O que somos, o que queremos, como vivemos. O medo, o desejo, o amor, as relações. A vida, em suma, em todas as suas facetas e grandes questões. Tudo isto está presente neste livro, que, embora relativamente breve, reflecte uma vasta e complexa filosofia que, debruçando-se sobre todos os grandes temas, reflecte uma forma muito única de pensar até o próprio pensamento.
Uma das primeiras coisas que importa referir sobre este livro é que, embora estando repleto de conselhos e ideias interessantes sobre a forma de conduzir a vida, está muito longe de ser o habitual livro de auto-ajuda. É muito mais vasto, muito mais complexo e tem uma concepção muito mais filosófica das coisas do que a dos meros conselhos práticos. Tem a sua medida de espiritualidade, como é evidente, mas debruça-se, sobretudo, sobre o pensamento. Serve de orientação? Possivelmente, e em vários aspectos. Mas é a visão global, mais do que os conselhos específicos, o que fica no pensamento depois de terminada a leitura.
O próprio texto reflecte esta complexidade, o que significa que, apesar das suas menos de duzentas páginas, este é um livro que exige algum tempo e concentração para assimilar, não só devido à complexidade das ideias, mas à densidade da própria escrita. Ainda assim, é tempo que vale a pena, e não apenas porque o conteúdo é, em si, muito interessante, mas porque serve também de ponto de partida para longas e vastas reflexões. É um livro que não se esgota em si mesmo, servindo de base a reflexões posteriores. Afinal, o próprio título é uma pergunta. E das grandes.
Não é propriamente um livro fácil de descrever, tendo em conta a vastidão de ideias que contém. Mas uma coisa é certa: transmite uma visão muito particular e repleta de material para reflexão. Vasto nas ideias, ainda que relativamente breve na forma, leva o seu tempo a assimilar, é certo. Mas vale a pena. Sem dúvida alguma.
Autor: J. Krishnamurti
Origem: Recebido para crítica
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