segunda-feira, 29 de março de 2010

The Laurentine Spy (Emily Gee)

Corhona é um lugar perigoso e muitos segredos se escondem entre os lordes e as damas da corte. Saliel e Athan são espiões de Laurent, escondidos sob uma máscara de inocência e de adaptação aos costumes da corte Corhonase, mas na verdade tentando reunir informação sobre os seus inimigos. Acontecerá, contudo, que cairá sobre eles a suspeita e, quando um caçador de espiões chega à cidadela, os misteriores poderes que Saliel tão meticulosamente escondeu passarão a ser necessários para que possam escapar com vida.
Centrado fundamentalmente nos deveres e objectivos da personagens, é surpreendentemente fácil entrar neste mundo. Ainda que vejamos muito dos pensamentos e sentimentos de Athan e Saliel, a corte Corhonase e o sistema hierárquico de Laurent encontram-se gradualmente mas muito bem explicados ao longo dos capítulos. E, de acordo com as atitudes que os protagonistas se vêem obrigados a tomar para se esconderem ou obterem a necessária informação, é possível ver claramente uma boa parte do mundo que os rodeia.
Com uma história inicialmente centrada na severidade de Corhona, é impossível não imaginar Laurent como uma espécie de paraíso, especialmente no que às mulheres diz respeito. Com o progredir dos eventos, contudo, e à medida que as verdadeiras identidades e posições de Athan e Saliel são reveladas, descobre-se que Laurent não é tão perfeita como inicialmente parecia. Na verdade, ambas as cortes são bastante realistas, com as suas vantagens e as suas falhas.
Passando ao desenvolvimento das personagens. O que mais me fascinou ao longo deste livro foi, de facto, a relação entre os dois espiões. Ambos têm muitos segredos e, à medida que mais é revelado sobre eles, a aceitação dos sentimentos que alimentam parece cada vez mais impossível. E depois há a intervenção do caçador de espiões, criando uma tensão constante e que torna este livro impossível de largar. É constante o sentimento de que as coisas não vão acabar bem para os protagonistas, mas é também inevitável a esperança de que haja um final feliz. E foi esse efeito que me fez querer ler mais e mais e mais.
Ainda um outro aspecto. As capacidades mágicas neste livro – tanto as de Saliel como as do caçador de espiões – são discretas e surgem com naturalidade ao longo do texto. Podem, de facto, mudar o curso dos acontecimentos, mas esse aspecto nunca é demasiado óbvio já que, mais que a magia, o que verdadeiramente conta para que os espiões atinjam os seus objectivos é a sua capacidade de se confundirem na corte.
Dito isto, só posso terminar reforçando que gostei mesmo, mesmo muito de ler este livro e que seguramente vou querer ler mais desta autora. Muito bom.

NOTA: Esta opinião é uma versão aproximada da que escrevi para os DGLA, que me deram a oportunidade de ler este livro. Obrigada!

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