quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Divulgação: Novidade Quetzal

Inseparáveis desde a infância, Denise e o seu irmão mais velho Nik,partilharam em Los Angeles os sonhos rebeldes de toda uma geração entre o fim dos anos 1970 e o início dos 1980. Desde que recebeu a primeira guitarra que Nik dedicou à música toda a sua existência, embora nunca tenha sido um músico brilhante. Agora, com cinquenta anos, recria e reescreve a carreira e a glória que não teve, trabalhando minuciosa e incessantemente num imenso arquivo pessoal. Denise, por seu turno, lutando contra o esquecimento da mãe, as saudades da filha e as angústias secretas que a atormentam, tenta trazer o irmão para a realidade, ou vice-versa. E quando Ada, a filha, decide fazer um documentário sobre o tio Nik, as vulnerabilidades de cada parecem escalar, destruindo todos os tabus.
Num mundo que celebra o sucesso, o que acontece aos que que nunca atingem o reconhecimento? É a esses – os que se mantiveram no caminho dos seus sonhos e das suas ambições – que este magnífico romance é dedicado – com a máxima justeza.

Com apenas três romances – distinguidos com várias nomeações e prémios (Los Angeles Times Best Book of the West; New York Times Notable Book of the Year, entre outros) –, Dana Spiotta tem sido aclamada pela crítica como uma das grandes vozes da ficção americana dos últimos anos.
Spiotta é professora da Universidade de Syracuse e vive em Nova Iorque com o marido e a filha. Destruir a Prova (Quetzal, 2013) foi o seu primeiro romance publicado em Portugal. Com Stone Arabia a Quetzal dá continuidade à publicação da sua obra.

Divulgação: Novidade Topseller

Lydia e Kirstie tinham 6 anos e eram gémeas idênticas. Quando Lydia morre acidentalmente na queda de uma varanda, os pais mudam-se para uma pequena ilha escocesa, na esperança de reconstruírem, com a filha que lhes resta, as suas vidas dilaceradas.
Mas um ano depois, a gémea sobrevivente acusa os pais de terem cometido um erro e afirma que quem caiu da varanda foi Kirstie e não ela. Na noite em que uma tempestade assola a ilha e deixa mãe e filha isoladas, elas dão por si a serem torturadas pelo passado e por visões inexplicáveis, que quase as levam à loucura. O que terá acontecido realmente naquele fatídico dia em que uma das gémeas morreu?

S. K. Tremayne, que tem privilegiado a descrição enquanto autor, é um premiado jornalista de viagens. Nasceu em Inglaterra, em 1963, e estudou Filosofia na University College London. Como jornalista escreveu para o Times, o Daily Mail, o Sunday Times e o Guardian. Em 2013 tornou-se blogger e comentador para o Daily Telegraph, no Reino Unido. Vive em Londres e tem duas filhas.

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Vivo-te (Mónica Canário)

Sophia nunca foi de grandes romantismos nem nunca se imaginou a viver uma relação. Mas a sua vida está prestes a mudar - de todas as maneiras. Quando, num dia de Verão, o seu olhar se cruza pela primeira vez com o de Dinis, Sophia pensa que poderá muito bem ter encontrado o amor da sua vida. Mas, mesmo enquanto descobre a magia dos afectos, há uma tragédia à espera de acontecer. O que parece ter sido um simples desmaio revela-se como o início de uma longa luta, com a descoberta de uma leucemia. E, entre o amor e a morte, Sophia não está disposta a partir sem dar luta... mas será isso o suficiente.
Passado em pleno pico de emoções da adolescência, este é um romance que conjuga dois dos grandes componentes da vida: o amor e a morte. E, vendo-os da perspectiva de uma adolescente, explora-os com todo o impacto que têm na juventude. A história de Sophia é, ao mesmo tempo, a da descoberta do seu primeiro amor e a da sua mortalidade. E, a partir daqui, criam-se as bases para uma história com grande potencial.
Talvez por isso mesmo, por o potencial ser tão vasto, fica a impressão de que tudo é contado de forma demasiado breve. O amor, as amizades, a luta travada contra a doença, a derradeira conclusão... tudo é resumido ao essencial, num conjunto de momentos e revelações importantes, e contados de forma cativante, mas que parecem deixar também bastante por contar. Parte deve-se às inevitáveis limitações de se contar a história - ou grande parte dela - na primeira pessoa. Ainda assim, fica a impressão de que certos aspectos são abordados de forma algo apressada, levando a que algumas mudanças pareçam ser demasiado bruscas.
Há, ainda assim, vários pontos positivos a contrapor a este ritmo acelerado. Primeiro, a escrita, que, bastante simples, mas com um agradável tom introspectivo, confere uma voz credível à protagonista. Depois, o desenvolvimento da história para lá do romance entre os protagonistas, não esquecendo as outras personagens que são importantes na vida de Sophia. E, por último, o cativante crescendo de tensão na forma como o possível resultado da luta contra a doença é apresentado, num delicado equilíbrio entre esperança e resignação que, ao longo do enredo, mantém a impressão de que qualquer final é possível.
Tendo tudo isto em conta, a impressão que fica é a de uma história que talvez pudesse ter sido mais desenvolvida, mas que, apesar disso, proporciona uma leitura cativante e agradável, ao mesmo tempo que leva a reflectir sobre essas tais duas facetas basilares da vida: o amor e a morte. Uma boa leitura, em suma. 

Título: Vivo-te
Autora: Mónica Canário
Origem: Recebido para crítica

Divulgação: Novidade Topseller

Formosa e culta, Aldegundes de Bragança era a quinta filha do rei D. Miguel, banido de Portugal no seguimento das Guerras Liberais que o opuseram ao seu irmão D. Pedro. Casada aos 18 anos com o príncipe italiano Enrico de Bourbon-Parma, cedo descobriu o homem azedo que o seu semblante belo e distinto escondia.
Os trinta anos de matrimónio foram tecidos de momentos ora de paixão, ora de discórdia, tendo como palco o seu palácio veneziano, o castelo dos Braganças na Áustria ou os iates que os levavam frequentemente a terras distantes. A maior batalha da sua vida, porém, foi a que travou em busca do sonho de ser mãe.
Visitou Portugal clandestina, impedidos como estavam os herdeiros de D. Miguel de entrar na sua pátria. Pátria essa à frente de cujos destinos sonhou um dia poder ver o seu amado sobrinho D. Duarte Nuno de Bragança, pai do actual pretendente à Coroa portuguesa.
Esta é a história da Princesa de Parma, uma mulher decidida e iluminada, que reclamou para si o título de duquesa de Guimarães e que fez do seu drama pessoal a força para vencer, encontrando na luta pela restauração da monarquia em Portugal a sua derradeira paixão.

Maria João Fialho Gouveia nasceu em Lisboa a 14 de Novembro de 1961, mas foi no Estoril que cresceu e estudou. Tirou o curso Comunicação Social, e depois de Línguas, sendo diplomada pela Universidade de Cambridge. Rendida ao apelo da História, porém, regressou anos mais tarde aos bancos da Universidade Aberta, para estudar a disciplina que sempre a encantara.
Começou a sua carreira jornalística aos 18 anos, passando por todas as áreas da comunicação, da imprensa escrita à televisão. Escreveu para o semanário Blitz durante 16 anos, foi colaboradora do Se7e e A Capital, integrou por três anos a equipa da Antena 1 e foi redactora da revista VIP. Entretanto, trocou o jornalismo pela docência, leccionando Inglês no Ensino Básico.

Divulgação: Novidade Porto Editora

João Gonzales Zarco é o protótipo do treinador de futebol moderno. Impecavelmente vestido e de rosto fechado, domina o balneário como ninguém e é conhecido pelas suas conferências de imprensa inflamadas, destroçando todos os que se intrometem entre a sua equipa e o sucesso.
Scott Manson, o seu fiel adjunto no London City FC, é o mediador sempre disponível para apoiar incondicionalmente os rapazes. Não inspira nos adversários o mesmo temor que o treinador principal mas os jogadores adoram-no e o patrão, um oligarca ucraniano cuja imensa fortuna surge associada ao fantasma da dissolução da União Soviética, tem plena confiança nele. Todos sabem que o futebol é um desporto de vida ou morte, mas desta vez é literal: Zarco é encontrado morto no seu próprio estádio. E não sendo a polícia propriamente bem-vinda nas instalações do clube londrino, será Manson quem ficará encarregado de encontrar o assassino.

Philip Kerr nasceu em Edimburgo, em 1956, e é o autor bestseller dos célebres thrillers em torno da personagem Bernie Gunther (no catálogo da Porto Editora figuram já O Projecto Janus e Se os mortos não ressuscitam), pelos quais recebeu, em 2009, os prémios CWA Ellis Peters Historical e RBA International for Crime Writing. Para além dos catorze romances publicados, escreveu uma série de livros juvenis com o pseudónimo de P. B. Kerr. Colabora assiduamente em publicações como o Sunday Times, o Evening Standard e o New Statesman. Um dos nomes mais consagrados do policial britânico, é traduzido em 25 idiomas e várias das suas obras foram adaptadas ao cinema e à televisão. Um adepto de longa data do Arsenal, vive agora em Londres.

