segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Excecionais (Scott Westerfeld)

Tudo mudou na sequência da Revolução Mental desencadeada por Tally Youngblood. Mas nem tudo para melhor... E, para Aya Fuse, há algo que permanece igual: ter quinze anos é uma chatice. Na sua cidade, a fama é o essencial e o que cada um obtém da vida é condicionada pelos méritos (obtidos por acções de boa cidadania) e o ranking facial, conquistado através da fama. É por isso que, cansada do anonimato do seu baixo ranking, Aya está disposta a fazer muito para conquistar uma história que a torne conhecida aos olhos do mundo. O problema é quando a história que Aya persegue se revela bastante mais complexa do que parecia à primeira vista...
A conjugação de uma história cheia de acção e de ritmo viciante com uma abordagem inteligente e cativante dos grandes temas da sociedade tem vindo a ser um elemento constante nos livros deste autor, e em particular nesta série. Este último volume não é excepção e as questões relevantes são mais que muitas: questões globais como a protecção do planeta ou a preocupação excessiva com a fama e a falta de privacidade a esta associada associam-se à definição de valores que, igualmente relevantes, se definem mais na natureza de cada indivíduo, como a honestidade e o sentido de lealdade. E todos estes elementos são abordados de forma envolvente, sem prejudicar o ritmo compulsivo do enredo, mas nunca de forma superficial. Interacções como a de Aya e Frizz, ou descobertas como as das verdadeiras razões para o plano dos Extras dão forma a discussões ou até revelações pessoais associadas a estes valores, e estas são construídas de uma forma que fica na memória do leitor.
Para além da mensagem por detrás da sociedade construída pelo autor, destacam-se também a construção de novas personagens (diferentes, de certa forma, das dos volumes anteriores, mas onde é possível vislumbrar paralelismos interessantes) bem como o seu cruzamento com figuras que, vindas dos livros anteriores, adquirem agora uma nova perspectiva. Isto é particularmente evidente na visão exterior - e, como tal, menos empática e mais imparcial - de Tally Youngblood, na qual as consequências da sua experiência prévia são agora bem visíveis.
Trata-se, portanto, de uma história cativante, construída num mundo repleto de elementos de interesse e onde as personagens se tornam reais tanto pelo seu percurso de aprendizagem como pela forma como esta transmite uma forte mensagem. Envolvente e cheio de surpresas, um final mais que adequado para uma série muito interessante. Muito bom.

Passatempo Os Jogos da Fome

No próximo dia 3 de Novembro, chega às livrarias A Revolta, a conclusão da trilogia de Suzanne Collins. Por isso, e para que quem ainda não leu tenha o oportunidade de conhecer esta interessante obra, O blogue As Leituras do Corvo, em parceria com a Editorial Presença, tem para oferecer um exemplar do livro Os Jogos da Fome, de Suzanne Collins. Para participar basta responder às seguintes questões:

1. Como se chama a protagonista deste livro?
2. Que títulos dão continuidade à trilogia iniciada com Os Jogos da Fome?
3. Suzanne Collins é argumentista de programas televisivos infantis. Para que canal?

Regras do Passatempo:
- O passatempo decorrerá até às 23:59 do dia 6 de Novembro. Respostas posteriores não serão consideradas.
- Para participar deverão enviar as respostas para carianmoonlight@gmail.com, juntamente com os dados pessoais (nome e morada completos);
- O vencedor será sorteado aleatoriamente entre as participações válidas;
- Os vencedores serão contactados por email e o resultado será anunciado no blogue;
- Só se aceitarão participações de residentes em Portugal e apenas uma por participante e residência.

domingo, 30 de outubro de 2011

Cruz de Ossos (Patricia Briggs)

Depois dos acontecimentos das últimas semanas, impõe-se na vida de Mercy algum tempo de recuperação. Mas há qualquer coisa na caminhante que atrai problemas e quando Marsilia, senhora dos vampiros, descobre da responsabilidade de Mercy na morte de dois dos seus, a necessidade de estar alerta torna-se evidente. E eis que surge uma possibilidade de se afastar, por algum tempo, deixando os que ama em segurança ao mesmo tempo que presta auxílio a uma antiga amiga. Mas há algo de estranho nesse pedido de ajuda, que parece surgir numa altura demasiado... conveniente.
É algo de fascinante a forma como a autora consegue cruzar tantos tipos diferentes de sobrenaturais, sem que a narrativa perca fluidez ou força compulsiva. Depois de uma passagem pelo estranho mundo dos seres feéricos, são novamente os vampiros a destacar-se em Cruz de Ossos, mas os restantes sobrenaturais nunca são esquecidos. Na verdade, há neste livro uma curiosa interacção entre lobisomens, feéricos e vampiros, interacção que contribui para dar intensidade a um enredo cheio de acção, mas onde a personalidade e os dilemas das personagens nunca são esquecidos.
Há muitos pontos de interesse no desenvolvimento do enredo, tanto nos pequenos pormenores de interacção e protocolo das diferentes espécies (a hierarquia dos lobisomens, os rituais elaborados dos vampiros...), como nos grandes acontecimentos que dão forma a uma história principal surpreendente e cheia de momentos fortes. Ainda assim, não são apenas os grandes eventos a destacar-se e é, muitas vezes, nas pequenas coisas que se encontram os pontos de maior emoção. No desenvolvimento de valores como a lealdade (e esta destaca-se particularmente na complicada posição de Stefan), uma certa medida de espírito de sacrifício (na posição de Mercy para com Chad) e na protecção e apoio aos mais vulneráveis (sendo esta particularmente evidente na atitude de Adam, mas também de Samuel, para com Mercy na sua posição de fragilidade).
E, sendo o carácter da protagonista uma das grandes forças desta série, importa referir a sempre presente evolução a ocorrer em Mercy. O seu percurso de recuperação, a sua necessidade de agir da forma correcta, a sua tentativa de se abrir aos que a rodeiam e a descoberta de uma nova percepção para o passado são apenas alguns dos elementos que fazem de Mercy uma personagem cativante, tanto nas suas forças como nas fragilidades. Além disso, há algo de refrescante na forma como o romance é desenvolvido, já não como a eterna questão do triângulo amoroso, mas como o crescimento de uma relação mais estável.
Trata-se, portanto, de mais uma cativante história nas aventuras de Mercy Thompson, uma história cheia de acção e com muitos momentos fortes, tanto a nível de grandes acontecimentos, como de pequenas revelações. Intenso, viciante e com a medida certa de emoção, um livro muito bom.

