Estranhas visões perturbam a mente de Daimon, prenúncios de que algo de negro está para acontecer. Na sociedade de Nocturnus, contudo, prepara-se a assinatura de um importante tratado e, por isso, as suas preocupações devem ser deixadas para segundo plano. São mais que simples perturbações, contudo, e são esses avisos ignorados o início de uma situação preocupante e que pode alterar todo o sistema, já que o segredo foi quebrado e a humanidade pode estar perto de descobrir a existência dos vampiros.
Menos pessoal que o volume anterior, Ascensão de Arcana centra-se mais nas relações entre a sociedade vampírica, ainda que a visão pessoal do protagonista continue a estar bastante presente. O ritmo de acção é constante e a forma como os acontecimentos se sucedem continuam a manter a força compulsiva ao longo de toda a leitura. Ainda assim, o ponto forte continua a ser, para mim, a intensidade emocional e a abordagem do protagonista, atormentado pelos seus demónios interiores e inevitavelmente solitário apesar do seu lugar de importância na sociedade vampírica.
Com uma escrita bastante acessível e a visão dos acontecimentos narrada pela voz de Daimon, é impossível evitar, por vezes, a sensação de que havia muito mais a dizer nesta história. Tendo em conta a natureza de alguns dos seus intervenientes - de destacar Janus e o próprio Daimon - haveria seguramente muito mais a contar sobre as suas histórias e naturezas. Ainda assim, os momentos marcantes estão lá e a forma como a dúvida se envolve na mente do protagonista, em oposição à necessidade de uma acção rápida e segura não deixa de criar um elo de ligação entre livro e leitor.
Uma leitura simples e rápida, mas interessante, capaz de entreter e de comover e que, por isso, correspondeu às minhas expectativas. Gostei.
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