sábado, 29 de outubro de 2011

O Mágico (Michael Scott)

Após uma fuga precipitada, os caminhos de Sophie e Josh levam-nos a Paris, a cidade natal do Alquimista. Mas não basta a distância para afastar a influência de Dee e um novo aliado surge, mais que disposto a colocar barreiras no caminho de Flamel e dos gémeos. Niccoló Machiavelli detém poder e influências suficientes para criar dificuldades. Mas, mesmo numa cidade que mudou tanto desde a última visita de Flamel, o Alquimista e os seus companheiros não estão sozinhos. E também eles descobrirão aliados inesperados na cidade das luzes...
Tal como já acontecera em O Alquimista, destaca-se, em primeiro lugar, deste livro, o ritmo de acção constante. Quase sempre em fuga, numa corrida contra o tempo (e contra a morte), com inimigos persistentes e de grandes capacidades, é inevitável que o percurso dos protagonistas seja frenético, sempre em mudança e cheio de momentos de conflito. Há, por isso, uma predominância de momentos de acção, sendo a caracterização feita gradualmente e na medida em que é necessária.
Ainda assim, há agora um maior equilíbrio entre o intenso ritmo dos acontecimentos e o desenvolvimento das personagens. Surgem, neste livro, mais desenvolvimentos quer a nível das suas personalidades quer a nível dos seus dilemas: subitamente arrancados a uma vida de calma normalidade e confrontados com tantos aliados e inimigos improváveis, é difícil saber em quem se pode confiar e quanto de verdade lhes estará a ser dito. Questões que, em O Alquimista, se perdiam na força dos acontecimentos, mas que, neste livro, ganham algum espaço para se desenvolver.
Um aspecto também muito interessante deste livro é a forma como o autor cria aliados e inimigos a partir de figuras históricas e/ou lendárias, construindo-lhes um percurso alternativo. Figuras já conhecidas do volume anterior voltam a surgir, mas também novas personagens são apresentadas e, aqui, destacam-se as peculiaridades de um Conde de Saint-Germain bastante diferente do que a sua lenda faria imaginar.
Trata-se, em suma, de uma evolução bastante interessante para a história iniciada em O Alquimista. Apresentando novos elementos e dando um pouco mais de destaque ao desenvolvimento das figuras que protagonizam a história, o autor consegue neste livro uma narrativa mais equilibrada, mas igualmente cheia de acção e de leitura agradável e cativante. Gostei, portanto.

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