The Mammoth Book of Best New Horror 19 - segunda parte

Continuando no ponto onde a primeira parte terminou, o conto que se segue é Man, You Gotta See This!, de Tony Richards. Trata dos quadros de um homem morto e dos efeitos secundários de o observar, numa história fluída, intrigante e com um final marcante. Muito bom, em suma. Segue-se The Fisherman, de David A. Sutton, história de um casal numa segunda tentativa de lua-de-mel e do encontro com um homem perturbado pela morte da mulher. Lento e algo confuso, apresenta uma ideia interessante, mas acaba por deixar o essencial por explicar.
The Children of Monte Rosa, de Reggie Olner, conta a história de umas férias em Portugal e do encontro com um casal... peculiar. Pausado e descritivo, mas com um tom misterioso, tem como momento mais intenso a arrepiante apresentação das casas de vidro. Interessante e algo sinistro, deixa, ainda assim, algumas coisas sem explicação. The Witch's Headstone é, na verdade, um dos capítulos de The Graveyard Book, de Neil Gaiman. Apresenta a história de uma bruxa morta sem direito a uma lápide e, ainda que falte alguma contextualização (como é natural, sendo um excerto de uma obra mais extensa), trata-se de uma leitura cativante, com uma ideia interessante e escrita de forma agradável.
Segue-se Calico Black, Calico Blue, de Joel Knight. Aqui, os elementos essenciais são uma boneca de porcelana com "força de vontade" e uma visita do protagonista à sua estranha dona. Misterioso, intrigante e sombrio, cresce em intensidade com o evoluir do enredo, culminando num final poderoso. Já em This Rich Evil Sound, de Steven Erikson, um Inverno rigoroso é a base para uma estranha conversa entre dois homens, num conto pausado, mas com um estilo de escrita fascinante e uma interessante reflexão sobre solidão, cansaço e morte. Muito bom.
Miss Ill-Kept Runt, de Glen Hirshberg, fala de uma mudança, de uma salvação milagrosa e do conflito entre a imaginação e os medos reais. Cativante, mas estranho e um pouco confuso. Já Deadman's Road, de Joe R. Lansdale, junta um padre com ódio ao seu deus, um agente da autoridade e um condenado à forca numa viagem através de uma estrada onde habita um morto-vivo. Envolvente, sombrio, com laivos de macabro, destaca-se neste conto a curiosa visão de Jubil sobre a religião e a lenda associada à estrada. De notar ainda o final intenso, apesar de um pouco previsível.
Em A Gentleman from Mexico, Mark Samuels explora a descoberta de um novo autor e uma estranha semelhança entre este e Lovecraft. Cativante e com uma escrita fluída, destaca-se a interessante visão da relação entre autor e obra, bem como toda a teoria (algo surreal) para as razões do regresso do autor, resultando num conto surpreendente e enigmático. Já Loss, de Tom Piccirilli, apresenta uma casa cheia de gente peculiar, onde um escritor falhado, uma morte estranha e um amor secreto são a base de um conto extenso, mas cativante, apesar do ritmo pausado. Bastante surreal, mas surpreendente na sua estranheza.
Behind the Clouds: In Front of the Sun, de Christopher Harman, apresenta o globo de um planeta desconhecido, bem como o segredo escondido no seu interior. Com um início confuso, algo rebuscado, surge como uma ideia interessante, mas deixa demasiado por explicar, resultando num conto estranho e algo cansativo. Em The Ape's Wife, Caitlín R. Kiernan cria uma vida para Ann Darrow depois de King Kong. Descritivo, pausado, destaca-se principalmente pela estrutura de sonhos dentro de sonhos, bem como pela expressividade do vazio e da decadência. Um conto estranho, mas muito bom.
Da obsessão de um coleccionador de livros trata Tight Wrappers, de Conrad Williams, num conto com uma base interessante, ainda que algo surreal. O resultado, contudo, é algo confuso, deixando a impressão de explicações em falta.
E o último conto é também um dos melhores do livro. Parte de um mundo maior e despertando curiosidade para outras obras do autor, Cold Snap, de Kim Newman, apresenta uma alteração meteorológica como base para uma fusão entre história de detectives, investigação paranormal e duelo entre heróis e vilões. Cativante, com personagens carismáticas, bons momentos de humor e um sistema muito interessante, um conto intenso e viciante. Magnífico.
O livro termina ainda com uma necrologia onde, num tom (felizmente) mais sereno e respeituoso que a introdução, o percurso e a obra das figuras relevantes que partiram em 2007 são recordadas de forma sucinta e esclarecedora, bem como uma lista de contactos e entidades relevantes para os interessados no género.
A impressão final desta leitura é, pois, a de uma obra abrangente, de grande diversidade de temas e estilos, e onde a força cativante dos contos varia, também, consideravelmente. Contos houve muitíssimo interessantes, enquanto a outros parece faltar qualquer coisa. Valeu a pena, ainda assim, descobrir ou conhecer mais da obra de alguns autores e, por isso, o balanço final é positivo.

