
Numa mistura de fantasia e de ficção científica, somos convidados a visitar Orokos, tida como a única cidade sobrevivente à era dos Extintos. Trata-se de uma cidade cinzenta e perigosa, assolada pelo estranho fenómeno das Tempestades de Probabilidades. Estas, ao contrário das tempestades naturais, ao invadir a cidade com as suas faixas coloridas, transformam o mundo e os homens e o resultado é completamente imprevisível.
É, pois, com estas bases que entramos na narrativa deste livro, surpreendente pela esplêndida vividez com que nos descreve locais, objectos e fenómenos nunca antes vistos, com uma precisão tal que parecemos ver o que nos é descrito, mas de uma forma tão concreta e simples que o devastador ritmo do livro em nada sai prejudicado. Cada momento é uma surpresa e, à medida que avançamos na progressão da história, o ritmo torna-se cada vez mais célere, revelando novos acontecimentos ao virar de cada página.
Um livro, imperdível, sem dúvida, com a qualidade a que o autor de A Teia do Mundo e de O Mistério de Alaizabel Cray já nos habituou. E, sem dúvida, uma história inesquecível, capaz de nos mostrar uma perspectiva completamente diferente do que é o provável e o possível, do que são as prisões do quotidiano e da libertação que, por vezes, não está no derrubar de uma parede.
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