quarta-feira, 30 de julho de 2014

Invisível (James Patterson e David Ellis)

Depois de ter perdido a irmã num incêndio aparentemente acidental, a descoberta da verdade tornou-se uma obsessão para Emmy Dockery. A sua teoria é a de que não foi nenhum acidente isolado, mas antes um de dezenas de incêndios provocados pelo mesmo indivíduo. O problema é que o assassino foi esperto o suficiente para fazer com que absolutamente tudo parecesse acidental e isso, associado à ligação pessoal de Emmy ao caso, faz com que ninguém acredite nela. Ainda assim, Emmy não está disposta a desistir. Ao apresentar o caso ao ex-namorado, Emmy espera conseguir um aliado poderoso. Mas, nem que tenha que continuar contra todas as evidências, Emmy não se deterá até que o assassino seja encontrado.
Quando já se leram uns quantos livros de James Patterson, fica-se, à partida, com uma ideia do que se pode esperar em termos de características essenciais. Nesse aspecto, também este livro não foge à regra. Capítulos curtos, escritos de forma simples e directa, com o contexto a ser introduzido de forma gradual e na medida em que é necessário à acção, conjugam-se com um enredo em que há sempre algo a acontecer e muitas surpresas do percurso. O resultado é a já esperada leitura viciante, que cativa e entretém desde as primeiras páginas e que, nos grandes momentos, se revela no que tem de mais surpreendente.
Mas passando a este livro em particular. Narrada, em grande parte, pela voz de Emmy, sobressai desta história, em primeiro lugar, a posição de relativo isolamento da protagonista. Emmy está sozinha na sua demanda, incapaz de convencer seja quem for de que a sua teoria tem fundamento. É, também, uma personagem com uma ligação pessoal a todo o caso. Tudo isto contribui para criar uma certa empatia para com as circunstâncias da protagonista. Além disso, a evolução dos acontecimentos revela também as inseguranças que se contrapõem à persistência, o que faz de Emmy uma personagem bastante mais humana.
Quanto ao mistério propriamente dito, sobressaem, acima de tudo, dois elementos. A porta que é aberta para a mente do assassino, com a questionável fiabilidade dos seus pensamentos, levanta possibilidades e insinua suspeitas que, confirmadas ou desmentidas com o evoluir dos acontecimentos, abrem caminho para umas quantas surpresas. E a forma como, de uma pesquisa isolada para toda uma vastidão de meios disponíveis, o percurso em busca do assassino cresce em dimensão a cada novo obstáculo, leva o enredo para um rumo de crescente intensidade, para culminar, apesar de algumas pontas soltas, num final surpreendente.
Com um enredo cheio de surpresas e uma protagonista especialmente cativante, este é, pois, mais um livro que não desilude. Intenso e viciante... Muito bom.

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