sábado, 29 de outubro de 2011

O Mágico (Michael Scott)

Após uma fuga precipitada, os caminhos de Sophie e Josh levam-nos a Paris, a cidade natal do Alquimista. Mas não basta a distância para afastar a influência de Dee e um novo aliado surge, mais que disposto a colocar barreiras no caminho de Flamel e dos gémeos. Niccoló Machiavelli detém poder e influências suficientes para criar dificuldades. Mas, mesmo numa cidade que mudou tanto desde a última visita de Flamel, o Alquimista e os seus companheiros não estão sozinhos. E também eles descobrirão aliados inesperados na cidade das luzes...
Tal como já acontecera em O Alquimista, destaca-se, em primeiro lugar, deste livro, o ritmo de acção constante. Quase sempre em fuga, numa corrida contra o tempo (e contra a morte), com inimigos persistentes e de grandes capacidades, é inevitável que o percurso dos protagonistas seja frenético, sempre em mudança e cheio de momentos de conflito. Há, por isso, uma predominância de momentos de acção, sendo a caracterização feita gradualmente e na medida em que é necessária.
Ainda assim, há agora um maior equilíbrio entre o intenso ritmo dos acontecimentos e o desenvolvimento das personagens. Surgem, neste livro, mais desenvolvimentos quer a nível das suas personalidades quer a nível dos seus dilemas: subitamente arrancados a uma vida de calma normalidade e confrontados com tantos aliados e inimigos improváveis, é difícil saber em quem se pode confiar e quanto de verdade lhes estará a ser dito. Questões que, em O Alquimista, se perdiam na força dos acontecimentos, mas que, neste livro, ganham algum espaço para se desenvolver.
Um aspecto também muito interessante deste livro é a forma como o autor cria aliados e inimigos a partir de figuras históricas e/ou lendárias, construindo-lhes um percurso alternativo. Figuras já conhecidas do volume anterior voltam a surgir, mas também novas personagens são apresentadas e, aqui, destacam-se as peculiaridades de um Conde de Saint-Germain bastante diferente do que a sua lenda faria imaginar.
Trata-se, em suma, de uma evolução bastante interessante para a história iniciada em O Alquimista. Apresentando novos elementos e dando um pouco mais de destaque ao desenvolvimento das figuras que protagonizam a história, o autor consegue neste livro uma narrativa mais equilibrada, mas igualmente cheia de acção e de leitura agradável e cativante. Gostei, portanto.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Terra Abençoada (Pearl S. Buck)

Para Wang Lung, o Lavrador, é da terra que vem o sustento para si e para o seu velho pai. Por isso, todos os gastos são ponderados e, mesmo ao escolher com quem casar, Wang Lung não procura uma mulher bela, mas alguém capaz de o auxiliar nas tarefas da terra. E tudo parece correr bem. O-lan é uma esposa dedicada: dá-lhe filhos e ajuda-o no trabalho. Mas um dia a fome chega e a única alternativa é viajar para o Sul em busca de uma oportunidade. Aí, começará um caminho de mudanças, da miséria à prosperidade... a uma prosperidade que não basta para conseguir a paz.
Escrito de forma simples e directa, sem grandes elaborações a nível de linguagem, é na visão precisa de uma época e de uma cultura tão diferentes que reside a força deste livro. Questões como a impossibilidade de questionar o comportamento dos mais velhos (mesmo quando este é questionável) e a forma como os casamentos são conduzidos (mais como um negócio que como qualquer associação sentimental) são encaradas com a naturalidade de actos do quotidiano e, ao não formar juízos de valor sobre cada situação, a autora deixa o leitor a capacidade de reagir segundo os seus próprios valores, enternecendo-se ou revoltando-se, consoante as circunstâncias.
Se, analisando o percurso da família de Wang Lung, há muito que propicia à reflexão, mais o há se se considerar o percurso pessoal de Wang Lung e a forma como este condiciona os que o rodeiam. Com a passagem das grandes dificuldades e a ascensão à prosperidade, há uma mudança considerável no rumo do protagonista: se antes o movia a determinação de se arrancar (e aos seus) à miséria em que vivia, começam, mais tarde, a surgir alguns caprichos e, com a nova posição social, vem também o despertar de um certo autoritarismo. Assim, também a própria vida de Wang Lung é feito de contrastes: a imposição de Lotus à sua primeira mulher contrasta com a resignação com que tem de enfrentar a vontade do tio; a submissão à autoridade paterna contrasta com a rebeldia do filho mais novo; e a sua quase devoção à "sua tolinha" contrasta com a indiferença com que lida com todos os restantes. E depois há a dedicação, a obsessão pela terra, sempre a terra, alvo de uma dedicação maior que qualquer dos seres humanos em redor.
É, pois, na forma como a fluidez serena da narração contrasta com as fortes emoções que evoca no leitor, que se encontra o mais marcante deste livro. Uma obra cativante, evocando sentimentos contraditórios para com as personagens e deixando, no final da história, muito sobre que reflectir acerca do tempo e da cultura diferentes que apresenta. Muito bom.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

