Callie só queria uma vida normal para si e para o irmão. E julgava que a demolição da Destinos Primordiais lhe garantiria isso. Mas bastou um momento para lhe provar que estava errada. A voz do Velho na sua cabeça voltou a surgir para lhe mostrar que o fim da Primordiais não representou o fim do seu controlo. Agora, Callie sabe que o chip que tem na cabeça pode ser usado para a controlar... ou para provocar uma explosão. A única forma de conseguir alguma paz, ainda que a normalidade que deseja possa estar fora do seu alcance, é enfrentar o Velho e impedi-lo de concretizar os seus planos. Mas os aliados que encontra não são bem quem dizer ser. E as descobertas no seu caminho podem colocar Callie e aqueles com quem se preocupa em circunstâncias ainda mais difíceis.
Dando continuidade à história iniciada em Destinos Interrompidos, este é um livro que cativa principalmente pelo ritmo intenso de acção e pela forma como, através do ponto de vista da protagonista, os pontos mais interessantes do sistema e dos planos a ele associados vão sendo revelados. Com a destruição da Primordiais, é inevitável que os planos do Velho tenham mudado e, por isso, há novos e interessantes elementos a surgir ao longo do enredo e algumas grandes perguntas a manter viva a curiosidade em saber mais.
Também interessante é que, apesar de a escrita ser bastante simples, parece adequar-se bastante bem à voz da protagonista. Sem grandes descrições, acompanha o ritmo das percepções de Callie, centrando-se na acção, por um lado, mas também nos sentimentos e apreensões da protagonista. Neste aspecto, importa também referir que, ainda que a acção seja o centro de tudo, há, ainda assim, alguns momentos emotivos e uma insinuação de romance, que, de forma discreta, aproxima um pouco mais as personagens. Isto acaba por ser particularmente relevante, tendo em conta que há algumas figuras novas a surgir e que a sua caracterização é feita na medida em que é relevante para o enredo.
O que me leva ao que será, talvez, o ponto fraco deste livro. É que, com muito a acontecer, novas personagens a intervir e muitas revelações importantes, fica a impressão de que certos aspectos poderiam ter sido mais explorados. Alguns dos acontecimentos, com particular ênfase na entrada em cena de Hyden e na parte final, surgem de forma algo apressada, o que acaba por deixar a sensação de algo em falta. Além disso, no caso de Hyden, a aparição algo intempestiva acaba por tornar previsível uma das principais revelações.
Intenso e viciante, ainda que com alguns elementos pouco explorados, A Revelação apresenta, para as suas personagens, uma conclusão adequada, numa história repleta de acção e com emoção quanto baste. Haveria, talvez, mais a desenvolver, nalguns aspectos. Mas não deixa de ser, ainda assim, uma boa leitura.
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