domingo, 21 de março de 2010

O Véu da Revelação (Chris Wooding)

O caos da guerra tomou posse de Saramyr. Aproxima-se o momento em que, de uma forma ou outra, a situação terminará e, se forem os Tecedores a vencer o confronto, afigura-se negro o destino do mundo. Torna-se, pois, desesperadamente necessária uma acção eficaz e conclusiva e, sob a égide da jovem imperatriz Lucia tu Erinima, todos os meios possíveis deverão ser mobilizados.
Original na criação do seu mundo, pormenorizado e de uma complexidade fascinante, este último livro da trilogia A Teia do Mundo não desilude. O autor é preciso e detalhado nas suas descrições e a obscuridade da sua criação - quer das criaturas Aberrantes, quer da sucessão de acontecimentos - não afasta, de forma alguma, o fascínio da história. E, numa conclusão bastante forte, em que o autor surpreende com sacrifícios imprevistos e mortes que pareceriam, no mínimo improváveis, o mais interessantes em toda a história é a forma como, apesar da necessidade de uma acção sem hesitações, é possível ver o lado humano e, como tal, falível das personagens. Isto é particularmente evidente em Lucia, alvo de muita expectativa e que, por isso, opta por decisões que, longe de perfeitas, não deixam, ainda que abalem todo um sistema de princípios, de ser estranhamente compreensíveis.
De referir, contudo, um aspecto importante. Sendo uma conclusão final para uma guerra, seria de prever que muitas batalhas se travassem ao longo deste livro. E assim é, estratégias e concretizações de batalhas longas, pormenorizadas, cuidadosamente descritas preenchem uma grande parte deste livro, pelo que o lado pessoal das relações entre personagens acabe por ficar para segundo plano - ainda que, nos momentos em que é abordado, o seja de uma forma marcante.
Uma conclusão brilhante para uma trilogia surpreendente na sua totalidade. Original, cativante e com um universo muito bem construído, julgo que tem muito para agradar. E ainda que não seja particularmente fã das longas batalhas, foi uma leitura que apreciei e que, em muitos momentos, me surpreendeu.

2 comentários:

  1. Chris Wooding tem um particular talento para diluir as linhas entre o Bem e o Mal.

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  2. Nunca li, mas o primeiro volume já me chamou a atenção e depois de ler esta tua opinião, ainda fiquei com mais vontade de ler.

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