O Messias de Duna (Frank Herbert)

Passaram doze anos. Paul Atreides é agora o Imperador e a figura que muitos veneram já como algo similar a um deus. A sua ascensão foi o início de uma Jihad que foi - e continua a ser - razão e impulso para a morte de milhões. Mas, por mais que Paul queira quebrar a sua associação à imensa guerra de que é a imagem essencial, é tarde demais. E as suas múltiplas visões do futuro mostram-lhe que não há alternativas que não venham acompanhadas de terríveis consequências. Está nas suas mãos, pois, escolher o tortuoso caminho que levará ao mal menor. Mas há inimigos que conspiram nas sombras. E as consequências para cada escolha serão devastadoras.
Mais curto que Duna, mais de ritmo mais pausado e cariz um pouco mais introspectivo, este é um livro em que as grandes acções dão lugar a uma necessidade de escolhas mais pessoais. É, desde as primeiras páginas, evidente que tudo mudou e, tal como no livro anterior, é claríssima a atenção à forma como o sistema evolui - nos bons aspectos e nos maus. Há, também, uma visão mais completa ao alternar entre os passos de Paul e a evolução dos planos dos seus inimigos, contribuindo isto para uma sensação de inevitabilidade que se torna mais intensa com o evoluir da narrativa e que culmina num final emocionalmente devastador.
Apesar dos pormenores da conspiração e do desenvolvimento das mudanças operadas sobre o Império, o que mais marca deste livro é a evolução e o dilema pessoal de Paul. Há, ao longo de todo o texto, uma presença de dúvidas, necessidades de escolha e aquela inevitável revolta contra um destino inexorável que lembram que, apesar de Imperador e figura (quase) sagrada, Paul Atreides é, ainda e sempre, humano e, como tal, capaz de amor, de amizade... e de sofrimento. É, por isso, o seu tormento interior, a sua necessidade de sacrificar o que mais ama, de renunciar ao que mais valoriza, de resistir à tentação em nome de um bem maior, que mais marca neste livro onde o mundo é essencial, mas o protagonista é a máxima força.
Haveria, talvez, muito mais a dizer sobre este livro, mas, mais uma vez, faltam-me as palavras para expressar por completo o impacto emocional deixado por esta leitura. Fica, pois, na memória esta história de escolhas e sacrifícios, de poder relutante e de nobreza traída. A visão, num mundo tão diferente, mas tão estranhamente próximo, de uma figura à altura de valores maiores que qualquer relação pessoal ou até que a preservação da própria existência. Marcante, belíssimo e comovente... uma obra soberba.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Magia e Sedução (Alice Hoffman)

As Owens sempre foram vistas como as culpadas de todo o mal que sucedesse. Contudo, quando o desejo se tornava mais forte, não eram poucas as mulheres que se revelavam dispostas a recorrer a métodos pouco ortodoxos para conquistar a pessoa amada. Por isso, Sally e Gillian Owens, orfãs e criadas pelas tias, habituaram-se desde cedo a conviver com as mais estranhas circunstâncias e, marcadas por aquilo que observaram, juraram nunca ceder ao desejo. Mas, ao crescer, ambas mudam e as suas personalidades definem-se. Por isso, Gillian abandona a casa das tias para casar e viver a sua própria vida. Sally, por sua vez, permanece e constrói aí a sua família. O problema é que nada é eterno e ambas terão de viver as suas próprias tragédias, até que os seus caminhos se voltem a cruzar.
Há um contraste interessante na forma como a magia é abordada ao longo deste livro, funcionando, por um lado, como força motriz para as decisões das protagonistas, mas sendo, por outro, um elemento natural e, nalgumas circunstâncias, apenas um aspecto secundário da situação. Existem fenómenos sobrenaturais. Existem também alguns rituais que são realizados. Não são, contudo, estes o ponto essencial da narrativa e os grandes acontecimentos são movidos por algo mais terreno (ainda que igualmente complexo): o amor.
E ainda que o amor seja um ponto fulcral no desenvolvimento deste livro, não se pode dizer que haja momentos particularmente sentimentais. A história é narrada de um ponto de vista algo distante, ainda que envolvente, e sãos desenvolvidos os acontecimentos que propriamente as reacções emocionais. Os grandes momentos, pois, surge através das relações algo complicadas entre as Owens e não propriamente nas suas experiências... amorosas.
Ainda um outro aspecto curioso é a forma como presente e passado das personagens se interligam, passando do acontecimento à memória de forma algo brusca, como que se uma ideia que surgisse na mente da personagem em causa. Isto resulta nalguns momentos um pouco confusos, principalmente nas trocas mais abruptas de personagens, mas contribui, em contrapartida, para um conhecimento um pouco mais completo das personagens.
Envolvente, ainda que um pouco distante, uma história cativante, onde alguns momentos poderiam, possivelmente, ter sido um pouco mais desenvolvidos, mas que, apesar disso, não deixa de ser interessante. Mais haveria a dizer, talvez, sobre alguns aspectos. Gostei, ainda assim.