Divulgação: Novidade Quetzal

Um jovem nigeriano que vive em Nova Iorque, regressa a Lagos, capital da Nigéria, numa curta viagem e reencontra a sua cidade de origem familiar e estranha, ao mesmo tempo. Deambula em busca da observação da diversidade e intensidade da vida que nela vive. A América mudou-o de maneiras imprevisíveis. Ele encontrará velhos amigos, uma antiga namorada, demais família, enquanto penetra nas energias fervilhantes da vida em Lagos – criativa, malévola, ambígua – e se reconcilia com a cidade e com a verdade sobre si próprio.

Teju Cole nasceu nos Estados Unidos em 1975 e foi criado na Nigéria. É autor dos romances Todos os Dias São Bons para Roubar e Cidade Aberta, vencedor do Prémio PEN/Hemingway, finalista do National Book Critics Circle Award e publicado pela Quetzal em 2013.

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Half Wild - Entre o Humano e o Selvagem (Sally Green)

Nathan está em fuga. Pode ter encontrado o pai e ter recebido o seu dom, mas isso não atenua em nada as suas dificuldades. Os Caçadores perseguem-nos. Os Bruxos Negros parecem querer dele apenas uma coisa: que cumpra a profecia e mate o pai. E, à medida que o tempo passa, parece cada vez mais improvável que Gabriel consiga chegar ao ponto de encontro que combinaram. Mais só do que nunca, Nathan tenta aprender a controlar o seu dom, ao mesmo tempo que procura uma pista que o leve ao seu amigo. Mas, mesmo que consiga, isso não chega. Há uma guerra prestes a acontecer. e é bem possível que Nathan esteja no seu centro.
De ritmo um pouco mais pausado que o anterior, mas igualmente cativante, Half Wild retoma a história num ponto de viragem para o seu protagonista. É por isso, aliás, que este segundo volume funciona, em certa medida, como uma fase de transição. Nathan tem de aprender a lidar com a sua natureza, de encontrar o que perdeu, de descobrir o seu lugar num mundo em que, sendo diferente de todos, está na origem de mudanças devastadoras. E estas mudanças levam tempo a assimilar, vindo daí o tal ritmo mais lento.
Isto não significa que não haja coisas interessantes a acontecer, tanto no cenário global como no crescimento pessoal do protagonista. No contexto global, ainda que visto apenas através da informação que Nathan obtém daqueles com quem comunica, há uma grande mudança a acontecer, mudança essa que está na base de muitos dos momentos mais intensos da história. E quanto a Nathan, há todo um conjunto de novas descobertas - sobre o seu dom, sobre o que os rodeiam, sobre a própria essência de se ser diferente - que, reflectindo mais que nunca a sua solidão, fazem dele uma personagem mais forte e mais empática.
Para esta impressão de empatia contribui também o facto de a história ser narrada do ponto de vista de Nathan, o que confere aos acontecimentos uma perspectiva mais pessoal. Além disso, com a entrada em cena de novas personagens - e a inevitável revelação de novas facetas das já conhecidas - todo o equilíbrio se altera, culminando num final que, intenso e surpreendente, cria grandes expectativas para o que se seguirá.
O que fica de tudo isto é a impressão de uma história de contrastes, em que a linha entre o bem e o mal facilmente se esbate. Um livro que, com personagens fortes, reviravoltas inesperadas e um muito marcante percurso de crescimento, cativa desde o início e nunca deixa de surpreender. Muito bom. 

Título: Half Wild - Entre o Humano e o Selvagem
Autora: Sally Green
Origem: Recebido para crítica

Para mais informações sobre o livro Half Wild - Entre o Humano e o Selvagem, clique aqui.

Divulgação: Novidade Marcador

Chegou a altura de coroar a vencedora. Quando foi escolhida para competir na Seleção America nunca imaginou chegar perto da coroa – ou do coração do Príncipe Maxon. Mas à medida que o fim da competição se aproxima e as ameaças fora dos muros do palácio se tornam mais cruéis, America descobre o quanto tem a perder – e o quanto terá de lutar pelo futuro que deseja.

Kiera Cass cresceu na Carolina do Sul e é formada em História pela Universidade de Radford. Actualmente, vive com a sua família em Christiansburg, na Virgínia, EUA. A trilogia A Seleção colocou-a no primeiro lugar da lista de livros mais vendidos do The New York Times. Nos tempos livres, gosta de ler, dançar, fazer vídeos e comer quantidades excessivas de bolos. Pode ficar a saber mais saber mais sobre ela em kieracass.com.

domingo, 27 de setembro de 2015

Cidades Fantásticas (Steve McDonald)

Arte-terapia e livros de colorir para adultos. Dois conceitos que não me eram estranhos, mas que nunca me tinha sentido tentada a experimentar. Porquê? Digamos que o meu jeito para a pintura, o desenho e semelhantes artes visuais nunca foi propriamente abundante. Na verdade, as aulas de Educação Visual eram, em muitos aspectos, a matéria de que eram feitos os meus pesadelos. Ora, tendo isto em conta, a ideia de levar um lápis a um livro, tendo em conta o - nenhum - talento que eu tenho para as artes visuais, parecia-me algo como um sacrilégio.
Mas tudo mudou quando este livro me apareceu na caixa do correio.


E por "mudou" não quero dizer que tenha deixado de sentir as tais apreensões relativamente ao meu jeito para a pintura. Principalmente depois de abrir o livro e ver imagens como esta:


As fotos não têm lá grande qualidade, mas dá para ter uma ideia da quantidade de detalhes que as imagens têm, não dá? Ora, isto não é propriamente um ponto de partida fácil. Mas como nem todos os desenhos são assim tão complexos, e porque, apesar das dificuldades, me pareceu uma ideia deliciosa, decidi deitar mãos ao trabalho. E, para não dar logo em catástrofe, comecei pela página de título. Que ficou assim:


Foi mais ou menos por esta altura que descobri o encanto deste género de livro. Para começar, e pelo menos neste livro em particular, as imagens são lindas e não é preciso ter grande jeito - acreditem, eu sei! - para conseguir um resultado bonito. Além disso, há algo de estranhamente cativante em mergulhar neste tipo de tarefa - escolher cores, explorar a imagem, esquecer o mundo e simplesmente colorir.


De momento, continuo embrenhada neste novo vício. Por isso, deixo-vos com mais algumas fotos - não muito boas - das páginas que comecei. E com esta sugestão - para quem gosta deste género de livro ou para quem está a pensar experimentar - de um livro muito bonito e em que cada imagem é um desafio.



Título: Cidades Fantásticas
Autor: Steve McDonald
Origem: Recebido para crítica

sábado, 26 de setembro de 2015

A Vinha do Anjo (Sveva Casati Modignani)

Angelica Brugliani é uma mulher de sucesso a lidar com uma situação difícil na sua vida pessoal. Tendo recentemente descoberto que o marido a trai, vê-se na necessidade de tomar uma decisão que sabe que vai mudar a sua vida. E é enquanto pensa, com mágoa, naquilo em que o seu casamento se tornou, que Angelica se vê envolvida num acidente. Ainda que sem grandes consequências, esse acidente marcará o ponto de viragem na sua vida. Primeiro, porque funciona como o despoletar de uma acção relativamente aos casos do marido. Mas, principalmente, porque o seu caminho se cruza pela primeira vez com aquele que poderá ser o homem da sua vida. Mas depois de tantas desilusões e com tanto em que pensar, poderá Angelica acreditar ainda na existência do homem perfeito?
História de uma mulher forte, mas humana e, por isso, vulnerável, este é um livro que surpreende, em primeiro lugar, pela forma como entrelaça as possibilidades românticas com uma história mais vasta. Há um envolvimento emocional considerável - e não apenas na história de Angelica - , mas também uma boa dose de realidade, com sonhos concretizados e abandonados, vidas profissionais complexas e exigentes e percursos de crescimento que não acabam com a entrada na idade adulta. 
É, na verdade, esta teia de elementos diferentes, mas tão cuidadosamente equilibrados que torna a história tão interessante, pois, mesmo quando é fácil compreender as decisões das personagens, permanece a vontade de saber mais. E, continuando a acompanhar os acontecimentos, surgem surpresas e escolhas diferentes e, no fim, tudo acaba por fazer sentido. É assim, ao acompanhar o crescimento das personagens, que a história ganha força. E é isso, precisamente, que a torna tão envolvente.
Também cativante é a escrita da autora que, sem elaborações desnecessárias, mas fluída e equilibrada na forma como apresenta as diferentes facetas do seu enredo, sejam elas a beleza dos cenários ou o impacto emocional de uma descoberta inesperada, confere à história um ritmo quase irresistível. Mesmo na fase inicial, quando há muitos mistérios por desvendar e algumas das escolhas são difíceis de compreender, esta fluidez cativa para a história, despertando a vontade de continuar a ler e de descobrir o que se segue.
Ainda um outro aspecto particularmente relevante - e interessante - é a construção do passado das personagens. Aqui, é Tancredi que se destaca, pois estão no seu passado alguns dos momentos mais marcantes da história. Ainda assim, há no passado de todas as personagens mais relevantes algo de marcante para descobrir e um conjunto de emoções que, com raízes profundas, contribuem também em muito para a construção de um final memorável, surpreendente - e muito adequado.
A soma de tudo isto é, claro, uma boa leitura. Uma história cativante, com personagens fortes e em que o romance tem um papel importante a desempenhar, mas onde todas as outras facetas da vida são igualmente relevantes. Envolvente, surpreendente e marcante em todos os momentos certos, um livro que recomendo. 

