sábado, 15 de outubro de 2011

Na Sombra do Sonho (J.R. Ward)

Marcado por um passado sombrio e pela maldição que lhe permite ver o futuro dos que o rodeiam, Vishous aprendeu, desde cedo, a tornar-se frio e implacável. Mas quando um ferimento quase mortal o coloca na mesa de operações de Jane Whitcomb, o gélido guerreiro descobre dentro de si uma atracção que, por mais que tente, não consegue silenciar. Atracção esta que cedo evolui para algo mais forte... e impossível.
Tal como nos volumes anteriores desta série, destacam-se como pontos positivos a construção bastante empática das personagens, bem como o facto de a autora não se centrar apenas no casal protagonista, apresentando desenvolvimentos interessantes tanto para figuras que já viveram a sua história como para aqueles cujo momento ainda está para vir. Além disso, há sempre uma revelação interessante à espera, seja sobre os protagonistas (e aqui há muito a explorar tanto na história passada de Vishous como na sua origem... invulgar), seja sobre as mudanças que se operam sobre elementos secundários (com um notório destaque para John).
Há, é claro, uma forte presença dos elementos romance e sensualidade, sendo esta última levada a limites um pouco mais extremos neste livro. Ainda assim, mantém-se um bom equilíbrio entre acção, romance e emoção. Há, contudo, alguns elementos que contrastam com a história passada pela forma como parecem entrar em conflito com o referido em volumes anteriores: isto é evidente particularmente na forma como a necessidade de apagar uma memória é abordada quase com naturalidade, quando, num livro anterior, era referida a dificuldade em apagar memórias de longo prazo. Ainda assim, esta questão é gerida de forma bastante interessante.
De referir ainda um final particularmente estranho para o romance entre o casal protagonista. Se é relativamente previsível que num livro deste género as coisas não podem acabar propriamente mal, também é verdade que a forma como a autora conclui a história de Vishous e Jane é, no mínimo, peculiar - principalmente tendo em conta um elemento sobrenatural concreto que anteriormente tinha sido pouco (ou nada) desenvolvido.
Para quem tem vindo a acompanhar os romances da Irmandade da Adaga Negra, os elementos cativantes dos livros anteriores continuam presentes: uma boa história, um romance envolvente, personagens interessantes e com histórias complicadas. Fica, pelos elementos de estranheza referidos atrás, um pouco aquém dos volumes anteriores. Mas foi, ainda assim, uma boa leitura.

1 comentário:

  1. Concordo contigo quanto ao final "estranho" e confesso que não fiquei convencida, mas o resto do livro está em par com os anteriores e traz novos desenvolvimentos interessantes.

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