A Revolta chega a 3 de Novembro

Suzanne Collins
Título Original: Mockingjay – The Hunger Games – Book 3
Tradução: Jaime Araújo
Páginas: 280
Coleção: Via Láctea Nº 102
PREÇO COM IVA: 14,90€
ISBN: 978-972-23-4653-5

Katniss Everdeen não devia estar viva. Mas, apesar dos planos do Capitólio, a rapariga em chamas sobreviveu e está agora junto de Gale, da mãe e da irmã no Distrito 13.
Recuperando pouco a pouco dos ferimentos que sofreu na arena, Katniss procura adaptar-se à nova realidade: Peeta foi capturado pelo Capitólio, o Distrito 12 já não existe e a revolução está prestes a começar. Agora estão todos a contar com Katniss para continuar a desempenhar o seu papel, assumir a responsabilidade por inúmeras vidas e mudar para sempre o destino de Panem – independentemente de tudo aquilo que terá de sacrificar…

Suzanne Collins é autora de literatura infantojuvenil e argumentista de programas televisivos infantis, nomeadamente para a Nickelodeon. O primeiro volume da trilogia esteve no top de bestsellers do New York Times, da Publishers Weekly e do USA Today várias semanas consecutivas. Foi considerado o melhor livro de ficção infanto-juvenil de 2008 pela Publishers Weekly e pelo New York Times. Alvo de um acolhimento entusiástico nos mais de trinta países em que se encontra traduzido, a trilogia Os Jogos da Fome reúne todos os ingredientes para se tornar um clássico da ficção científica.

Novidade Sextante

Um perito de arte inglês, Anthony Whitelands, chega de comboio à Madrid fervilhante de 1936. A sua tarefa é autenticar um quadro desconhecido, que pertence a um amigo de José Antonio Primo de Rivera, fundador da Falange, quadro cujo valor pode ser fundamental para apoiar uma mudança política em Espanha. Turbulentos amores, retratos fiéis dos meios sociais da época e a atmosfera tensa de aventura e de conspiração que antecede a guerra civil que se aproxima marcam este notável novo romance de Eduardo Mendoza, onde o humor e a ironia se cruzam com a gravidade da tragédia.

Eduardo Mendoza nasceu em Barcelona em 1943. Escreveu entre outros romances A verdade sobre o caso Savolta (1975, Prémio da Crítica), O mistério da cripta assombrada, O labirinto das azeitonas, A cidade dos prodígios (1986, Prémio Cidade de Barcelona), Uma comédia ligeira (1996, Prémio de Melhor Livro Estrangeiro em Paris em 1998), A aventura do cabeleireiro de senhoras (2001, Prémio para o «Livro do Ano» do Grémio dos Livreiros de Madrid) e Maurício ou as eleições sentimentais (2006, Prémio de Romance da Fundação José Manuel Lara). Com Rixa de gatos venceu o Prémio Planeta 2010. A Sextante Editora iniciou, com A assombrosa viagem de Pompónio Flato e Três vidas de santos, a publicação regular em Portugal das obras de Eduardo Mendoza.

Novidade Europa-América

Título: Os Três Mosqueteiros
Autor: Alexandre Dumas
Colecção: Clássicos
Preço: 31.25¤
Pp.: 672
Formato: 14 cm x 21 cm
ISBN: 978-972-1-05333-5

Romance histórico, Os Três Mosqueteiros pertencem com efeito a esse género literário que Sir Walter Scott pôs em moda, por volta de 1820, com os célebres Ivanhoe, A Flecha Negra ou Rob Roy.

Alexandre Dumas teceu as suas ficções sobre uma trama do século XVII, misturando personagens reais das mais altamente colocadas com personagens imaginárias, conseguindo colocar uma e outras no panteão dos imortais. A sua inspiração faz agir e falar o monarca absoluto Luís XIII e o temível cardeal Richelieu, Ana de Áustria e Buckingham, reviver toda uma época em que se sucedem as aventuras dos seus heróis, D’ Artagnan, Athos, Porthos, Aramis e essa fascinante Milady, à volta da qual a acção se desenrola com inegável poder dramático.
Gerações de leitores renderam-se a esta obra brilhante.
E hoje, passado mais de um século, o livro conserva todo o seu interesse e continua a ser adaptado ao cinema, televisão e mesmo a desenhos animados, transformando esta numa verdadeira obra para todas as idades.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Soldados de Honra (Adrian Goldsworthy)

Ano 1808. Em plena guerra com os franceses, a entrada no exército é vista como uma oportunidade de carreira vantajosa. Mas não há lugares para todos e para aqueles que, como Hamish Williams, não têm a possibilidade de comprar uma posição de oficial, a solução é servir como voluntário até que surja uma vaga. Para Williams, até esta é uma possibilidade remota. Mas talvez quando o 106º regimento se desloca a Portugal para auxiliar na guerra contra Napoleão, as oportunidades acabem por surgir...
Mais conhecido pelos seus livros de história divulgativa (dos quais importa destacar o muito completo O Fim do Império Romano), não surpreende que seja nos detalhes históricos que o trabalho do autor se destaca. Tanto na caracterização do quotidiano de um exército à espera de ordens como na precisa e pormenorizada descrição das batalhas, destaca-se a atenção ao pormenor, a caracterização cuidada das pequenas coisas, o desenvolvimento até dos mais simples gestos que contribuem para a construção de uma imagem clara e global do que seria a vida num exército da época.
Ainda que, até certo ponto, se possa ver Williams como um protagonista, não há uma personagem que se destaque claramente sobre as restantes. Há uma atenção particular para com as personagens do "grupo" de William, bem como algumas figuras superiores (como MacAndrews e Wellesley), mas o foco está nos eventos e não nas personagens e, por isso, é no essencial do conflito que se centra a acção.
Em resultado disto, o ritmo que se estabelece é relativamente pausado. É necessária uma certa medida de concentração para acompanhar todos os pormenores, principalmente porque os momentos pessoais da narrativa são apenas uma pequena parte de uma história mais global, menos pessoal. Ainda assim, há algo de cativante na precisão desses pormenores e na forma como, entre uma visão mais geral das circunstâncias, os pequenos traços que definem algumas das personalidades (Williams em particular, claro) surgem em força nos melhores momentos.
Não é, portanto, uma leitura compulsiva. Pausado e cheio de pormenores, é um livro para apreciar com calma, descobrindo lentamente as pequenas coisas. É, ainda assim, uma obra que, sendo ficção, apresenta toda uma vastidão de elementos históricos relevantes e, como tal, muito de interessante para descobrir.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Quem Assim Falou (José Jorge Letria)