Título: A Vinha do Anjo
Autora: Sveva Casati Modignani
Origem: Recebido para crítica

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Divulgação: Novidade Porto Editora

Barbara Parker é Miss Blackpool 1964, mas as suas aspirações são outras e vão para além do mundo dos concursos de beleza. O seu maior desejo é fazer rir as pessoas. Assim, deixa Blackpool e a família e muda-se para Londres, onde arranja emprego na secção de cosmética de um grande armazém, enquanto tenta descobrir como chegar à ribalta. Um encontro acidental com um agente resulta numa nova identidade e numa audição para a mais recente comédia da BBC – chegou a hora de Sophie Straw brilhar.
Uma Rapariga Endiabrada é a história de um programa de televisão e das pessoas por detrás dele: os argumentistas, Tony e Bill, amigos desde o serviço militar e obcecados por comédia; o produtor, Dennis, inteligente, calmo e dedicado à equipa em geral, e a Sophie em particular; e o atraente Clive, que contracena com Sophie na série e se acha destinado a coisas melhores.

Nick Hornby é autor de cinco bestsellers: Alta Fidelidade, Era Uma Vez Um Rapaz, Como Ser Bom, Um Grande Salto e Juliet, Nua, bem como de um romance para jovens, Slam – A Vida Como Ela É. As suas obras de não-ficção incluem Febre no Estádio, 31 Canções, The Complete Polysyllabic Spree e Stuff I’ve Been Reading. O seu argumento para o filme Uma Outra Educação foi nomeado para um Óscar.

Divulgação: AVC do Amor, de Luís Abreu

AVC do Amor é um texto de ficção, baseado na realidade e que relata, de uma forma “leve”, não espiritual e alegre a rotina diária de uma paralisia causada por um AVC. 
Neste texto, o autor, ele próprio tetraplégico, faz um relato muito verosímil e realista dessa condição, misturando-o com grandes paixões, com uma viagem a outra dimensão e com alguns episódios ligeiramente humorísticos.
Com várias histórias, AVC do Amor conta-nos alguns eventos passados na adolescência e na vida adulta de Rodrigo. Personagem principal que se recusa a acreditar no AVC e que, com a pertinência das suas questões, leva o leitor a duvidar da sua condição de tetraplégico. O autor guarda segredo da sua condição e nunca revela se está mesmo tetraplégico, deixando essa decisão ao leitor.
O texto percorre várias fases da vida de Rodrigo, personagem usado para o autor reflectir sobre os múltiplos assuntos que o apoquentam negativa ou positivamente.
É uma obra desconcertante que provocará, de certeza, múltiplos sentimentos conforme o estado de espírito de cada leitor.

Luís Abreu nasceu no ano de 1973 em Luanda. Veio para Portugal com 30 meses para morar em Vieira de Leiria, aos 4 anos mudou-se para Paio Pires e aos 13 anos foi viver para Almada. Estudou engenharia informática no IST, foi sócio de uma empresa de novas tecnologias e trabalhou numa multinacional onde esteve envolvido em projectos de âmbito nacional. Em 2006 teve um avc gravíssimo que quase o levou à morte. Contrariando as evidências sobreviveu e, desde então, tem tido vários ganhos que, apesar de lentos, são o culminar de muito esforço e dedicação do próprio e de todos que o rodeiam.

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Pares Difíceis da Língua Portuguesa (Sandra Duarte Tavares e Sara de Almeida Leite)

É habitual dizer-se que a língua portuguesa é muito traiçoeira e isso torna-se particularmente evidente na abundância de palavras que, por serem semelhantes na pronúncia ou na grafia, podem gerar alguma confusão. E é para acabar com este tipo de confusões que surge este livro, que, de forma organizada e com explicações claras e sucintas, diferencia estes pares de palavras que muitas vezes se confundem. Um guia que, acessível e esclarecedor, pode, sem dúvida alguma, ser de grande utilidade.
Uma das grandes forças deste livro é o facto de ser acessível, isto é, de fácil compreensão, mas não simplista. As autoras apresentam a sua lista de palavras de forma simples e organizada, apresentando para cada uma delas uma explicação breve, mas clara, e diferenciando, quando necessário, os motivos de confusão. Além disso - e porque nunca nada é assim tão simples - referem-se os vários sentidos associados às palavras e as que, não o parecendo, têm significados semelhantes. Tudo isto de forma breve, mas clara, e sempre com exemplos que facilitam a compreensão.
Além disso, com a lista de pares de palavras organizada por ordem alfabética, torna-se mais fácil a consulta de um termo específico. Aliás, este é outro ponto forte neste livro: o facto de ser bastante acessível para quem o quiser ler de ponta a ponta, mas também de fácil consulta para quando se procura a resposta a uma dúvida específica. É neste aspecto, aliás, que a organização ganha especial importância, pois é fácil localizar aquilo que se procura e, desta forma, encontrar uma resposta rápida e esclarecedora.
A impressão que fica é, por isso, a de mais um guia útil e esclarecedor. Útil para tirar dúvidas sobre o significado e a forma como se escrevem determinadas palavras, e esclarecedor na forma como apresenta explicações claras e fáceis de assimilar. Um bom livro para se ter à mão, em suma. Recomendo.

Título: Pares Difíceis da Língua Portuguesa
Autoras: Sandra Duarte Tavares e Sara de Almeida Leite
Origem: Recebido para crítica

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Ventos de Mudança em Summerset Abbey (T.J. Brown)

O mundo está a mudar. Foi, aliás, uma mudança drástica que fez com que os caminhos de Victoria, Rowena e Prudence se separassem. Mas o que está a acontecer é mais do que a alteração provocada por uma tragédia pessoal. É a própria mentalidade da época que está a ganhar uma nova forma, movida em grande parte pela chegada da guerra. Um ano antes, ninguém teria imaginado uma mudança tão drástica nas suas vidas: Rowena noiva de Sebastian e a pilotar aviões; Victoria a viver sozinha e a trabalhar como enfermeira; Prudence a superar as memórias de uma vida passada e a adaptar-se ao seu novo papel. Mas há ainda assuntos inacabados. E, para seguirem em frente com as suas vidas em tempos tão sombrios, as três irmãs têm, inevitavelmente, de enfrentar aquilo que as assombra - e de fazer uma escolha.
Retomando a história dos volumes anteriores e tendo por isso bastante em comum com eles, este é um livro que, enquanto conclusão da trilogia, vem responder a muitas das perguntas deixadas em aberto. Desde a relação de Rowena com Jonathon e Sebastian à estranha amizade de Vic e Kit, passando ainda pelas mudanças que ocorrem no casamento de Prudence, há muitas pontas soltas que, tendo ficado em aberto nos volumes anteriores, encontram aqui uma resolução final. Acrescente-se a isto a turbulência de um cenário de guerra e se há coisa que não falta neste livro é acontecimentos a explorar.
Talvez por isso fica a impressão de que alguns aspectos do enredo podiam ser mais desenvolvidos, já que situações como a de Victoria a trabalhar na frente ou o que acontece a Andrew têm um potencial emotivo que acaba por não ser plenamente explorado. Há, ao longo de todo o livro, a sensação de uma distância para com as personagens que resulta, em grande medida, do desenvolvimento sucinto dos acontecimentos. Isto não quer dizer que não haja emoção, porque há-a em abundância. Fica, ainda assim, a impressão de que mais poderia ter sido dito sobre este aspecto.
Não deixa por isso de haver muito de interessante nesta história, quer pelas experiências vividas pelas personagens, quer pela mudança de mentalidades que lhe está subjacente. Há, aliás, um aspecto particularmente interessante neste desenvolvimento: é que, apesar de haver uma certa dose de romance no decorrer do enredo, as escolhas verdadeiramente importantes não assentam em idealismos de paixão, mas antes em razões mais realistas. Ora, o final pode ser um pouco menos cor de rosa por causa disto, mas acaba por ser mais adequado.
A impressão que fica é, portanto, a de uma conclusão à altura das expectativas. Um livro que, abordando de forma relativamente simples uma época de complexas mudanças, apresenta um enredo cativante, com personagens fortes e bastantes surpresas ao longo do caminho. Uma boa história, em suma.

