Ana e Nekane gerem um estúdio fotográfico na zona antiga de Madrid. Um dia deflagra um incêndio no seu edifício e, apesar de estarem habituadas a trabalhar com modelos glamorosos, não podem deixar de se surpreender ante aqueles corajosos machões vestidos de azul que não se preocupam por o seu cabelo se encrespar ou por sujarem as mãos.
Quando a objectiva da máquina fotográfica de Ana se centra em Rodrigo, o seu coração indica-lhe que já nada voltará a ser igual. Ele dá-se conta da maneira apatetada como ela está a olhar para ele e, apesar de não simpatizar com ela, iniciam uma estranha amizade.
Tudo se complica quando Ana descobre que está grávida e Nekane a encoraja a cumprir a sua fantasia sexual com o bombeiro antes que a barriga, as estrias e os enjoos matinais se manifestem e o espantem.
No entanto, uma mentira de Ana aos pais dará origem a um sem-fim de enredos e situações alucinantes que deixarão Rodrigo sem fala.
Krzysztof Charamsa era Monsenhor e funcionário da Santa Sé (onde tinha substituído o padre Georg Gänswein, que se tornara secretário pessoal do Papa Bento XVI).
Em Outubro do ano passado, assumiu publicamente a sua homossexualidade. Foi suspenso pelo Vaticano, por quebra do voto de celibato.
O caso foi notícia nos principais meios de comunicação em todo o mundo.
Este livro é a sua história, contada na primeira pessoa.
Uma autobiografia honesta e absolutamente invulgar que relata o que é ser homossexual por debaixo de uma batina. Charamsa decidiu denunciar ao mundo a hipocrisia da Igreja Católica, uma instituição que, considera, há séculos utiliza o sexo com a finalidade de impor o seu poder.
O autor debruça-se – com profundo conhecimento – sobre a posição da Igreja Católica sobre o tema ao longo dos últimos anos, apontando incongruências baseadas em factos que ele próprio viveu ou testemunhou.
Charamsa sustenta que mais de metade do clero é homossexual; defende que os evangelhos e a mensagem de Jesus não são homofóbicos; afirma que a homossexualidade é o dom de Deus para os homossexuais, como a heterossexualidade é para os heterossexuais; considera que a Igreja, que diz ser feita de homossexuais reprimidos, tem demonizado a homossexualidade para consolidar o seu próprio poder.
Tudo isto sedimentado na sua experiência pessoal no seio da estrutura da Igreja Católica, onde chegou a membro da Congregação para a Doutrina da Fé.
Num registo íntimo, tocante e incomum, Monsenhor Charamsa fala aberta e pungentemente de um tema tabu para a Igreja, num livro raro e incontornável que não vai deixar ninguém indiferente.
Com A Primeira Pedra, Charamsa pretende agitar consciências e criar as bases para uma necessária renovação da Igreja Católica, instituição na qual ainda hoje deseja acreditar.
Uma Igreja que, para continuar a existir como guia espiritual – como escreveu no dia em que se assumiu numa carta ao papa Francisco, publicada na íntegra pela primeira vez neste livro –, deve começar a respeitar cada pessoa na sua orientação sexual, encetando um diálogo profícuo com a ciência. A Igreja Católica do futuro.
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