Da antiguidade aos nossos dias, as frases que ficaram para a história, acompanhadas de uma breve contextualização e síntese da vida dos seus autores. Assim se define o conteúdo deste livro onde, de forma sucinta e acessível, frases sobejamente conhecidas (e outras, talvez, menos familiares) são aproximadas ao seu contexto original.
Bastam alguns parágrafos para contextualizar frases que, com o decorrer do tempo ou com a sua recorrente utilização em diferentes contextos, se tornaram comuns e, por vezes, um pouco divergentes do sentido que lhes dava quem as disse. Dependendo do contexto histórico, da época em que foram proferidas e do seu significado efectivo, também o tom varia desde o filosófico "Penso, logo existo" de Descartes a um muito peculiar " Se não têm pão, que comam brioches", de Maria Antonieta, passando por toda uma série de citações de sentidos tão diversos como o apelo ao heroísmo, a crítica ao sistema ou, simplesmente, alguma reflexão pessoal.
Muito mais haveria a dizer sobre os autores de algumas frases e, principalmente, sobre o contexto histórico em que estas foram pronunciadas. Ainda assim, o resumo sucinto que é apresentado para cada citação basta para criar uma ideia bastante precisa do seu contexto, bem como, nalguns casos, para despertar a curiosidade em ler mais sobre o assunto.
Este é, portanto, um livro que, não sendo particularmente complexo, funciona como uma interessante caracterização de citações famosas, inserindo-as no seu contexto de forma clara, ainda que sem grandes elaborações. Simples, mas interessante, uma boa leitura.

Novidade Porto Editora

«Sou Maya Vidal, dezanove anos, sexo feminino, solteira, sem namorado por falta de oportunidade e não por esquisitice, nascida em Berkeley, Califórnia, com passaporte americano, temporariamente refugiada numa ilha no sul do mundo. Chamaram-me Maya porque a minha Nini adora a Índia e não ocorreu outro nome aos meus pais, embora tenham tido nove meses para pensar no assunto. Em hindi, Maya significa “feitiço, ilusão, sonho”, o que não tem nada a ver com o meu carácter. Átila teria sido mais apropriado, pois onde ponho o pé a erva não volta a crescer.»

Nasceu em 1942 no Peru. Viveu no Chile entre 1945 e 1975, com largos períodos de residência noutros locais, na Venezuela até 1988 e, desde então, na Califórnia. Em 1982, o seu primeiro romance, A Casa dos Espíritos, converteu-se num dos títulos míticos da literatura latino-americana. Seguiram-se muitos outros, todos êxitos internacionais. A sua obra está traduzida em trinta e cinco línguas.
Em 2010 foi galardoada com o Prémio Nacional de Literatura do Chile.

Divulgação: Mãos que Falam com Pressa

Não existe nem pode haver passividade na palavra, nem valores equacionados na mesma. Cresço em cada sílaba, em cada frase, em emoções de gestos incontidos.
Brindo o gosto pela poesia, com as horas que fruem os caminhos, como o lavrador semeia na terra lavrada. Corre em mim um quotidiano, rebelde e irreverente que me desalinhou da estética como indivíduo e comunico a vida, como algo adjacente no vaguear torto das esquinas.

A autora: Nascida em Lisboa nos anos 50, cedo se destacou pelas idas constantes para a Quinta dos avós na Beira-Alta, onde se encontrava no seu pleno no meio da Natureza.
Fez os seus estudos no Liceu de Oeiras, tendo igualmente frequentado o British Council e Alliance Française. Os estudos Académicos passaram pelo Curso de Língua e Cultura Portuguesa, na Faculdade de Letras de Lisboa.
O "amor" pelos multi-deficientes, levou-a a tirar várias especialidades, para se dedicar ao trabalho quer com os mesmos, quer com jovens em risco.
O gosto pela poesia, incentivada pela mãe e avó, desabrochou na Escola Primária, quando Pessoa era leitura obrigatória. A partir daí tornou-se o seu mestre, quer com Caeiro, mas principalmente com Campos.
E como costuma dizer: "Meto a metafísica no bolso e vou para a rua dançar".

domingo, 23 de outubro de 2011

Café Negro (Agatha Christie)