Título: Ventos de Mudança em Summerset Abbey
Autora: T.J. Brown
Origem: Recebido para crítica

Divulgação: Novidade Clube do Autor

Baseado em documentos históricos oficiais este livro reproduz rigorosamente os métodos e meios de extermínio em massa aplicados pelos nazis em Auschwitz-Birkenau. Uma obra fundamental para combater o esquecimento.
Quando o campo de Auschwitz foi libertado, em Janeiro de 1945, grande parte dos arquivos da Direcção de Construções SS foram parar às mãos dos soviéticos, intactos. Jean-Claude Pressac traça a história da «solução final» de uma forma detalhada, rigorosa e impressionante. 
As ordens de Hitler, Himmler e Eichman e as acções dos engenheiros e responsáveis de empresas privadas que contribuíram para a «solução final».

Jean-Claude Pressac, nascido em 1944 e falecido em 2003, era farmacêutico de formação. A paixão pela história do século XX orientou-o para o estudo do Holocausto. 
Foi conselheiro do Museu do Holocausto, em Washington.

Divulgação: Novidade Noites Brancas

Jennifer e Ian são rivais no escritório onde trabalham.
Mas o que acontece quando são forçados a passar mais tempo juntos do que o habitual? 
Um romance irónico e afectuoso sobre as relações entre homens e mulheres no local de trabalho. 
Um romance divertido e romântico como alguns dos mais populares filmes de Hollywood, recomendado para todos os que precisam de um momento de evasão.

Anna Premoli nasceu em 1980 na Croácia. Deixa-me odiar-te foi publicado inicialmente em ebook transformando-se num fenómeno do passa-a-palavra. A posterior publicação em livro valeu-lhe o Prémio Literário Bancarella e a liderança do top de vendas.

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Divulgação: Novidades Marcador

ELES SABEM QUEM ELE É…
ANDAM À SUA PROCURA…
UM, NOVE, UM, SEIS É A RESPOSTA
PARA UM MUNDO NOVO.
SEM LIMITES, NEM FRONTEIRAS, ONDE…
TUDO É POSSÍVEL

Em Os Números Que Venceram os Nomes, Samuel Pimenta consegue, com uma destreza literária que nos prende do início ao fim, contar uma história empolgante, que, embora passando-se num futuro imaginário, questiona muitos dos problemas das sociedades contemporâneas – a substituição estéril de um mundo espiritual por uma realidade puramente material. 
Num futuro distante, comprovada matematicamente a existência de Deus, os homens são obrigados a trocar os seus nomes por números. Ergue-se uma ditadura global, em que todos são controlados e descaracterizados, uma sociedade de uma única religião, em que os algarismos definem tudo – pessoas, países, ruas, animais -, em detrimento da essência de cada um. 

SAMUEL PIMENTA nasceu a 26 de Fevereiro de 1990, em Alcanhões, Santarém. Começou a escrever com dez anos e licenciou-se em Ciências da Comunicação pela Universidade Nova de Lisboa. Em 2012, venceu o Prémio Jovens Criadores na vertente de Literatura, promovido pelo Governo de Portugal e pelo Clube Português de Artes e Ideias. Recebeu, em 2014, a Comenda Luís Vaz de Camões, atribuída pela “Literarte – Associação Internacional de Escritores e Artistas”, no Brasil, assim como o Prémio Liberdade de Expressão 2014, atribuído pela Associação de Escritores de Angra dos Reis, Brasil. Tem participado em diversas conferências e encontros literários nacionais e internacionais e tem colaborado com publicações em Portugal, Brasil, Angola, Moçambique e Galiza. Actualmente, divide-se entre Lisboa e o Ribatejo, é cronista e escreve regularmente para o seu blog pessoal.

Graças à escrita poderosa dos dois repórteres, que acompanharam o caso desde o início, Jogo Sujo é simultaneamente uma história de crime fascinante, e um alerta para os abusos de poder e um olhar penetrante sobre Boston.
John Connoly, e James «Whitey» Bulger, o maior, cresceram juntos nas ruas de South Boston. Décadas mais tarde, em meados dos anos 1970, voltaram a encontrar-se. 
Então, Connolly era uma figura importante na delegação do FBI de Boston e Whitey tornara-se padrinho da Máfia irlandesa. O que aconteceu depois – um negócio sujo para derrubar a máfia italiana em troca de proteção para Bulger – depressa escapou ao controlo do FBI, dando origem a homicídios, tráfico de droga, acusações e extorsão e, por fim, ao maior escândalo envolvendo informadores, em toda a história do FBI.

LEHR E O´NEILL são os autores de The Underboss: The Rise e Fall of a Mafia Family. 
Inicialmente publicado em 2000 e Jogo Sujo, o livro que deu origem ao filme e foi produto da investigação destes dois jornalistas, foi um bestseller do New York Times e do Boston Globe durante quarenta e oito semanas consecutivas.

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

500 Erros Mais Comuns da Língua Portuguesa (Sandra Duarte Tavares)

Erros. Já todos nos cruzámos com eles. Seja a gralha que escapou por distracção, o mais flagrante erro ortográfico num qualquer cartaz ou até aquela palavra que alguém pronuncia de uma forma muito estranha. Alguns são facilmente reconhecíveis. Outros nem tanto. Mas, mais ou menos frequentes, mais ou menos evidentes, é importante reconhecê-los e corrigi-los. E, para esse fim, este livro é um óptimo guia.
Sendo, acima de tudo, uma listagem de erros, com as devidas correcções e explicações, este é um livro em que um dos principais pontos fortes é a forma como está organizado. Não por tipo de erro, ainda que o tipo seja identificado em cada caso, mas antes por ordem alfabética, permite, numa consulta rápida, encontrar facilmente aquilo que se procura. Além disso, a explicação sucinta que é apresentada permite uma fácil compreensão.
Claro que, se se estiver a ler o livro de ponta a ponta, há erros bastante semelhantes e, nestes casos, também as explicações são parecidas. Mas, tendo em conta o tipo de livro, esta repetição de ideias faz sentido, já que facilita a consulta quando se procura apenas um caso em particular. Além disso, através desta repetição é também possível identificar uma série de padrões, o que acaba por facilitar também a memorização das regras que definem as formas correctas.
O outro grande ponto forte é o facto de ser um livro bastante completo. Não, as explicações não são exaustivas, nem parece ser esse o objectivo. Mas, ao apresentar um grande conjunto de erros - muitos dos quais ocorrem frequentemente - , a autora faz deste livro um bom ponto de partida para tirar dúvidas, sendo bastante provável que, algures entre os quinhentos erros aqui listados, seja possível encontrar a resposta para várias dúvidas recorrentes.
A impressão que fica é, por isso, a de um bom guia para esclarecer umas quantas dúvidas de português, para corrigir erros frequentes e, nalguns casos, para ficar com uma ideia mais clara do porquê de se escrever de uma determinada forma. Interessante e muito útil, um livro que recomendo.

Título: 500 Erros Mais Comuns da Língua Portuguesa
Autora: Sandra Duarte Tavares
Origem: Recebido para crítica

sábado, 19 de setembro de 2015

Deuses de Dois Mundos - O Livro do Silêncio (P J Pereira)

