Como outros livros de W.G. Sebald, Os Anéis de Saturno é de impossível classificação: é ficção, viagem, biografia, mito, enciclopédia. Uma viagem a pé pelo litoral inglês de Suffolk e um relato autorreferencial transformam-se numa longa romagem melancólica por lugares da literatura, da arte e da história, as grandiosas (ou malfadadas) construções do espírito humano.
Aqui, como em outros livros, Sebald conduz um paciente trabalho de arqueólogo, resgatando do esquecimento dos homens os prodígios da natureza e da criação lado a lado com a destruição, o horror do holocausto, da guerra, da escravatura.
O movimento exploratório do individual para o universal (e vice-versa), os grandes temas recorrentes do tempo, da memória e da identidade (inesgotáveis em si mesmos e na inimaginável riqueza de manifestações que Sebald observa) mantêm-se em Os Anéis de Saturno. Mas este será talvez o seu livro mais sombrio, mais arrebatador – e mais belo.
W.G. Sebald nasceu em 1944 em Wertach, na Alemanha. Viveu desde 1970 em Norwich, no Reino Unido, onde foi docente de Literatura Alemã. Prosador e ensaísta, é autor de livros que marcaram a literatura contemporânea, como Os Anéis de Saturno, Austerlitz, Os Emigrantes ou História Natural da Destruição, entre outros, tendo sido galardoado com os prémios literários Mörike, Heinrich-Böll, Heinrich-Heine e Joseph Breitbach.
W.G. Sebald morreu em 2001.
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