terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Paixão Proibida em Summerset Abbey (T.J. Brown)

O casamento e a partida apressada de Prudence deixaram um vazio em Summerset Abbey e, principalmente, nos corações das irmãs Buxton. Para lidar com essa nova perda, Rowena refugia-se na apatia, ainda que haja um amor à espera de ser descoberto. Victoria, por outro lado, procura desesperadamente sentir-se útil e tornar-se na mulher independentemente que deseja ser, mesmo que os tempos não lhe sejam propícios. Mas nem tudo corre como planeado. O peso dos conflitos familiares e a conjugação de precipitação e ansiedade trarão consequências difíceis de suportar para as duas irmãs. E também Prudence, apesar de mais sensata, terá de olhar para a vida que escolheu e avaliar se a sua decisão foi, afinal, a certa.
Dando continuidade ao enredo contado no volume anterior, este é um livro que apresente muitas características em comum. A escrita mantém a mesma simplicidade, conferindo à narrativa um agradável tom de leveza e o mesmo acontece com a forma como os acontecimentos são narrados, sem grandes elaborações ou pormenores, mas sem deixar de fora nada de essencial. O mais marcante prende-se, portanto, com dois aspectos. Primeiro, uma forma de contar as coisas que, associada à fácil empatia gerada pelas personagens, que mantém sempre viva a curiosidade em saber mais. E, além disso, uma interessante abordagem - ainda que não muito profunda - a alguns dos problemas da época em que a história decorre, sobressaindo, é claro, a acção das sufragistas.
No que diz respeito ao percurso das personagens, sobressai alguma ingenuidade, que leva a que alguns dos momentos do enredo se tornem um pouco previsíveis, mas também uma jornada de crescimento que, sempre narrada com relativa simplicidade, acrescenta ainda assim um conjunto de circunstâncias marcantes ao caminho das protagonistas. É talvez pelo que vivem, mais que pelo que são, que Prudence, Rowena e Victoria cativam o leitor, mas o certo é que os momentos mais marcantes compensam amplamente as pontuais situações mais forçadas.
E como a história ainda não termina aqui, continuam a ficar perguntas sem resposta. Ainda assim, a forma como se conclui este segundo volume consegue ser bastante mais equilibrada, com menos momentos por desenvolver e uma conclusão que dá algumas pistas interessantes para o que poderá vir a acontecer no último livro.
Simples, na essência, mas envolvente e com alguns momentos especialmente marcantes, este é, pois, um livro que, não sendo especialmente surpreendente, cativa pelo bom equilíbrio entre leveza e emoção, numa história sempre interessante e que promete ainda muito de bom para o que falta contar. Uma boa leitura, em suma.

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