Quando um ambicioso jornalista recebe uma carta anónima a informá-lo de um envenenamento prestes a acontecer nos iogurtes de uma fábrica de lacticínios, este sabe que pode muito bem ter o artigo da sua vida nas mãos. Mas está longe de imaginar que, ao mesmo tempo, há uma outra faceta do mundo que está prestes a ser-lhe revelada. Newton foi forjado com um destino invulgar - e esse destino acaba de lhe bater à porta. Entretanto, noutro tempo de outro mundo, um adivinho recebe também a missão da sua vida: libertar os odus antes que o seu silêncio se torne permanente, mudando para sempre a história do mundo tal como a conhecem. À primeira vista, pouco há de comum entre estas duas histórias - excepto, é claro, a presença do divino. Mas, no que diz respeito aos meandros do destino, é bem possível que esteja tudo ligado...
Dividido entre duas histórias que, excepto na relação com o sobrenatural, não parecem ter, à partida, grandes pontos em comum, este é um livro que cativa, em primeiro lugar, pela aura de mistério com que envolve o leitor. Não há grandes explicações prévias, nem sequer uma base de contextualização. Bastam as primeiras páginas para entrar directamente no foco da história, ainda que este foco seja, à partida, desconhecido. E é isto, aliás, que chama a atenção, já que o que nos é apresentado é a história das personagens, mas os motivos, os porquês do que está acontecer, mantêm-se ocultos durante muito tempo. E assim, a sensação de estranheza desperta a vontade de saber mais - e de continuar a ler.
De todo este mistério surge também uma outra curiosidade - a de conhecer a relação entre as duas facetas da história. Para isso, há um longo caminho a percorrer e a forma como o autor o constrói, dando respostas que fazem surgir novas perguntas - alimenta também a curiosidade. Além disso, há para cada nova revelação momentos de grande intensidade que, além de tornar mais humano um conjunto de personagens que, face ao desenvolvimento dos acontecimentos, passa, muitas vezes, para segundo plano, abre caminho a novas potencialidades. 
Tudo isto é narrado de forma simples e directa, mas com uma fluidez cativante, enfatizando o essencial e deixando o resto à imaginação do leitor. Claro que ficam muitas perguntas sem resposta. Aliás, tudo ou quase tudo fica em suspenso no final. Mas, sendo este o primeiro volume de trilogia, esta conclusão aberta contribui também para despertar a curiosidade para o que se seguirá. E depois de tudo - de tantos mistérios e surpresas - a vontade de saber o resto da história é muita.
Intrigante e surpreendente, este é, pois, um livro que, vivendo em grande medida do mistério, mas também da forma como o sobrenatural acaba por funcionar como um reflexo do mundo, apresenta um interessante ponto de partida para uma história de vasto potencial. Um bom início, portanto, e uma boa leitura.

Título: Deuses de Dois Mundos - O Livro do Silêncio
Autor: P J Pereira
Origem: Recebido para crítica

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Raven - Noites de Florença (Sylvain Reynard)

Raven Wood trabalha como restauradora de arte na célebre galeria Uffizi. Apesar do seu passado conturbado e das marcas que ficaram, julga ter conseguido encontrar em Florença a felicidade que tanto procurou. Mas basta uma noite e tudo muda. Ao tentar defender um sem-abrigo, Raven é atacada por três homens. Depois disso, só se lembra de acordar na sua cama, vários dias depois, com uma camisa de noite que não é sua e sem qualquer explicação para o que aconteceu. E, ao voltar ao trabalho, descobre que as ilustrações emprestadas à galeria pelos Emerson foram roubadas. E que ela é a principal suspeita...
O primeiro aspecto a cativar neste livro é que, tendo em comum com a trilogia Gabriel tanto o cenário como algumas personagens, expande o seu mundo para toda uma nova dimensão. Há neste livro um claro domínio do sobrenatural, com um protagonista que não só não é humano, como desempenha um papel de destaque no mundo sobrenatural. E, apesar disso, Gabriel, Julia e alguns outros aparecem de passagem nesta história sem que nada pareça estranho ou rebuscado. Tudo se equilibra, em suma, como que apresentando dois mundos que se movem em paralelo, mas com o ocasional ponto de contacto a surgir como excepção.
Também cativante -  como seria de esperar, aliás, tendo em conta os outros livros do autor - é a forma como, a uma história que se centra, em grande medida, no romance entre os protagonistas, é acrescentada toda uma base de contexto que torna a história mais completa. Neste caso, isto não se aplica só aos misteriosos e marcantes passados de William e Raven, mas à própria base que define a sociedade sobrenatural que é aqui apresentada. As regras, os segredos, as inimizades de longa data e até mesmo a intriga secreta que decorre em simultâneo com a história do casal contribuem em muito para tornar a história muito mais vasta e interessante. Além de lhe acrescentarem intensidade, pois, ao perigo representado pela própria natureza de William, acresce a ameaça representada pela possível colisão entre estas forças.
Depois, há a construção das personagens. Passados atormentados, demónios interiores e dúvidas pessoais ganham uma nova dimensão quando postas perante as verdadeiras situações de vida ou morte. Ainda assim, são também estas dúvidas e demónios que definem as personagens, tornando-as complexas e humanas, e desta forma despertando uma maior empatia. Para isso contribui também a própria escrita, que, sempre fluída e cativante, confere aos pensamentos e vivências das personagens uma voz clara e marcante.
Eis, pois, um novo mundo - com figuras já conhecidas. Um mundo que, feito de mistério e de emoção, abre caminho a uma viagem onde a intriga se conjuga com o romance para dar forma a uma história de vasto potencial. Intenso e envolvente, um livro que corresponde inteiramente às expectativas. E que as eleva para o que se poderá seguir.

Título: Raven - Noites de Florença
Autor: Sylvain Reynard
Origem: Recebido para crítica

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Divulgação: Novidades Topseller

Mulheres brutalmente torturadas. Um padrão que as liga a todas. A caça ao homem já começou.
Há três anos e meio, Sara Linton, antiga médica-legista, mudou-se para Atlanta na esperança de deixar para trás o seu passado trágico. A trabalhar agora num hospital, depara-se com uma mulher jovem e gravemente ferida, que a arrasta para um mundo de violência e de terror. A mulher foi atropelada por um carro, mas, completamente nua e brutalizada, dá sinais de ter sido vítima de uma mente muito perturbada.
Quando o agente especial Will Trent se desloca à cena do acidente, descobre uma câmara de tortura enterrada na terra, uma caverna de horrores que revela uma verdade sinistra: a doente de Sara é só a primeira vítima de um assassino sádico e demente.
Arrancando a investigação das mãos do chefe da Polícia local, Will e a sua colega Faith Mitchell mergulham no turbilhão que é a caça ao assassino. Will, Faith e a severa chefe de ambos, Amanda Wagner, são os únicos obstáculos que existem entre um louco e a sua próxima vítima…

No inverno de 1554, Maria Tudor é a rainha de Inglaterra e os seus inimigos estão aprisionados na Torre de Londres. O seu iminente noivado com Filipe de Espanha, com o objectivo de assegurar o catolicismo no reino, coloca os súbditos protestantes em perigo. Então, os rumores de uma conspiração para levar ao trono a sua irmã, a princesa Isabel, adensam-se.
O tempo de refúgio do espião Brendan Prescott chega ao fim quando inquietantes notícias o fazem partir numa arriscada missão e ajudar Isabel em cativeiro. Prescott regressa assim ao palácio, onde quase perdeu a vida, sob a identidade de Daniel Beecham, e enceta um jogo mortal de gato e rato com um perigoso e enigmático adversário.
Numa corrida contra o tempo para recuperar um maço de cartas cujo conteúdo pode conduzir Isabel ao trono ou condená-la à morte, Prescott descobre que, num submundo de traições e intrigas, os amigos e os inimigos facilmente se confundem e o poder é de tal maneira supremo que pode levar uma irmã a voltar-se contra outra.

Divulgação: Novidade Planeta

Lukas Hawkins, o segundo filho da problemática Casa de Trent, está empenhado numa missão: encontrar a mãe desaparecida e o alegado raptor, um brutamontes chamado Roger Morton. 
Se entregar o patife à justiça implicar a violação de algumas leis, que seja. Mas quando encontra uma desconhecida misteriosa com um rosto angélico e um corpo feito para o pecado, Luke descobre subitamente que a sua missão e o seu coração correm perigo. 
Emma Curtis conhece a reputação de libertino de Lorde Lukas... e espera usá-la em seu proveito. Apesar de a maioria dos homens honrados nunca viajar a sós com uma mulher casada, Luke mostra-se bastante disponível para levar Emma na viagem... e para a cama. 
A viagem condu-los a lugares inesperados e Emma entrega-se à paixão e partilha as mais íntimas fantasias de ambos. 
Mas quando os mais profundos desejos dos dois parecem prestes a realizar-se, é revelado um segredo que ameaça pôr fim ao amor do casal para sempre...

Jennifer Haymore teve uma vida de aventuras em criança: viajou pelo Pacífico Sul com a família num veleiro construído por eles. 
Os meses que passou no mar, às vezes calmo, por vezes em fúria, acendeu o seu amor pela aventura e romance. 
Trabalhou numa livraria e ensinou crianças, mas continuou sempre a escrever.

