domingo, 15 de março de 2020

Saga - Volume Sete (Brian K. Vaughan e Fiona Staples)

Marko e Alana reencontraram finalmente a filha e dirigem-se agora ao próximo local seguro onde poderão abrigar-se. Mas isso implica uma paragem para reabastecer, e Phang, o lugar mais próximo disponível, é um sítio delicado onde ficar. Durante muito tempo, o cometa foi acumulando refugiados da interminável guerra entre Coroa e Terravista, e agora há algo de dramático prestes a acontecer. É neste contexto que uma paragem supostamente breve dá lugar a seis meses de estadia - com a descoberta de novas amizades e a certeza terrível e inabalável de que, no fim, as coisas terão sempre de dar para o torto. Afinal, a perseguição não acabou...
Sétimo volume: as mesmas personagens, as mesmas forças em colisão, a mesma luta constante por manter uma família impossível quando todos a querem destruir. E, ainda assim, há sempre algo de novo, o que faz com que uma outra coisa seja comum: o fascínio. É maravilhoso entrar num novo volume desta série, reencontrar personagens que já se tornaram familiares e queridas e vê-las passar por novos lugares, relações e adversidades. Junte-se a este agradável reencontro a sempre constante sucessão de perigos, confrontos e revelações e o resultado é, como sempre, deslumbrante.
Sendo já uma fase tão avançada de uma série em que tanta coisa aconteceu, é impossível dizer demasiado sem estragar algumas das muitas surpresas. Mas há dois aspectos específicos que importa salientar sobre este volume: a evolução visual e a segurança das personagens.
Quanto à arte, não se trata de nenhuma brusca alteração de estilo. Mantêm-se, aliás, a expressividade das personagens, a diversidade de criaturas (que variam entre o grotesco e o adorável) e os cenários fabulosos que surgem onde menos se espera. A evolução tem a ver com as próprias personagens, sobretudo no que respeita ao crescimento de Hazel e às mudanças de Alana, mas também nos novos elementos que vão surgindo sobre figuras aparentemente secundárias (ênfase em aparentemente) como o Sir Robot ou Petrichor. A visão global é a mesma, mas há sempre novos pormenores para desvendar. E isso... bem, é uma espécie de magia.
Quanto à segurança das personagens, vai-se consolidando a cada vez mais firme certeza de que ninguém está realmente seguro. Não é algo de totalmente novo - ao longo da série, houve figuras que foram desaparecendo para dar lugar a novos intervenientes. Mas, neste volume concreto, isto atinge um novo auge, com figuras próximas a assumir novos papéis e até um final que, embora muito breve, é todo um tratado sobre as diferenças entre fé e realidade.
História de amor, de família e de igualdade em plena guerra intergaláctica, esta série consegue acrescentar, em cada novo volume, novas medidas de força e de emoção a uma história em que a ameaça e o perigo são uma constante. E, com a sua mistura de acção e emotividade, o seu fortíssimo núcleo de personagens e a certeza cada vez mais consolidada de que tudo - bom ou mau - pode acontecer, vai-se tornando cada vez mais irresistível. E genial. Sempre.

Autores: Brian K. Vaughan e Fiona Staples
Origem: Recebido para crítica

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