domingo, 15 de dezembro de 2013

Absolution (Susannah Sandlin)

Mirren Kincaid foi criado para ser um guerreiro e mercenário. Quando o transformaram em vampiro, a única mudança foi na identidade dos seus empregadores. Mas isso foi antes de ele perceber que nenhuma das pessoas que ele era enviado para matar era mais culpada que os que o enviavam. Foi nesse ponto que decidiu fingir a própria morte para se afastar do papel de executor do Tribunal. O problema é que eles querem-no de volta. Mirren encontrou em Penton e no seu peculiar grupo de vampiros, a paz possível, mas o Tribunal não está disposto a permitir a sua situação. Mathias Ludlam, um dos seus membros, consegue capturá-lo, tanto para defesa do interesse do Tribunal como do seu próprio. E, ao encontrar uma humana com poderes psíquicos – poderes que não consegue quebrar – ele espera poder usá-la para quebrar o controlo de Mirren, levando-o a matar. Mas Glory Cummings não é tão fraca como a julga. E Mirren, o vampiro sem coração, está prestes a descobrir que não a pode deixar para trás.
Um dos pontos mais interessantes deste livro está no ambiente onde tudo decorre. Sendo o segundo livro da série, é natural que haja alguma informação em falta para quem, como eu, não tiver lido o primeiro. Mas há também mais que o suficiente para ficar a conhecer bem este mundo. É uma história de vampiros e, por isso, tem muito em comum com os vampiros de outros livros, mas tem também bastantes particularidades. E essas têm muito de interessante. Todo o conceito do sistema de Penton, por oposição a um Tribunal movido pelo poder, levanta várias questões interessantes, a começar, desde logo, pela influência dos poderosos, idêntica no mundo sobrenatural e no humano. Além disso, a ligação entre vampiros e humanos, tal como desenvolvida em Penton, é uma ideia muito interessante e muito bem desenvolvida.
Além do sistema, há a inevitável mistura de romance e acção. Grande parte da história envolve Mirren e Glory, e a relação entre ambos, sendo de esperar, por isso, uma boa medida de romance a surgir. Neste aspecto, sobressai a forma como as suas personalidades se complementam, diferentes em muitos aspectos, mas ligadas por passados difíceis e uma natureza inerentemente boa. Há os expectáveis momentos de estranheza, é claro, mas o rumo dos acontecimentos leva a uma evolução na relação e um crescimento que abre caminho para vários momentos intensos.
E é aqui que importa realçar os momentos de acção. Ainda que a relação entre os protagonistas seja, na maioria do enredo, o foco, Penton tem inimigos poderosos. Isto implica batalhas a travar, algumas pessoais, outras por uma razão mais vasta. Significa também que outras personagens, além dos protagonistas, terão um papel a desempenhar. Também isto contribui para o muito bom equilíbrio entre o romance e acção presentes ao longo do enredo.
Tendo em conta tudo isto, o que este livro apresenta é, em suma, um muito interessante sistema, que serve de base a uma boa história, de ritmo intenso e com um conjunto de personagens muito interessantes. Um livro viciante e, definitivamente, uma série a acompanhar.

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