Divulgação: Novidade Porto Editora

Longas filas de videiras estendem-se pelas colinas suaves de Borgofranco. Há dois séculos que a família Brugliani é proprietária daquele antigo burgo e das vinhas, tratadas com paciência para delas extrair vinhos preciosos e únicos. Aos 35 anos, Angelica é a herdeira da tradição e do património familiar. Mãe, esposa, empresária de sucesso: tudo parece perfeito na sua vida. Só ela sabe que por detrás daquela fachada se esconde um mundo sombrio, feito de mentiras – as do marido – e de sonhos pueris.
Uma noite, em que conduzia sua moto e sentindo-se dominada pela amargura e pelas lágrimas, Angelica não se apercebe de que o carro à sua frente está a travar. O choque é violento, mas felizmente sem consequências graves, quer para ela, quer para o condutor do automóvel, Tancredi D’Azaro. Angelica não sabe ainda que aquele homem é um dos chefs mais aclamados em todo o mundo. E ambos ignoram que, depois daquele encontro fugaz, o destino voltará a entrelaçar os seus caminhos, suscitando a tentação de um novo começo. É então tempo de fazer escolhas, tendo em conta o peso do passado e as responsabilidades do presente - porque a vida é feita de sonhos e paixões.
A Vinha do Anjo conta-nos a história envolvente de uma família e de uma tradição milenar, o retrato de uma protagonista fascinante no qual se revêem muitas das mulheres empreendedoras e corajosas que anonimamente constroem as nossas sociedades.

Reconhecida como a grande signora do bestseller italiano, com mais de 11 milhões de exemplares vendidos, Sveva Casati Modignani está traduzida em 17 países e é hoje uma das autoras mais populares em Portugal. No catálogo da Porto Editora figuram já os seus romances Feminino Singular, Baunilha e Chocolate, O Jogo da Verdade, Desesperadamente Giulia, O Esplendor da Vida, A Siciliana, Mister Gregory, A Viela da Duquesa, Um Dia Naquele Inverno, O Barão e A Família Sogliano e 6 de abril ‘96. A sua obra autobiográfica, O Diabo e a Gemada também já se encontra publicada no catálogo da Porto Editora.

Divulgação: Novidade Guerra e Paz

Fundamentado na sua larga experiência como revisor e inspirado no mote dado por Francisco Rodrigues Lobo, o autor aponta-nos alguns dos erros e confusões mais comuns, passando por questões de regência verbal, ortografia, pronúncia, concordância, formação do plural, modismos e mau uso, sempre com abonações reais, do dia-a-dia, tanto da literatura como da comunicação social, quase sempre com notas de humor que aligeiram o árduo trabalho de apreender regras. Por vezes, numa simples nota de rodapé, diz-nos o que há muito procurávamos saber. Tudo servido por uma rede de remissões e um exaustivo índice alfabético e remissivo, imprescindível numa obra desta natureza. 
O método seguido pelo autor é linear: ao erro, que analisa e explica, contrapõe abonações correctas; ou, inversamente, ao acerto, que elogia, contrapõe a prática comum e errada. Aqui e ali, ocupa-se de falsos erros, de convicções generalizadas, demonstrando a sua sem-razão. Tenta, como escreve no prefácio o escritor e crítico literário Fernando Venâncio, arrumar o mundo. Mas esta é uma tarefa infindável.

Helder Guégués: Tradutor ocasional, revisor sempre, com formação em Direito, anda há quinze anos a perseguir tenazmente os tortos, os danos que, também com tenacidade, se infligem à língua. Homem do seu tempo, acode à língua também na Internet, primeiro no blogue Assim Mesmo e, actualmente, no Linguagista. Em todos os lugares, o mesmo lema: «Aqui discutimos os factos da língua».

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

A Menina que engoliu uma Nuvem do Tamanho da Torre Eiffel (Romain Puértolas)

Providence Dupois precisa urgentemente de viajar até Marraquexe, onde irá buscar a sua filha adoptiva, que sofre de uma doença terrível. Mas vê-se presa no aeroporto, devido à nuvem de fumo provocada pela erupção de um vulcão islandês. Incapaz de aceitar que terá de quebrar a promessa que fez à pequena Zahera, Providence está disposta a tudo para conseguir chegar ao seu destino. Mesmo que isso implique seguir a dica de um distribuidor de panfletos chinês que fala como um pirata e ir em busca de uma forma de voar pelos seus próprios meios.
Tal como A Incrível Viagem do Faquir que Ficou Fechado num Armário Ikea, este é um livro onde o improvável é tão frequente e apresentado com tanta naturalidade que praticamente se torna normal. Desde a simples premissa de se poder voar pelos seus próprios meios até ao muito que têm de caricato os mestres a que Providence recorre, e sem esquecer os estranhos sonhos de Zahera, tudo neste livro é peculiar - e aparentemente pouco plausível. Mas é precisamente a forma como o autor parte deste vasto conjunto de improbabilidades para criar uma história convincente e cativante que torna esta estranha narrativa tão interessante.
Mas, se há muito de interessante, no conjunto de peculiaridades que guiam o percurso de Providence, e ainda mais nas grandes revelações à espera no final do livro, há um outro aspecto a desempenhar um papel fundamental no que torna esta história memorável. Falo da emoção. Da emoção provocada por uma mulher disposta a tudo para cumprir uma promessa, da que desperta uma criança doente com sonhos do tamanho do mundo, do impacto lancinante da revelação de uma verdade que - escondida nos confins de uma história bonita - contém um peso devastador. Emoção em toda a sua glória e em todo o seu poder: empatia, ternura, inocência, dor, perdão, superação. Todo um leque de sentimentos e de escolhas que falam ao coração do leitor, fazendo desta estranha aventura mais do que simplesmente uma história caricata. Porque, mesmo onde tudo é improvável, há, ainda e sempre, algo de universal a reconhecer.
E depois há o outro lado, o lado divertido, descontraído, assente, em grande medida, no lado caricato da história, mas também na tal visão inocente que nos permite ver o mundo como sendo um pouco melhor. Há aqui um equilíbrio delicado, entre os momentos de humor e as situações de tensão, a fazer lembrar que a vida não é só feita de alegrias - mas também não é só feita de tristezas.
E, assim, o grande trunfo deste livro é a forma como transforma tudo o que tem de estranho em algo tão simples e natural. O resultado é uma leitura leve, descontraída, mas marcante e comovente em todos os momentos certos. Cativante e surpreendente, um livro muito bom. 

Título: A Menina que engoliu uma Nuvem do Tamanho da Torre Eiffel
Autor: Romain Puértolas
Origem: Recebido para crítica

Divulgação: Novidades Bizâncio

Título: Khadija, A Mulher de Maomé
As Mulheres do Islão - Volume 1
Autor: Marek Halter
Págs.: 336
Colecção: Ilhas Encantadas

O nascimento do Islão começa por ser a história de uma mulher, Khadija. A primeira mulher do profeta, a mulher que o amava quando ele era apenas um jovem caravanista.
Viúva, bela e rica, Khadija tem de voltar a casar-se para manter o seu lugar na sociedade muito masculina de Meca. Contra toda a expectativa, escolhe um homem pobre, Muhammad ibn ‘Abdallâh. Durante dez anos de felicidade, impõe Muhammad aos poderosos clãs de Meca e forma com ele um casal excepcional, modelo de sabedoria e de moderação.
Durante toda a sua vida Maomé apoiou-se em três figuras eternas da feminilidade: a mãe, a guerreira e a confidente.
Se Khadija não tivesse dito: «Eu acredito», a aventura muçulmana não teria nunca começado. Sem a sua filha mais nova, Fátima, guerreira intransigente, Muhammad não teria conseguido impor o Islão na península arábica. E se Aicha, sua última mulher, não tivesse fielmente transcrito as suas palavras, não conheceríamos o Corão.
As Mulheres do Islão: A nova grande epopeia de Marek Halter 

Título: A Última Noite de um Tirano
Autor: Yasmina Khadra
Págs.: 176
Colecção: Montanha Mágica
  
Uma personalidade como Khadafi não poderia deixar indiferente Yasmina Khadra.
Neste seu novo romance, o autor de, entre outros, «As Andorinhas de Cabul», «O Atentado» e «As Sirenes de Bagdade», trilogia consagrada ao diálogo de surdos entre Oriente e Ocidente, traz-nos as últimas horas de um ditador.
Com este mergulho vertiginoso na mente de um tirano sanguinário e megalómano, Yasminha Khadra traça o retrato universal de todos os ditadores depostos.

Divulgação: Novidade Presença

Emily Mandel
Título Original: Station Eleven
Tradução: Rita Figueiredo
Páginas: 336
Coleção: Via Láctea Nº 125

Estação Onze conta-nos a cativante história de um grupo de pessoas que arriscam tudo em nome da arte e da sociedade humana após um acontecimento que abalou o mundo. Kirsten 
Raymonde nunca esqueceu a noite em que teve início uma pandemia de gripe que veio a destruir, quase por completo, a humanidade. Vinte anos depois, Kirsten é uma atriz de uma pequena trupe que se desloca por entre as comunidades dispersas de sobreviventes. No entanto, tudo irá mudar quando a trupe chega a St. Deborah by the Water. Um romance repleto de suspense e emoção que nos confronta com os estranhos acasos do destino que ligam os seus personagens.

