O fim está próximo e o impasse que parece ter-se instalado não tardará a quebrar, em virtude da ação de ambos os lados. Mas a dúvida e o cansaço parecem ter-se apoderado de todos e nem Kyle Barnes nem os que o rodeiam sabem como enfrentar o fim iminente. Uma coisa é certa, ainda assim: deixou de ser possível continuar a fugir. E nada ficará igual quando o derradeiro confronto se materializar finalmente.
Parte do que tornou esta série tão intensa foi, desde o início, a sua singular forma de luta entre o bem e o mal. E essa luta foi crescendo de intensidade de volume para volume. Agora, chegados ao fim da história, tudo atinge o seu crescendo final, carregado de movimento, de ação, de surpresas e de uma poderosa capacidade de emocionar.
Também o aspeto visual foi especialmente importante, e atinge uma nova dimensão nesta etapa final. O contraste entre luz e trevas chega a atingir momentos ofuscantes. Os momentos de maior impacto estão cheios de movimento e de expressão. Os rostos retratam na perfeição as emoções das personagens e o horror dos elementos menos humanos. E os pequenos pormenores destacados ao longo do livro salientam a complexidade do todo.
Olhando para o enredo propriamente dito, destacam-se três pontos: o final perfeitamente adequado, que dá resposta a todos os pontos essenciais, mas deixa o suficiente à imaginação do leitor; a forma como as repercussões do passado não desaparecem depois de tudo concluído, o que torna tudo mais real, pois tudo na vida tem consequências; e o desenvolvimento do aspeto sobrenatural, que é simultaneamente universal e singular na sua abordagem ao eterno conflito entre o bem e o mal.
Tudo se resume, portanto, a um final que atinge e supera as altas expetativas geradas ao longo da viagem. E que deixa ao mesmo tempo uma certa saudade e uma poderosa sensação de missão cumprida. Como deve ser, naturalmente.
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