De todas as crianças do orfanato, Michel é o único que não olha com mágoa para o que é a sua vida. Mas a tristeza está por perto e quando, uma manhã, a sua grande amiga não desperta, mergulhada num coma inexplicável, cabe a Michel encontrar uma solução. Diz-lhe uma velha mulher que, para salvar Eri, Michel terá de arranjar um coração cheio de estrelas... mas estrelas muito especiais... Estrelas de amor.
É a mensagem que marca neste pequeno livro. A história é simples e contada com brevidade, mas o essencial de cada episódio serve para transmitir uma lição sobre o amor. E é na análise dos diferentes tipos de amor que o melhor desta história se revela: simples e breve, cada pequeno episódio convida à reflexão. O que é o amor, afinal, para lá do mais conhecido amor romântico? Quem, como e porquê amar? A pequena história de Michel e Eri serve de base para uma reflexão sobre estas perguntas e os pequenos momentos ternos dão à simplicidade desta narrativa um toque de magia.
É principalmente como meio para transmitir uma lição que esta história funciona. Assim, os acontecimentos limitam-se ao essencial. Não há grande contextualização e parte da reflexão é deixada à mente (e ao coração) do leitor. Fica, por isso, a impressão de que, enquanto narrativa, talvez um maior desenvolvimento pudesse tornar a história mais completa, mais impressionante. Não me parece, contudo, que seja esse o objectivo e, apesar da simplicidade e da brevidade do enredo, o essencial da mensagem está lá.
Um Coração Cheio de Estrelas é, pois, uma leitura muito simples, uma pequena história que convida o leitor a pensar sobre a força dos sentimentos. Breve como, de facto é, deixa a curiosidade em saber um pouco mais sobre Eri e Michel. Ainda assim, da ternura e da emoção essenciais, nada se perde pela brevidade da história.
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