Emily ST. John Mandel nasceu na British Columbia, Canadá, e vive actualmente com o marido em Nova Iorque. Escreveu os romances Last Night in Montreal, The Singers´s Gun e The Lola Quartet. O seu trabalho surge também em várias antologias, incluindo The Best American Mystery Stories 2013 e Venice. Estação Onze é o seu quarto romance, um bestseller do New York Times que foi finalista, em 2014, do National Book Award, do PEN /Faulkner Award e vencedor do Arthur C. Clarke Award. Os direitos deste livro estão já vendidos para 22 países.

Para mais informações consulte o site da Editorial Presença aqui.

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Divulgação: Novidade Quetzal

Katja Petrowskaja cresceu no seio de uma família judia de Kiev, na Ucrânia, nos anos 1970. Da sua infância ficou-lhe um estranho sentimento de falta. O que é que não terá sido dito à mesa das refeições em família? Em que reentrâncias da História terão ficado retidos os seus antepassados, cujos nomes não se pronunciavam? Talvez Esther é o resultado dessa procura das origens. Ficaremos a saber que um tio-bisavô – autor de um atentado contra um embaixador alemão – poderá ter desencadeado a Segunda Guerra Mundial; que um avô prisioneiro de guerra reapareceu 40 anos mais tarde; ou que uma bisavó, que talvez se chamasse Esther, em Kiev, em 1941, se dirigiu sozinha à ravina de Babi Yar, onde os ocupantes nazis eliminaram em massa todos os habitantes judeus da cidade, e não só.
Através da história das suas personagens – que se desenrola entre Kiev, Mauthausen, Varsóvia e Auschwitz –, Petrowskaja traça os contornos de uma Mitteleuropa desaparecida e faz uma história do século XX, em que se alternam o claro e o escuro, a força e a fragilidade, a glória e a derrota.

Katja Petrowskaya nasceu em Kiev em 1970. Depois dos estudos em literatura na Estónia e, mais tarde, em Nova Iorque, Stanford e Moscovo, Petrowskaja instalou-se em Berlim, a partir de onde colabora, enquanto jornalista, com diversos jornais alemães e russos.
Talvez Esther, o seu primeiro romance, foi galardoado com o prémio Ingeborg Bachmann 2013, o prémio Strega Europeu, em 2015, e será publicado em dezoito países.

Divulgação: Novidades Planeta

Como herdeira dos Plantageneta, Margarida é vista pela mãe do rei, a Rainha Vermelha, como uma rival para a reivindicação dos Tudor ao trono. 
Margarida está relegada num casamento insignificante com Richard Pole, um leal apoiante dos Tudor, governador de Gales e guardião de Artur, o jovem príncipe de Gales, e da sua bela noiva, Catarina de Aragão. Mas o destino de Margarida, como prima da Princesa Branca, é não viver uma vida nas sombras. 
A tragédia lança-a na pobreza, mas uma morte real restitui-a a ocupar o seu lugar na corte do jovem Henrique VIII, onde se torna dama de companhia da rainha Catarina. Na corte, observa a influência da rainha espanhola sobre o marido e assiste ao seu trágico declínio. 
No centro da rápida deterioração da corte dos Tudor, Margarida terá de decidir se a sua lealdade é para com o cada vez mais tirânico Henrique VIII ou para a sua amada rainha. 
Aprisionada na corte, Margarida terá de escolher o seu caminho e esconder a todo o custo o seu conhecimento de uma antiga maldição sobre os Tudor, que lentamente se torna realidade...

O relato da vida de Hyeonseo na Coreia do Norte, da sua fuga e da coragem que demonstrou, enquanto adolescente solitária e vulnerável, para levar por diante a sua vida na China. 
Nestas memórias comoventes, Hyeonseo descobre que uma existência desprovida de identidade, em fuga permanente e sem uma razão para viver não é mais fácil do que a permanência na Coreia do Norte.
Nascida na Coreia do Norte, Hyenseo Lee foi uma entre os milhões de pessoas segregadas do resto do mundo pelo mais brutal e impenetrável dos regimes comunistas.
Desde a mentalização induzida na escola infantil até ao ingresso obrigatório na Liga da Juventude Socialista quando perfez catorze anos, o Estado controlou todos os aspectos da sua vida. 
Quando, na década de 1990, a tragédia da Grande Fome se abateu sobre o país e foi testemunha do caos, da miséria e da repressão generalizadas, começou a duvidar das crenças que há muito lhe haviam inculcado. Seria de facto o seu país «o melhor do planeta», como sempre lhe tinham feito crer?
Em 1997, então com dezassete anos, Hyeonseo Lee fugiu para a China. 
As primeiras palavras que a mãe lhe disse ao telefone foram: «não voltes». As represálias que toda a família poderia sofrer seriam terríveis.
Doze anos e duas vidas depois, regressou à fronteira da Coreia do Norte, decidida a empreender a arriscada missão de levar a mãe e o irmão para a Coreia do Sul, numa jornada árdua, difícil e tão perigosa quanto se possa imaginar. 
Presentemente, Hyeonseo é uma oradora reconhecida nos palcos internacionais, e este livro corajoso e eloquente não só reflecte a sua notável personalidade e os horrores do seu passado como nos oferece o primeiro relato credível do quotidiano na Coreia do Norte.

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Tentadora ao Cair da Noite (Emma Wildes)

Desde que ficou viúva, Sophie Meadows tentou manter-se virtuosa, ao mesmo tempo que, para preservar a sua independência, recusava todos os seus pretendentes. Mas Sophie sente que lhe falta alguma coisa e é por isso que decide ceder à sedução do seu admirador secreto. Na verdade, ela já sabe quem é e a única coisa que exige a Julius Valacourt é que mantenha a discrição. Mas, por mais que ambos queiram manter o distanciamento emocional e viver apenas uma paixão ardente, há algo de mais profundo a nascer entre ambos. E escolher o caminho óbvio pode ser tudo menos fácil.
Um dos aspectos mais interessantes deste livro, à semelhança de outros da autora, é o facto de, tendo o romance como ponto central, se dividir, ainda assim, entre as histórias de dois casais. E se Sophie e Julius são nitidamente as figuras dominantes, há algo de refrescante no crescimento paralelo da história do outro irmão Valacourt, pois permite ver claramente as semelhanças e as diferenças, acrescentando ainda um pouco mais de complexidade à história, já que, apesar do que têm em comum, há também claras diferenças entre os dois casais.
Ora, havendo duas histórias a acontecer, e nenhuma delas particularmente simples, fica, por vezes, a impressão de que partes da história são contadas de forma um pouco apressada, deixando assim algumas dúvidas em aberto. Isto aplica-se principalmente ao passado das personagens, que é abordado, de facto, e que molda em grande medida algumas das suas decisões, mas que acaba por ser exposto de forma muito breve. Não são informações essenciais ao desenvolvimento da história - até porque, num caso em particular, o aspecto mais relevante introduz-se no enredo em todo o seu máximo impacto. Ainda assim, teria sido interessante saber mais.
Mas, voltando ao romance, que é, na verdade, o centro de toda a narrativa. Há, neste aspecto, vários pontos a destacar-se. O primeiro é o contraste entre as circunstâncias dos dois casais, já que Sophie e Julius partem de uma relação de amantes, enquanto que a história de Jonas e Olivia é bastante mais... convencional. O segundo é o equilíbrio entre sensualidade e inocência, resultante até certo ponto desse tal contraste, mas também do crescente envolvimento emocional das personagens. E há ainda um outro equilíbrio, o da forma como a autora conjuga sensualidade, emoção e uns quantos deliciosos laivos de e humor, para dar à sua narrativa uma envolvência que resulta tanto do impacto dos grandes momentos como da leveza das pequenas coisas.
A soma de tudo isto é uma história aparentemente bastante simples, mas cativante e surpreendente. Uma história em que dominam o romance e a sensualidade, mas onde outros momentos e tipos de afecto contribuem para tornar as coisas mais interessantes. E um livro que, envolvente desde o início e equilibrado em todas as suas facetas, proporciona uma leitura leve e envolvente. Uma boa leitura, portanto.

Título: Tentadora ao Cair da Noite
Autora: Emma Wildes
Origem: Recebido para crítica

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Adivinhem quem está para chegar...


Divulgação: Novidade Porto Editora

Tudo começa na Primavera de 1833. Profundamente abalado por um desgosto de amor, o doutor Vasco Lacerda decide abandonar Lisboa para tentar curar o coração ao sol de uma nova vida, nos trópicos. Contudo, no decurso da sua viagem, vê-se arrastado, contra vontade, para o mundo da escravatura e toma contacto directo com realidades de que já ouvira falar, mas que nunca tinha sentido e percebido na sua verdadeira natureza. E trava, também, conhecimento com a gente que, para o melhor e o pior, povoa esse bárbaro mundo.
Do Outro Lado do Mar leva-nos numa viagem emocionante por esse universo, dos sertões de Angola às fazendas do Brasil, do ventre do navio negreiro à fábrica de açúcar, e mostra-nos como mesmo nos sítios mais improváveis e nas situações mais extremas podem nascer e crescer a solidariedade, a abnegação e fortíssimas relações de amor.

