Há coisas que só encontramos nas palavras. Viramos a página e damos de caras com aquele companheiro de viagem que nos há-de mostrar o mundo como nunca vimos. Com a alma que ressoa com a nossa e que nos diz que é como nós. Com o coração que se expande ao ver maravilhas de um novo mundo e que, como nós, cresce com elas, ou com as do seu mundo interior. Com o amigo, o mestre, o guia que nunca conheceremos mas por quem o peito se aperta quando sabemos que sombras lhe tem o destino reservadas.
Há coisas que vêm dos livros e que ficam. O refúgio perfeito para aquele momento em que precisamos de fugir. O conforto de encontrar palavras que parecem mesmo feitas para nós. O riso ante aquele instante de leveza que partilhamos com aquelas personagens que, mesmo sendo imaginárias, quase se tornam reais. A certeza de compreender, de conhecer, de viver mil vidas aos portões de cada novo mundo.
E por isso os livros vivem, e nós vivemos com eles. E chamam-nos, olham-nos, contam-nos como é infinito o universo que temos à nossa espera. Abraçam-nos, recebem-nos, acolhem-nos, preservam-nos na certeza de que há magia - há sempre magia, apesar de tudo. Por isso, as palavras ficam no coração e na memória. E é por isso também que há todo um milhão de mundos para descobrir... ao virar de cada página.
Por isso os livros se tornam na melhor das companhias. E, por isso e por muito mais, estão sempre comigo.
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