prosa caboverdeana. Uma vez mais, Arménio Vieira instaura um discurso transgressor em relação aos poderes instituídos, realizando uma estranha e surreal alegoria onde a figura de um escriba egípcio atravessa os trilhos do tempo em demanda crítica do onirismo mais vital. Beleza e crueldade, saber e poder, ambição e despojamento equacionam, na encruzilhada pícara e maravilhosa de O Eleito do Sol, a permanência de princípios e valores intemporais. "

Fonte: Editora Nova Vega

segunda-feira, 8 de junho de 2009

O Salão Dourado (Rebecca Kohn)

Saído directamente da história bíblica da rainha Ester e transportado para um imaginário completamente transcendente, O Salão Dourado conta-nos, com uma precisão envolvente e com um ritmo de escrita absolutamente viciante, a história da mulher que conquistou o coração do rei Xerxes. E tudo começa quando Ester, ainda com o seu nome judeu, é ainda uma criança orfã, prometida ao seu primo Mordechai, sem maiores planos que os de ser uma esposa dedicada. O seu deus, contudo, parece ter planos bem diferentes para a sua serva.
Com uma fluidez cativante, a autora leva-nos a seguir a história como se dela fizéssemos parte. Narrado na primeira pessoa, é frequente que o enredo nos faça entrar nos planos e nas emoções de Ester, enquanto criança, enquanto escrava e enquanto rainha. E este livro é mais que uma simples reconstrução da história bíblica. É todo um desvendar de imaginação, com os seus momentos de intriga, de ternura e de sensualidade.
Não tenho a menor dúvida de que este livro tem tudo para fazer as delícias dos que apreciam o romance histórico. Além disso, sem explicações desnecessárias e absolutamente isento de momentos maçadores, este é um daqueles livros que agarra o leitor à primeira página e, ao chegar ao fim, o deixa a suspirar por mais.
Uma bela história, magistralmente escrita. Recomendo sem reservas.

domingo, 7 de junho de 2009

Dark Symphony (Christine Feehan)

Mais uma vez, Christine Feehan apresenta-nos a obscura sensualidade do mundo dos Cárpatos. Desta vez, a história é a de Byron Justicano, pertencente à raça dos Cárpatos, e de Antonietta Scarletti, a poderosa herdeira de uma influente família de mercadores, e, acima de tudo, destinada a ser a consorte de Byron na sua vida imortal. A sua posição de influência, contudo, coloca Antonietta, célebre compositora vulnerabilziada pela sua cegueira, no centro de uma conspiração contra a sua vida, contando, ainda assim, com a poderosa força de Byron para a proteger.
Depois de contactos anteriores com a obra desta autora, devo dizer que este foi, até ao momento, o livro que mais me cativou. Isto deve-se, em grande parte, ao facto de, entre os complexos enredos familiares dos Scarletti e uma história muito mais elaborada que nos seus outros trabalhos, o aspecto físico e emocional da relação entre os protagonistas não ser tão excessivamente central. Ainda assim, existe uma grande dose de romantismo e de sensualidade ao longo do livro, o que pode, por vezes, tornar-se um pouco cansativo.
De realçar, como grande aspecto positivo, a fascinante história da raça dos Cárpatos, cujas características vamos conhecendo progressivamente, ao mesmo tempo que nos vamos encontrando com a existência de outras raças para lá dos humanos.
Em suma, uma leitura leve, não recomendada aos que não apreciam o romantismo, mas, ainda assim, um bom livro. Apesar dos excessos na área do romance, eu fiquei com vontade de ler mais desta série.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Novidades Europa-América para Junho

Título: Como Ser Rico
Subtítulo: As Ideias Brilhantes dos Maiores Pensadores
Autora: Praticia G. Horan
Colecção: Economia & Gestão
Preço: 14.90€
Pp.: 144

Tem uma vida repleta de riqueza? Está a viver a vida, desfrutando ao máximo do seu potencial mental, físico e espiritual? Se a resposta a estas questões for «não», então, Como Ser Rico - Os Segredos dos Maiores Milionários do Mundo é a solução para mudar a sua vida e dar-lhe a inspiração necessária para traçar um rumo em direcção à riqueza, à
felicidade e à realização pessoal.
Esta antologia contém excertos das obras de onze dos maiores líderes mundiais, como por exemplo Napoleon Hill, e mostra ao leitor estratégias apelativas e vários passos lógicos, comprovados como os degraus a subir para atingir o sucesso. Mas tudo isto tem como base uma ideia simples: a chave para tudo está na nossa mente.
Como Ser Rico - Os Segredos dos Maiores Milionários do Mundo é uma análise revigorante dos nossos pensamentos, anseios e acções, e também da forma como as decisões que tomamos se reflectem na nossa vida. Agarre as rédeas da prosperidade e deixe este livro fantástico ensinar-lhe como ser «podre de rico!»