Quando Sir Claud Amory decide pedir a Poirot que se desloque à sua casa, o seu medo é o de que alguém de entre os que lhe são próximos pretenda roubar a sua mais recente e importante descoberta. Contudo, os acontecimentos precipitam-se e quando, após o desaparecimento da fórmula, Sir Claud decide dar ao culpado a oportunidade de devolver discretamente o que tirou, a morte surge em circunstâncias duvidosas. O motivo da chegada de Poirot deixou, portanto, de ser relevante. Ainda assim, o detective sente-se na obrigação de resolver o mistério da fórmula desaparecida... e de descobrir o assassino.
Escrita originalmente na forma de texto dramático e, mais tarde, adaptada a romance por Charles Osborne, há, nesta obra, vários pontos em comum com outras obras da autora. Na verdade, a linha essencial da narrativa - uma morte, uns quantos suspeitos, uma investigação e a revelação do culpado - é relativamente familiar aos leitores de policiais, havendo também algo de familiar no momento em que Sir Claude reúne os futuros suspeitos numa sala trancada (fazendo lembrar, um pouco, As Dez Figuras Negras).
Destaca-se, sobretudo, a peculiar personalidade de Poirot, tanto nas suas pequenas manias como na capacidade dedutiva que o leva a basear a investigação no que lhe apresentam as suas "celulazinhas cinzentas". Além disso, e ainda que este seja um caso em que não é muito difícil adivinhar a identidade do assassino, há uma força cativante na forma como os eventos são abordados, desenvolvendo interesses, relações e, por vezes, até os princípios que definem o carácter dos diferentes suspeitos.
Fica, portanto, deste Café Negro, a impressão de uma leitura cativante, onde o mistério central é, talvez, um pouco previsível, sendo, contudo, compensado pelos pequenos segredos e manias dos seus intervenientes. Gostei.

sábado, 22 de outubro de 2011

O Caso Rembrandt (Daniel Silva)

Decidido a cortar as suas ligações com o Departamento, o misterioso Gabriel Allon retira-se, na companhia da sua mulher, para um remoto lugar na Cornualha. O objectivo é recuperar dos acontecimentos passados, seis meses antes, na Rússia. Mas um visitante inesperado vem interromper o seu exílio e o desaparecimento de um Rembrandt (quase) desconhecido é o ponto de partida para mais um regresso a um mundo onde Gabriel é uma lenda... mas do qual preferia manter alguma distância.
É interessante notar como o que começa por uma história mais simples e mais relacionada com o mundo da arte acaba por se encaminhar para uma situação mais perigosa e envolvendo toda uma operação meticulosamente planeada. A história de Julian Isherwood e do seu Rembrandt parece, a princípio, ser o essencial da história e a intervenção de Gabriel parece ser apenas um favor a um amigo. Mas há sempre uma história escondida sob a superfície e, mais uma vez, os interesses dos poderosos tornam necessária uma maior intervenção da parte de Gabriel. E um necessário regresso aos meandros do Departamento.
Há, portanto, muitos segredos e muitas revelações ao longo deste livro, bem como muita acção, uma boa dose de tensão e alguns momentos emocionais muito bem conseguidos. Ao relacionar elementos tão diversos como o mundo da arte, os crimes nazis e os interesses de algumas potências em armamento nuclear, o resultado é uma história sempre mais complexa do que aparenta e onde o que é revelado do enredo principal diz também muito sobre o seu relutante protagonista.
Não há tanta intensidade emocional como, por exemplo, em O Desertor. Isto deve-se a um menor envolvimento pessoal de Gabriel na operação propriamente dita, sendo o melhor do seu papel revelado na sua posição de "mentor" para uma operação bastante complexa... e arriscada. Os desenvolvimentos que surgem, contudo, são muito bons e as relações de lealdade, bem como a "maldição" de saber a diferença entre certo e errado são exploradas de forma bastante intensa.
Com uma história viciante, momentos muito bons e um protagonista carismático que, a cada novo livro, se revela mais complexo e interessante, O Caso Rembrandt acrescenta um novo capítulo às sempre fascinantes missões de Gabriel Allon. Intenso e de leitura compulsiva. Muito bom.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Vasto Mar de Sargaços (Jean Rhys)

Esta é a parte da história que ficou por contar no romance de Charlotte Brontë, a história de Bertha Antoinette Mason, primeira mulher de Edward Fairfax Rochester. De que acontecimentos e razões a levaram à loucura, de como a sua relação com Rochester se criou (e destruiu) e de como, enfim, tudo acabou para a louca do sótão. Contada a diferentes vozes, a razão confunde-se com a insanidade, numa história onde grandes acontecimentos e palavras mal intencionadas mudam, para sempre, o caminho dos seus protagonistas.
Sendo a protagonista deste livro uma personagem pouco explorada em Jane Eyre - onde a loucura da mulher surge essencialmente como um facto sem grandes explicações -, a ideia de uma história onde se apresentem os motivos dessa loucura é, por si só, uma base interessante. E há razões fortes e momentos intensos, principalmente na primeira parte, mas surgindo ao longo de todo o livro, para justificar a insanidade. Situações que, de acordo com a perspectiva, parecem, por vezes, de uma veracidade questionável e que, por isso mesmo, criam uma interessante ambiguidade quanto ao que é real e quanto ao que é já o início da loucura.
Um outro aspecto interessante é o reflexo de como uma vida pode ser influenciada pelos rumores e pelas más intenções de figuras externas à vivência pessoal da protagonista. Também isto é particularmente evidente na primeira parte, no ódio que, desde o início, todos parecem ter para com Antoinette e a sua família, reflectindo-se as suas consequências ao longo de tudo o que virá depois.
Fica, nalguns momentos, a impressão de algo por explicar. Há uma longa linha temporal a ser percorrida neste livro relativamente curto e, por isso, bem como pela visão de uma história definida pelo que as personagens pensam e querem recordar, há mudanças que parecem ocorrer de forma um pouco brusca, como se alguns acontecimentos ficassem por contar. Ainda assim, o essencial está lá e o impacto final desta interessante leitura é uma visão das personagens bastante diferente da construída em Jane Eyre. Tanto para Antoinette como para Rochester.
Uma boa história, portanto, escrita de forma fluída e com momentos de grande intensidade. Cativante e, por vezes, surpreendente, uma boa leitura.

