Natal em Pine Cove. Grandes árvores de Natal, anjos, crianças, o Pai Natal abatido à pazada e um ataque de zombies devoradores de móveis do IKEA. Soa estranho? Talvez. Mas nos livros de Christopher Moore tudo é possível, desde que haja humor, e este livro não é uma excepção.
Com um sentido de humor muito peculiar e uma escrita intensa, o autor dá todo um novo ambiente aos contos de Natal. Entre a improbabilidade das circunstâncias, a diversidade das personagens e as interessantes referências e trocadilhos - pena que um ou outro percam, inevitavelmente o seu sentido na tradução - O Anjo Mais Estúpido surge como uma obra incrivelmente divertida.
Não há limites no imaginário de Christopher Moore e, ao longo deste livro, são vários os momentos em que é impossível conter uma gargalhada. Quer pela estranheza dos encontros de Raziel (o anjo do título deste livro), quer da loucura de Molly - aliás, Kendra, a Beleza Guerreira Alienígena, quer na ideia de um Pai Natal zombie obcecado por miolos e mobília barata (só para citar alguns dos factores de interesse), a diversão é constante e a leitura torna-se verdadeiramente compulsiva ante a curiosidade de saber como vai o autor surpreender a seguir.
O único problema deste livro será, talvez, o facto de ser tão pequeno, deixando a sensação de que alguns personagens e episódios poderiam ser mais explorados. Mas a nota no final do livro indica-nos que alguns dos intervenientes em O Anjo Mais Estúpido podem ser encontrados noutras obras do autor e, portanto, há muito ainda por explorar.
Um livro divertido, que cumpre em pleno os seus objectivos de entretenimento e que - com os seus momentos de nonsense e a sua ausência de inibições - deixa o leitor, ao virar da última página, com um grande sorriso nos lábios. Muito bom.
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