A maldição do Anel do Nibelungo ameaça antecipar o Ragnarok, o crepúsculo dos deuses. Friga, a esposa de Odin, amaldiçoa a descendência bastarda do seu esposo, e Odin vê-se impedido de os proteger. Pede, pois, à valquíria Brunilde, a sua filha preferida, que abandone os seus poderes de inortal e que desça ao Midgard, o mundo dos humanos, para desempenhar o que parece ser uma simples missão, mas que alterará por completo os rumos do destino.
Primeiro volume do que será uma trilogia, esta é uma história que se inicia de forma progressiva, começando com momentos mais descritivos e dando lugar à acção à medida que as páginas se sucedem. É também uma história curiosa, passando pelas mesmas fontes em que Tolkien se baseou, mas escolhendo um rumo diferente. Esta é a história dos deuses nórdicos, de Odin, Loki, Freia e muitos mais, mas também a história da descendência humana do deus supremo, com todas as suas tragédias e contratempos.
Para mim, o melhor conseguido neste livro foi a forma como o autor se manteve fiel a uma das suas inspirações (a obra de Wagner), criando contudo um romance fascinante, sensível e pleno de uma identidade própria. Brasey conta-nos as lendas, mas dá-lhes a sua própria voz e, ainda que ao início o livro pareça ser demasiado descritivo, essa impressão depressa dá lugar à curiosidade em saber o que vai suceder a seguir e que forma utilizarão os deuses para punir os desobedientes, bem como à compaixão para com os que são apanhados no jogo da luta entre os deuses de Asgard.
Concluindo: um livro interessante, uma história épica contada de forma acessível e que, passados os primeiros momentos, mais explicativos, mas essenciais para compreender a estranha hierarquia dos deuses nórdicos e do seu estranho mundo, cativa o leitor para dentro da sua narrativa. Eu gostei muito.
Sem comentários:
Enviar um comentário