Longos e descritivos, e cativantes principalmente nos momentos mais dramáticos. Assim são os dois contos que constituem este pequeno livro. Escritos de forma elaborada e com uma contextualização bastante extensa da época ou do ambiente em que decorrem, ambos apresentam histórias interessantes, mas com uma forte componente descritiva a retirar parte do impacto.
Em O Espelho da Tia Margarida, uma mulher que vê numa lápide um presságio de morte recorda um estranho episódio envolvendo um espelho. Muito descritivo, com um muito lento ritmo de acção e alguns diálogos algo forçados, demora-se em aspectos pouco relevantes da caracterização das personagens. Daí resulta que, apesar da ideia base muito interessante e de um particularmente cativante momento sobrenatural, a história dispersa-se em pormenores desnecessários, perdendo intensidade. Tem alguns momentos bons, ainda assim.
Por sua vez, Um Drama na Montanha relata uma viagem pelas Highlands e a história de uma mulher miserável. Também muito descritivo e, consequentemente, de ritmo lento, e também com uma tendência para se demorar em pormenores desnecessários, tardando em chegar ao essencial do enredo, surge, neste conto (tal como no anterior), uma história interessante, mas que perde força pelos excessos descritivos. Um pouco repetitivo na tentativa de caracterizar o ambiente da época, cativa essencialmente pelos seus momentos mais dramáticos.
Fica, assim, deste pequeno livro a impressão de uma leitura agradável, nos seus melhores momentos, que apresenta duas histórias bastante interessantes e com alguns momentos intensos, mas que perdem grande parte da envolvência entre as descrições e os excessos de divagação. E é pena, porque as situações mais tensas são bastante cativantes.
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