Tânia Dulce é uma jovem de ampla capacidade para amar e cede aos rogos do doutor Ângelo, narrador de uma movimentada relação de desfecho imprevisível. Médico com sonhos de romancista, o doutor Ângelo percorre caminhos paralelos, do romance real com Tânia Dulce e da trama ficcional que se esforça por escrever.
Em Longe é um Bom Lugar (o resto são histórias), Mário Zambujal volta a cativar os leitores pelo ritmo vivo da prosa em que avultam as surpresas, o humor e a reflexão acerca de comportamentos e situações.
E porque o resto são (também) histórias, o leitor acompanha uma sequência de pequenas ficções, originalmente publicadas na revista Tempo Livre, do Inatel, com o estilo inconfundível a que podemos chamar zambujalesco.
“Partiu do poeta Xavier Mendes o incitamento para que me evaporasse de Lisboa, encontraria a paz criativa na Estalagem da Égua Brava, a milhas de tudo e de todos. Eu retomei a ideia de que longe é um bom lugar quando Xavier garantiu que ali se encontrava o lugar supremo da inspiração, brotavam-lhe poemas ainda antes do pequeno-almoço e estendia-se a veia até ele tombar de sono.
Concedi-me férias no consultório e pedi a aquiescência de Tânia Dulce.
- Estalagem, Ângelo? – estranhou, de nariz empinado. – E sozinho?”
Mário Zambujal estreou-se na literatura em 1980 com a Crónica dos Bons Malandros, um livro que tem cativado sucessivas gerações de leitores e que foi adaptado ao cinema por Fernando Lopes. Seguiram-se Histórias do Fim da Rua e À Noite Logo Se Vê. Após um interregno em que produziu textos para televisão, teatro e rádio, regressou aos livros com Fora de Mão (uma colectânea de contos e crónicas), Primeiro as Senhoras, Já não Se Escrevem Cartas de Amor , Uma Noite Não São Dias e Dama de Espadas.
Actual presidente do Clube de Jornalistas, passou pelos ecrãs da televisão e por vários jornais, como redactor de A Bola e O Jornal, subchefe de redacção do Diário de Lisboa, chefe de redacção de O Século e do Diário de Notícias, director-adjunto do Record, director do Mundo Desportivo e dos semanários Se7e e Tal & Qual.
Em 2011, o espectáculo Crónica dos Bons Malandros - O Musical sobe ao palco, dirigido por Francisco Santos em colaboração com o autor.
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