Título: Viagem Extraordinária no Império dos Mundos
Autor: Arthur Ténor
Colecção: Europa-América Juvenil
Preço: 15.90€
Pp.: 164

Mais uma história fantástica e de aventuras do herói Thédric Tibert, que
neste volume entra num novo infinimundo do imaginário que acaba de ser
descoberto... mas do qual, por alguma razão, até ao momento desconhecida, nenhuma sonda conseguiu enviar a mais pequena imagem.
Então, ao que tudo indica, a missão de exploração que é proposta a Thédric Tibert, acompanhado por dois comandos especialistas, será mais um angustiante mergulho no abismo do desconhecido, pois, a partir do momento em que o nosso herói passa pela porta que o leva para o outro lado, não é só um mundo que espera por ele: são muitos mundos... Estes universos são completamente diferentes e o perigo está em toda a parte...

Título: Os Privilégios
Autor: Stendhal
Colecção: Livros de Bolso – Série Grandes Obras
Preço: 8.50€
Pp.: 64

Henry Beyle, mais conhecido como Stendhal, entrou nos caminhos do romance movido pela necessidade de conhecer o seu próprio «Eu». Daí que a marca profundamente autobiográfica tenha sobremaneira influenciado a sua forma de escrever.
É certo que Os Privilégios, obra póstuma e de cariz marcadamente autobiográfico, foram durante muitos anos renegados e esquecidos por entre
as outras obras-primas do autor, por revelar uma outra faceta deste cultor das paixões humanas e do «egotismo».
Assim, neste texto fulgurante, estruturado em vinte e três artigos, como se tivessem sido ditados por um «God» que o teria visitado durante o sono, Stendhal tem a oportunidade de se reencontrar com todos os seus desejos, todos, mesmo os mais íntimos, mesmo os mais ousados, mesmo os mais secretos. Não será este um sonho comum a todos os homens?
Mas esta obra é também um marco da genialidade sublimada da escrita de Stendhal. Em apenas algumas dezenas de páginas, ele refaz o mundo segundo um ideal de beleza, embebe a sua escrita dum universo mágico e maravilhoso e convida mais uma vez os leitores, «os raros apenas», a entrar neste universo que é o «espelho que passeia ao longo dum caminho»: o seu.


Título: Pequeno Manual de Campanha Eleitoral – seguido de «Carta a Ático» e de « Defesa de Murena»
Autor: Cícero
Colecção: Livros de Bolso – Série Grandes Obras
Preço: 8.50€
Pp.: 128

O sistema eleitoral que Cícero (106 a. C.-43 a. C.) conheceu nas últimas
décadas da República romana é bem diferente do nosso, mas os princípios que regem uma campanha eleitoral permanecem os mesmos: assegurar o sustento das pessoas influentes e conciliar a massa dos eleitores, manipulando-os subtil e sub-repticiamente.
No Pequeno Manual de Campanha Eleitoral, obra redigida em 64-65, aquando da disputa de seu irmão, Marco Cícero, por um lugar no Senado, Quinto Cícero indica o caminho que todo e qualquer candidato deve seguir de forma a atingir o seu objectivo, bem como dá conselhos precisos e metódicos.
Este pequeno tratado, no qual Quinto Cícero soube muito bem tirar partido da força do registo epistolar, chegou até nós como sendo um esboço das linhas mestras de uma perfeita campanha eleitoral.


Título: Como Tirar Partido dos Seus Iminigos – seguido de Como Distinguir um Bajulador de um Amigo
Autor: Plutarco
Colecção: Livros de Bolso – Série Grandes Obras
Preço: 8.50€
Pp.: 144

Plutarco (66 d. C.-120 d.C) é uma das figuras mais proeminentes da
Antiguidade Clássica, e nomes como Shakespeare, Montaigne, Jean-Jacques Rousseau, entre outros, não ficaram imunes à influência do escritor e filósofo grego, cultor da virtude moral e da ética.
Fiel ao seu estilo livre e espontâneo, nestes dois tratados Plutarco mistura toda a sua arte de um eloquente erudito e todo o seu génio humorista, ao integrar oportunamente episódios anedóticos, mitológicos e de discussão, apresentados segundo os princípios da elegância, do rigor e da boa educação. Assim, se, por um lado, em Como Distinguir Um Bajulador de Um Amigo o autor defende que os velhos hábitos de bajulação obrigam um homem honesto a ter uma postura prudente, nobre e vigilante em relação ao inimigo, por outro lado, em Como Tirar Partido dos Seus Inimigos, Plutarco defende exactamente que são esses inimigos que nos obrigam a permanecer num permanente estado de vigilância interior que nos indicarão o caminho para vencermos as adversidades e nos tornarmos melhores.
Nestes dois tratados, Plutarco mostra ao Homem de Estado ou simplesmente ao Homem Comum a forma como um verdadeiro estratega pode, em circunstâncias adversas, usar em seu proveito e a seu favor as críticas, as difamações, as injúrias e as calúnias dos seus inimigos pessoais.