João Pedro Marques nasceu em Lisboa, em 1949. Foi professor do ensino secundário e, depois, durante mais de duas décadas, investigador do Instituto de Investigação Científica Tropical e Presidente do Conselho Científico desse Instituto, em 2007-2008. Doutorado em História pela Universidade Nova de Lisboa, onde leccionou durante a década de 1990, é autor de dezenas de artigos sobre temas de história colonial, e de vários livros, dois dos quais publicados em Nova Iorque e Oxford (The Sounds of Silence, 2006; e, em co-autoria, Who Abolished Slavery? A debate with João Pedro Marques, 2010).
Em 2010 a Porto Editora publicou o seu primeiro romance, Os Dias da Febre, ao qual se seguiu, em 2012, Uma Fazenda em África (que, com várias edições, constituiu um dos grandes sucessos do ano) e, já em 2014, O Estranho Caso de Sebastião Moncada.

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Fraturado (Karin Slaughter)

Ao chegar a casa, Abigail Campano depara-se com uma visão do inferno: o cadáver de uma adolescente morta e o seu provável assassino ferido e de faca na mão. Vendo-se numa situação de vida ou morte, a única reacção que resta a Abigail é lutar. Mas o resultado, que julga ser a morte do assassino da filha, não é assim tão claro. Quando as conclusões óbvias se revelam erradas, Will Trent é chamado a tomar conta do caso. Mas a parceira que lhe é mais ou menos imposta não é propriamente uma admiradora sua. E, entre a necessidade de esconder as suas vulnerabilidades e a corrida contra o tempo que resulta dos - verdadeiros - indícios, Will tem tanto em mãos que precisará de todas as suas forças para resolver o caso.
Um dos aspectos mais impressionantes deste livro - à semelhança do que acontece no anterior Tríptico - é a forma como a autora equilibra a história de um caso muito específico com o percurso pessoal e conturbado do protagonista da série, construindo uma história que é, em si mesma independente, mas que, criando laços com o passado e com o que se seguirá, dá forma a um todo mais complexo. 
Isto é particularmente marcante tendo em conta que o próprio caso é também bastante complexo, tendo relações profundas com a realidade do próprio Will. A pessoa que Will é e a vida que conheceu tornam-se particularmente relevantes tendo em conta o caso em mãos. Há óbvias semelhanças entre alguns dos protagonistas do caso e o próprio Will Trent, além de relações do passado que, de forma mais ou menos óbvia, têm também alguma influência. Tudo isto faz com que as duas facetas do enredo - o caso de Emma Campano e a forma como Will Trent vive o caso em função da sua história - se complementem na perfeição, dando forma a um enredo intrigante, complexo e muito, muito marcante.
Mas, pegando nestas duas facetas complementares do enredo, importa-se referir que ambas têm, em si mesmas, matéria mais que suficiente para impressionar. O caso, pelas reviravoltas surpreendentes, pelo que os acontecimentos têm de perturbador, pela forma como a autora apresenta não só os acontecimentos, mas todas as repercussões que estes terão nos intervenientes, seja qual for o desfecho. E a história de Will pelos novos desenvolvimentos, pela forma como essa história o faz avançar e, claro, pela impressionante complexidade com que a sua personalidade vai sendo desenvolvida.
Porque, se o caso é, em si mesmo, muitíssimo interessante, Will é a alma da história. Atormentado, peculiar, com vulnerabilidades tão profundas que o marcam em todos os aspectos da sua vida, e, apesar disso, com uma capacidade de funcionar que contrasta com a sua ocasional falta de confiança, Will é uma personagem complexa, estranha, por vezes, mas com quem é incrivelmente fácil estabelecer empatia. E ver essa personalidade - no que tem de forte como no que tem de estranhamente frágil - a interligar-se de forma tão profunda com o mistério que tem para resolver cria uma situação tão intensa e intrigante que é impossível não querer saber mais.
Eis, pois, um livro brilhante. Intenso no desenvolvimento da intriga, marcante no tão cuidadosamente construído aspecto emocional, impressionante na construção das personagens e na forma como os acontecimentos nelas se repercutem, surpreendente a cada nova revelação. Um livro cheio de qualidades, em suma. E que, por todos os motivos e mais alguns, não posso deixar de recomendar. Brilhante. 

Título: Fraturado
Autora: Karin Slaughter
Origem: Recebido para crítica

Divulgação: Novidade Asa

O Reino do Fogo é uma recriação das lendas que, ao longo dos séculos, têm inspirado a arte, a música e a literatura mundiais.
Em segredo, prepara-se a batalha que alterará o destino dos Mundos. Deuses e deusas, gigantes, anões e demónios, unem-se numa narrativa poderosa pela mão de Joanne Harris, conhecedora profunda da mitologia nórdica.
UMA VIAGEM AO CORAÇÃO DAS LENDAS NÓRDICAS. Na Cidadela do Céu, longe dos hostis povos do Gelo e das Rochas, os deuses conspiram, sussurram na penumbra, dedicam-se a jogos de poder, cedem às suas paixões.
Loki é um deus nórdico sem par. Desde que o deus Odin, o Pai de Todos, o convenceu a abandonar o reino do Caos para se lhe juntar, Loki é alvo da desconfiança de todos. Perspicaz e melífluo como nenhum outro, desfruta dos favores das deusas mais ousadas e cede à luxúria sem quaisquer escrúpulos. É usado para pôr em prática as mais complexas maquinações mas, por ter nascido como demónio, é mantido à margem das esferas de influência. Contra tudo e todos, Loki está determinado a vingar. Mas ao mesmo tempo que ele planeia a derradeira humilhação dos seus adversários, forças mais poderosas conspiram contra os deuses.

Joanne Harris nasceu no Yorkshire, de mãe francesa e pai inglês. Estudou Línguas Modernas e Medievais em Cambridge e foi professora durante quinze anos. A sua obra está atualmente publicada em quarenta países e foi galardoada com inúmeros prémios literários internacionais. Todos os seus livros integram o catálogo da ASA. Joanne Harris vive com o marido, Kevin, e a filha, Anouchka, a cerca de vinte quilómetros do sítio onde nasceu.

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Divulgação: Novidade Marcador

Numa terra em que a magia foi banida e em que o rei governa com mão de ferro, uma assassina é chamada ao castelo. Ela vai, não para matar o rei, mas para conquistar a sua própria liberdade. Se derrotar os vinte e três oponentes em competição, será libertada da prisão para servir a Coroa. O seu nome é Celaena Sardothien.
Durante a competição, alguns dos concorrentes são encontrados mortos. Celaena irá mergulhar numa investigação solitária que a levará a alcançar descobertas surpreendentes. Conseguirá ela descobrir quem é o assassino antes de se tornar a próxima vitima?

SARAH J. MAAS está entre os autores de maior sucesso nos tops de vendas do The New York Times e do USA Today com a série Trono de Vidro.
Sarah vive em Bucks County, na Pensilvânia. Ao longo dos anos, desenvolveu uma paixão pouco assolapada por filmes da Disney e por música pop de qualidade duvidável. Adora contos de fadas e ballet, bebe muito chá e vê muita televisão. Quando não está ocupada a escrever, pode ser vista a explorar as belíssimas zonas históricas da Pensilvânia rural na companhia do marido e do seu cão.

Divulgação: Novidade Bertrand

Passado num lugar onde a memória colectiva desapareceu e o passado é um território perigoso, que não deve ser visitado e de que não se deve falar, J é uma história de amor estranha e inventiva, terna e aterradora.
Kevern não sabe por que razão o seu pai levava dois dedos aos lábios sempre que dizia uma palavra começada por jota. Não era o tempo nem o lugar certos, e continuam a não ser, para se fazer perguntas. Ailinn também cresceu sem saber quem era ou de onde vinha. Quando se conhecem, Kevern sente-se imediatamente atraído por ela e, apesar de desconfiados por natureza, aquilo que os une é de tal forma poderoso que parecem ter sido feitos um para ou outro.
Juntos, formam um refúgio contra a brutalidade corriqueira deixada por uma catástrofe histórica envolta em desconfiança e negação, conhecida simplesmente como AQUILO QUE ACONTECEU, SE É QUE ACONTECEU. À medida que as ações do casal os vão aproximando cada vez mais do perigo, há uma força desconhecida que os quer manter juntos, custe o que custar. Mas a história de amor que os une pode ter consequências devastadoras para a espécie humana.

«Um novo caminho para o autor: futurista, distópico, aparentemente não o mundo que nós conhecemos. Mas ao espreitarmos pela névoa vemos algo ganhar forma. É horrível. É monstruoso. Leia com os seus olhos e vai ver do que se trata.» Evening Standard