Da eterna tragédia de Pedro e Inês, e de uma visita aos seus túmulos, nasceu este pequeno conto, que, sendo uma breve e simples aproximação à sua história, não o é simplesmente. Em poucas páginas e com uma simplicidade tocante, a história de Pedro e Inês cruza-se com a de Nero e Nina, companheiros caninos que, talvez, poderiam estar presentes ao longo da história dos seus donos. Que poderiam, talvez, viver algo de um amor diferente, tão diferente como eles, mas igualmente terno. E é de amor este pequeno conto, de um sentimento revelado de forma tão simples, mas tão comovente, que é capaz de cativar leitores de todas as idades.
A história é curta, simples, e as vozes que a contam são também as de Nero e Nina. De longe observam-se, tal como observam os seus donos, e como eles vivem a tragédia. Tudo isto o autor apresenta de forma muito breve, mas com as palavras certas, evocando na perfeição tanto o afecto como a nostalgia, a sensação de uma vaga tristeza que fica no fim. E, sendo esta, em certa medida, a história de Pedro e Inês, é fácil prever que as coisas não acabarão bem. Mas há algo de especial, de fascinante, na forma como, em simples palavras, o autor equilibra as alegrias do amor e a dor da perda, e é isso, principalmente, o que fica na memória.
Importa ainda referir as ilustrações e como também estas se adaptam perfeitamente ao texto. Belas, expressivas e representativas dos momentos essenciais da história, complementam da melhor forma a beleza das palavras, tornando a história mais viva e ainda um pouco mais marcante.
Esta é, pois, uma história muito simples, mas com uma grande força emocional. É, talvez, isso mesmo que a torna tão marcante, mesmo para leitores que há muito deixaram de ser crianças. É tudo isso - a ternura, a simplicidade, a emoção - que faz com que ela fique na memória.
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