terça-feira, 14 de dezembro de 2010

O Dia de Todos os Pecados (Colleen McCullough)

Um dia. Doze homicídios. Nada aponta para que todas estas mortes estejam ligadas, a não ser a estranha coincidência de terem todas ocorrido no mesmo dia. Mas o capitão Carmine Delmonico tem um pressentimento de que há, algures, um elo de ligação. E, entre suspeitos poderosos e a possível presença de um espião no centro de todos os problemas, Carmine e a sua equipa terão de encontrar uma forma de encontrar o culpado... e de provar a sua responsabilidade nos acontecimentos.
Muito de bom se diz sobre Colleen McCullough, ainda que este não esteja entre os seus títulos mais conhecidos. Para mim, este foi o primeiro contacto com o trabalho da autora e devo dizer que o balanço é claramente positivo.
O Dia de Todos os Pecados é um policial que, ao passar-se na época da Guerra Fria, permite a visão de uma investigação sem grande auxílio da tecnologia e, por isso, centrada nas capacidades de investigação dos envolvidos. E a autora cria neste livro um enredo complexo, com tantas possibilidades em conflito que, nalguns momentos, chega a ser confuso. Mortes suaves e mortes tenebrosas. Espionagem, chantagem, conflitos de interesses, jogos de poder... E tudo isto num cenário onde as pistas vêm de onde menos se espera e, onde por vezes, nada parece ter solução.
Se o enredo é, na sua generalidade, bastante interessante, há algo de distância relativamente às personagens. Nem só as mortes misteriosas são causa de conflito, mas também uma promoção iminente que parece levantar algumas dúvidas. Além disso, a relação entre Carmine e o agente do FBI destacado para a investigação do caso de espionagem, parece ser tudo menos cordial. Ainda assim, falta uma certa componente de emoção, já que, apesar de todos os atritos e até alguns momentos de tensão bastante poderosos, é apenas sobre Carmine que existe a possibilidade de uma certa preocupação, já que é apenas nele que se vislumbra algo de humanidade, alguém que pode, apesar de tudo, ser abalado.
Uma história cheia de mistério, com uma escrita fluída e agradável e alguns momentos intensos e surpreendentes. Faltou apenas um pouco mais de proximidade às personagens para tornar ainda mais interessante esta história complexa, mas de leitura bastante envolvente.

1 comentário:

  1. Tens de ler os Pássaros Feridos, ou o toque de midas. Esta é mesmo uma escritora minha de eleição. Este ainda não li mas acredito que seja muito bom, já manda a tradição! Boas Leituras

    ResponderEliminar