Título: Coisas Que as Boas Mães Sabem
Autora: Alexandra Stoddard
Colecção: Biblioteca do Desenvolvimento Pessoal
Preço: 14.90€
Pp.: 188

Neste livro optimista e cheio de sabedoria, Alexandra Stoddard não só elogia a sabedoria das mães como as encoraja a pensarem na sua felicidade para que se tornem as melhores mães do mundo. Educar bem uma criança é uma tarefa que começa com a própria transformação da mãe. Seja feliz e será boa em tudo o que é importante na sua vida! Neste livro, Alexandra Stoddard dá conselhos práticos e aborda vários temas de um ponto de vista filosófico, entre os quais:
— A vida muda mas o amor é eterno.
— Saiba quando dizer não.
— Liberte-se dos seus medos.
— Numa situação difícil, pense bem,
— Tenha espaço para si,
— Partilhe as alegrias.
Alexandra Stoddard tem uma extensa obra sobre a arte de viver bem, dá palestras sobre este tema e os seus livros inspiraram milhões de pessoas. Actualmente, vive em Connecticut. Publicações Europa-América editou já Coisas Que Quero Que as Minhas Filhas Saibam e Tu Podes, Assim Tu Queiras.


Título: A Cura Emocional
Autor: Jean de Vries
Colecção: Saber Viver
Preço: 16.91€
Pp.: 160

Jan de Vries, um especialista em medicina alternativa reconhecido a nível
mundial, concentra a sua atenção na miríade de problemas emocionais que têm vindo a surgir cada vez mais entre os seus pacientes nos últimos anos.
Este livro oferece conselhos práticos para lidar com os efeitos emocionais negativos causados por relações infelizes, divórcios, etc, e sugere também
soluções para acabar de vez com a depressão ou com os pensamentos suicidas que muitas vezes daí advêm. Também ajuda o leitor a saber lidar com sentimentos de mágoa e inveja e explica como proceder para evitar que o nosso estado emocional se reflicta no nosso estado físico, e deixe o nosso organismo mais debilitado e exposto às doenças.
O autor mostra-nos formas eficazes de ultrapassar sentimentos de culpa, e traumas que surgem das situações mais infelizes, como por exemplo um acidente de carro. Também explora a riqueza das emoções complexas relacionadas com as doenças degenerativas, como o cancro, a esclerose
múltipla e a distrofia muscular, oferecendo ao leitor dicas úteis para superar esses tempos difíceis.
A Cura Emocional é um manual essencial para aqueles que são afectados de forma emocional e mental pela pressão do dia-a-dia no século em que vivemos. Irá elevar o seu espírito e trazer uma aura positiva às vidas daqueles que estão a começar a perder a esperança.

Título: O Que os Homens Nunca Dirão às Mulheres e Vice-Versa
Autora: Anne Dufour
Colecção: Sexo Perfeito
Preço: 16.91€
Pp.: 212

O que pensam os homens das mulheres? Serão eles realmente obcecados pelo sexo? Como é que podemos excitar e como devemos acariciá-los? O que sentem quando são tocados em certos pontos do corpo? Porque abandonam uma mulher? Porque regressam? E quanto às mulheres... o que é que elas realmente querem? Será que confundem constantemente amor e desejo? Como é que lhes podemos verdadeiramente dar prazer? Quais as características que odeiam num homem?
Este livro responde a todas as suas questões! Pela primeira vez, centenas de homens e mulheres retiram o véu que sempre encobriu os segredos mais íntimos.

Título: Guias, Espíritos Protectores e Anjos
Autor: D. J. Conway
Colecção: Millenium
Preço: 16.91€
Pp.: 160

Talvez não os ouça nem os veja, mas os anjos e os espíritos protectores
nunca o abandonam. Estes companheiros divinos indicam-lhe o caminho a seguir quando necessita de auxílio em vários problemas da vida, das amizades ao mundo do trabalho. D. J. Conway ensina-o a desenvolver uma relação mais próxima e significativa com os espíritos protectores, de forma a melhorar a sua vida. Apresenta técnicas de meditação, exercícios de visualização, rituais e feitiços que irão pô-lo em contacto com os espíritos da Natureza, anjos de luz e sombra e espíritos de amigos e familiares para que desenvolva os seus poderes
espirituais. Guias, Espíritos Protectores e Anjos é uma obra ímpar que revela o papel dos anjos e dos espíritos protectores na sua vida.
D. J. Conway dedicou a sua vida a estudar temas relacionados com o paganismo e a filosofia wiccan e os seus livros ganharam diversos prémios nestas áreas.

