segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

O Pai Natal e Eu (Matt Haig)

Depois das dificuldades por que passou no albergue, Amélia Wishart tem agora uma nova vida na Elfolândia. Mas, embora haja muito de divertido por ali, nem tudo é fácil. Enquanto única humana - ou pelo menos, a única humana que não foi mergulhada em magia - Amélia sente que não pertence realmente ali, pois não tem jeito para fazer a maioria das coisas que os elfos fazem. E quando o Pai Vodol, o velho inimigo do Pai Natal, começa a espalhar as suas mentiras, Amélia sente que precisa de fazer algo. Não sabe o quê, mas ficar quieta não é uma opção. Até porque, se o Pai Vodol conseguir o que pretende, então deixará de haver Natal.
Recuperando o espírito aventureiro de A Rapariga que Salvou o Natal e também o misto de ternura e vulnerabilidade de Um Rapaz Chamado Natal, este livro conjuga o melhor de ambas as histórias para dar forma a uma aventura cativante, divertida, mas com espaço também para grandes rasgos de emoção. É fácil compreender Amélia e as suas apreensões, sabendo que não pertence ao mundo que deixou, mas também que é totalmente diferente dos que a rodeiam. E é especialmente fácil sentir com ela, pois as dúvidas que a assaltam e a situação em que se vê envolvida conseguem, apesar de toda a abundância de magia, ter muitos e notáveis paralelismos com as pequenas grandes dificuldades do quotidiano real.
Há sentimentos profundos nesta história. Mas há também uma aventura, cheia de perigos, de intrigas, de revelações e de acção. Amélia terá, mais uma vez, de salvar o Natal, com a ajuda dos mais improváveis aliados. E, pelo caminho, talvez descubra o seu lugar. É isto que torna a história tão interessante: há um destino, e um destino muito importante, mas há também uma jornada que é tanto de aprendizagem como... bem, de diversão. Desde a falta de contenção da Duende da Verdade à peculiaridade dos vilões, há em toda esta aventura tanto de humor como de emoção. O resultado é uma aventura irresistível.
E, claro, também neste terceiro livro não falham as deliciosas ilustrações que, com o seu estilo invulgar e a expressividade que conferem à história, complementam na perfeição a beleza e a fluidez da escrita de Matt Haig. Dão mais vida a uma história que, embora pensada para os mais jovens, contém em si algo de universal.
Cheio de ternura, de magia e de esperança, trata-se, pois, de uma história emotiva, cativante e cheia de surpresas. Uma deliciosa aventura para entrar no espírito natalício e lembrar o que realmente importa - nesta época e também no resto do ano. Recomendo. 

Autor: Matt Haig
Origem: Recebido para crítica

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