Todos pensavam que Paris era um lugar seguro, mas cedo se provou que estavam errados. Por essa altura, Carlos estava já em Lisboa, preocupado com a doença da mãe, mas Nicole, francesa e judia, vê-se na necessidade de procurar uma fuga e aí conta apenas com a sua persistência e o auxílio de Aristides de Sousa Mendes. O destino é Portugal, mas também aí nada é tão fácil como parece e, entre a sua ânsia de servir o país e as maquinações do pai de Carlos, Nicole terá de planear ainda uma nova viagem...
Escrito de forma directa e sem grandes elaborações, o ponto de partida deste livro é algo de bastante interessante. História de amor em tempos difíceis, o que não falta na narrativa são dificuldades no caminho dos protagonistas e ocasiões que lhes permitam provar o seu valor e persistência. É, na verdade, aqui que reside o ponto mais positivo deste livro: no caminho de dificuldades e na força com que estas são enfrentadas, tendo a esperança como constante, apesar do cenário negro e das situações difíceis.
O foco está sempre nos acontecimentos. São acções e decisões aquilo que é apresentado ao longo do enredo, onde, sem pontos mortos, quase sem paragens, há sempre algo a acontecer. E aqui começam os problemas, já que este ritmo algo apressado, centrado principalmente na acção, deixa dois aspectos que poderiam ser mais explorados. O primeiro é, claro, o lado de emotividade e caracterização de personalidade nas personagens. Em termos emotivos, o que transparece é fundamentalmente o amor entre os protagonistas e o choque ante os horrores que têm de viver, mas isto é abordado apenas na medida em que condiciona os acontecimentos, não havendo muito mais a descobrir sobre a personagem de Nicole e Carlos. O outro é, evidentemente, a forma pouco desenvolvida como é abordado um tema tão vasto e complexo como o é a Segunda Guerra Mundial. Mais uma vez, a impressão que fica é a de que a época é explorada apenas na medida em que condiciona a história dos protagonistas, esquecendo, em certa medida, todo o mundo em volta.
Não deixa de ser uma leitura agradável. A escrita directa e os capítulos curtos contribuem para construir uma certa envolvência e manter a curiosidade em saber de que forma acabará a história do casal. Fica, ainda assim, a sensação de que o ambiente e as circunstâncias podiam ser exploradas com maior profundidade e, por isso, a ideia de que muito de importante ficou por contar.
Olá Carla!
ResponderEliminarEu então vou escrever uma opinião em que casco no autor.
Respeito todos os gostos, mas, pessoalmente, achei o livro, vá lá, mal escrito... :)