Gótica (Clara Tahoces)

Com a predominância actual de reformulações da clássica teoria do vampirismo, é sempre um prazer encontrar livros como este, em que, por um lado, encontramos uma visão bastante original do tema dos vampiros, mas, por outro, encontramos toda uma série de características que nos aproximam do vampiro tradicional.
Este livro conta-nos a história de Analisa, desde os seus tempos humanos até uma longa vida vampírica. Esta existência, tal como muitos clássicos nos habituaram, é para a protagonista uma maldição e uma luta constante contra a sua própria natureza, pela preservação da humanidade que ainda existe em si. Contudo, ao vermos em simultâneo o passdo e o presente de Analisa, conseguimos antecipar alguns acontecimentos posteriores, compreendendo já o inevitável desfecho do confronto entre a natureza humana e a natureza vampírica.
Esta constante alternância entre o presente e o passado faz com que o livro adquira um ritmo cativante, facilitado também pela escrita da autora que, sem ser demasiado simples, é acessível o suficiente para que a história se processe com clareza e fluidez. Além disso, a incursão da autora pelos ambientes mais fechados da subcultura gótica providencia uma introdução mais natural à demonstração da presença vampírica.
Ficam, talvez, algumas pontas soltas por explorar, alguns momentos e personagens que deixam o leitor com a sensação de que mais poderia ser dito. Ainda assim, através das dualidades entre acontecimentos e personagens, crentes e cépticos, vampiros e humanos, presentes e passados, este livro é, sem dúvida, uma boa leitura para quem aprecia o género.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Dìvida de Sangue (Charlaine Harris) à venda a 10 de Julho

Já não falta assim tanto tempo... e eu não vou perder este!

Sinopse: Sookie Stackhouse está numa maré de azar: primeiro o seu colega de trabalho é morto e ninguém se parece preocupar; depois, é atacada por uma criatura que a infecta com um veneno doloroso e mortal. Tudo se complica quando Bill nada consegue fazer e pede a ajuda de Eric para lhe salvar a vida. A questão é que agora ela está em dívida para com Eric - um vampiro deslumbrante mas tão belo quantoperigoso. E quando ele lhe pede um favor em troca, ela tem que aceder. De repente, Sookie está em Dallas a usar os seus poderes telepáticos para encontrar um vampiro. A sua condição éque os humanos não devem ser magoados. Mas a promessa de os vampiros se manterem na ordem é mais fácil de dizer do que de cumprir. Basta uma bela rapariga e um pequeno deslize para que tudo comece a correr mal… Entretanto, também Eric tem os seus próprios segredos...

Lançamento do livro 333, de Pedro Sena-Lino (Porto Editora)

A 3 de Junho, a Porto Editora dá a conhecer o romance 333, num evento multidisciplinar, na Biblioteca Nacional, pelas 18 horas e 33 minutos e 33 segundos…Pedro Sena-Lino, que começou a escrever influenciado pela poesia de Herberto Helder, Ruy Belo, Natália Correia e Natércia Freire, bem como de experimentalistas como Ana Hatherly e Alberto Pimenta, é um poeta, formador e investigador que urge agora conhecer como romancista.Em 333, a história secreta de um livro e de todos os que o leram, Sena-Lino mantém a abordagem iniciada há vários anos, através da poesia, a temas como a presença do sobrenatural no humano, os intercâmbios entre a vida anterior e a futura, os limites entre a morte e a vida, «mas agora trabalhados em arquitectura narrativa». Para o escritor, este romance constitui uma «obra degratidão» a todos os livros que leu.Porém, a actividade de Pedro Sena-Lino como investigador – estuda, para efeitos de doutoramento, a produção literária feminina portuguesa nos séculos XVI-XVIII – também está presente nesta obra: «procurei que fosse uma homenagem às escritoras esquecidas do período». O autor defende que, por isso, ela «pode interessar aos leitores de romances históricos», mas salienta que gosta de livros «com várias portas de entrada» e que 333 «tem um registo de microficção (a história de cada exemplar) com conto (as histórias maiores), unidos na estrutura comum de romance».O romance 333, o quarto título que Pedro Sena-Lino publica com a Porto Editora, é, acima de tudo, e segundo o autor, dedicado «a todos aqueles que querem um livro que os perturbe».

"Quantas aventuras cabem dentro de um livro? Resposta: tantas quantas os seus leitores. 333 é a história das histórias das vidas tocadas por um livro profano que queimava como um livro sagrado. Pedro Sena-Lino leva-nos pela mão até um desses livros que, mais do que ser lido, lê e revela quem o abre."

Rui Zink