O que é, afinal, uma vida com sentido? Quais as acções que dão sentido à vida e quais são as características que lhes conferem esta capacidade? Os traços que definem o sentido e as razões da sua importância, não numa perspectiva global, mas na influência sobre cada indivíduo, são o tema das duas conferências que servem de base a este livro.
Cada gesto, cada escolha e cada actividade digna de dedicação têm, de forma mais ou menos consciente, uma associação à construção e uma vida com sentido. E é este o ponto de partida para uma obra que, escrita de forma acessível ao leitor comum, levanta várias possíveis explicações e muitas questões interessantes. É evidente que não há respostas definitivas e destaca-se ao longo do texto uma ambiguidade na definição do objectivo e do subjectivo, bastando esta, por si só, para permitir pontos de vista divergentes.
E pontos de vista divergentes não faltam neste livro já que, no seguimento das duas conferências da autora, surgem os comentários de outros autores, de onde surgem elementos comuns, bem como pontos de discordância que originam ainda uma nova resposta da autora. Fica, pois, desta leitura, a interessante impressão de percorrer em formato papel o que é, no essencial, um debate filosófico.
Também interessante e particularmente evidente nos diferentes textos que formam este livro é a dualidade entre o individual (porque é o sentido da vida do indivíduo que se destaca ao longo da obra) e a necessidade de associação a algo mais vasto. Critérios que nunca são universais - e que, por isso, propiciam ao debate - mas que são explorados ao longo deste livro de forma cativante e esclarecedora.
Interessante, pois, tanto pela forma como o livro é estruturado como pelos conteúdos que apresenta, uma leitura cativante e que apela à reflexão sobre um tema que é, afinal de contas (e independentemente das opiniões divergentes) uma das questões universais. Gostei de ler.
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