Com quatro tios demasiado protectores a orientar o rumo da sua vida, Regina Ashton pode ter tido dezenas de pretendentes, mas parece cada vez mais difícil encontrar um marido que corresponda às expectativas de toda a sua família. Mas tudo muda quando Nicholas Eden, visconde de Montieth e famoso libertino, a rapta por engano, pensando estar a levar consigo a sua amante. A situação parece ser bastante inocente - ou tão inocente quanto possível, tendo em conta que envolve Montieth. Mas, quando a notícia se espalha, a reputação de Regina pode ficar arruinada. A não ser que, de alguma forma, o solteiro mais irredutível do mundo aceda a casar com ela.
Tendo como elemento central o romance entre os dois protagonistas e todo um conjunto de mal entendidos pelo caminho, este é um livro que tanto consegue surpreender pelos desenvolvimentos positivos como pelas atitudes perfeitamente imbecis de algumas personagens. Neste aspecto, aliás, é o próprio Nicholas Eden que se destaca, tão capaz de se comportar como o perfeito sedutor, e mais que adequado ao seu papel de personagem atormentada, como de agir como um perfeito cretino. Isto faz com que, por vezes, seja extremamente difícil sentir empatia para com ele... pelo menos até ao momento em que uma mudança de atitude ou uma janela aberta para os seus pensamentos permite ver as coisas de uma forma diferente. É preciso dizer que não se redime por completo dos seus defeitos. Ainda assim, acaba por surpreender pela positiva.
Por outro lado, Regina é uma mulher fora do seu tempo, o que a torna especialmente cativante, já que aceita facilmente o que chocaria muitas outras raparigas, ao mesmo tempo que mantém bem vivo o seu lado romântico. Determinada, bastante teimosa e ciente do que quer - bom, em quase tudo - acaba por ser um bom contraponto a Nicholas, criando uma relação que, longe de ser perfeita, acaba por ser bastante cativante.
Mas, dado que o romance entre os protagonistas se define, em grande medida, por todos os seus encontros e desencontros, há todo um conjunto de personagens que influenciam directamente este percurso. Aqui, destacam-se, claro, os quatro tios de Regina, dos quais fica muita vontade de saber mais. Mas também do lado de Nicholas há personagens relevantes - ainda que bem menos simpáticas - e um segredo que contribui em muito para a intensidade do final.
De tudo isto, resulta uma leitura cativante, com personagens que, apesar de uns quantos defeitos evidentes, acabam por conseguir mostrar o seu melhor lado e uma história que, entre os momentos caricatos e os emotivos, acaba por ficar na memória. Uma boa leitura, em suma.
Título: Só Se Ama Uma Vez
Autora: Johanna Lindsey
Origem: Recebido para crítica
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