Novidade Bertrand

Em que consiste de facto a História? Séculos de pessoas no seu quotidiano: a dormir, a comer, a fazer sexo, a tentar viver confortavelmente. E onde acontece tudo isso? Em casa.

Foi este pensamento que inspirou Bill Bryson a fazer uma viagem pela própria casa, uma velha reitoria em Norfolk, andando de divisão em divisão a pensar como tinham início os acontecimentos banais da vida. E o que descobriu foram espantosas ligações entre tudo, desde o Palácio de Cristal à Torre Eiffel, do escorbuto à profanação de cadáveres, dos percevejos à Revolução Industrial, da crinolina às retretes, e praticamente tudo o resto que alguma vez aconteceu. Se Breve História de Quase Tudo nos dava um panorama abrangente do mundo, do Universo e de tudo o mais, Em Casa espreita a vida privada pelo microscópio. Bryson emprega a mesma curiosidade insaciável, o mesmo humor irresistível, a mesma proza estilizada e o mesmo poder narrativo, o que torna este livro um dos mais lúdicos e esclarecedores acerca da maneira como vivemos.

Bill Bryson nasceu no Iowa. Viveu em Inglaterra durante vinte anos, altura em que trabalhou no Times e no Independent e escreveu para as principais publicações britânicas e norte-americanas. A sua obra inclui livros de viagens como Nem Aqui nem Ali, Crónicas de Uma Pequena Ilha e Diário Africano, livros de divulgação, como a Breve História de Quase Tudo, e de biografia: Shakespeare dos oito aos oitenta. Por aqui e Por Ali, a descrição da sua aventura no trilho dos Apalaches foi um best-seller internacional. Vive nos Estados Unidos, em Hanover, com a mulher e os quatro filhos.

Novidades Casa das Letras para Novembro

1Q84
Haruki Murakami
Ficção Literária

Num mundo aparentemente normal e de contornos reconhecíveis, movem-se duas personagens centrais: Aomame, uma mulher independente, professora de artes marciais, e Tengo, professor de matemática. Os dois estão quase a entrar na casa dos trinta anos, têm vidas solitárias e ambos se dão conta de ligeiros desajustamentos à sua volta, que os conduzirão fatalmente a um destino comum. Falta dizer que tanto um como outro são mais do que parecem: a bela Aomame, nas horas vagas, é uma assassina que mata as suas vítimas sem deixar vestígios, levando toda a gente a pensar que morreram de morte natural; o apagado Tengo, um escritor em construção a quem o editor, Komatsu de seu nome, encarregou de trabalhar na revisão de A Crisálida de Ar, obra prometedora, nascida da imaginação (ou talvez não...) de uma adolescente enigmática, chamada Fuka-Eri.

Nas livrarias a 7 de Novembro

1494
Stephen R. Bown
História

No centro do maior acordo diplomático e político dos últimos cinco séculos estiveram as relações e as paixões de um punhado de indivíduos poderosos, unidos pela animosidade mútua e pelas obrigações pessoais, por questiúnculas, rivalidades e ódios com décadas. No entanto, em última análise, tudo isso acabou por se dever à determinação obstinada de uma jovem em escolher o seu próprio marido.
Esta é uma história de amor, de intrigas, de ciúmes e subterfúgios, um imbróglio cruel político e religioso. Poderia muito bem ter sido o enredo de uma das peças de Shakespeare. Mas é História bem real e mostra como, no século XV, o mundo começou a tomar a forma como o vemos hoje.

Nas livrarias a 21 de Novembro

Alice no País das Maravilhas
Lewis Carroll
Ficção Literária

Quem não se lembra do Coelho Branco, do Gato de Cheshire, da Lebre de Março, do Chapeleiro Maluco, da Rainha de Copas… e da incontornável Alice…?

As personagens que Lewis Carroll imortalizou num clássico único para todas as idades.
Viaje pelo mundo da imaginação e do nonsense onde tudo é possível!

Nas livrarias a 7 de Novembro

O Grande Livro dos Provérbios
José Pedro Machado
Sabedoria Popular

A primeira edição desta colectânea surgiu em 1996 com cerca de 26 000 entradas; o Apêndice à 2ª edição acrescentou-lhe 800. Para a 3ª edição, José Pedro Machado conseguiu reunir mais meio milhar.
Quer isto dizer que o leitor encontra aqui mais de 27 000 provérbios. Uma laboriosa recolha, a mais extensa da língua portuguesa, da cultura e da literatura oral popular. Organizados alfabeticamente para uma mais fácil consulta e sem esquecer os provérbios ditos em território brasileiro, este livro constitui um valioso contributo para a preservação da língua portuguesa.

Nas livrarias a 28 de Novembro

Dona Antónia
Gaspar Martins Pereira e Maria Luisa de Almeida de Olazabal
Biografia

Esta breve biografia de Dona Antónia procura perceber a mulher e a empresária no seu tempo, as circunstâncias e a rede de relações que marcaram a sua vida longa (1811-1896), a família em que nasceu e que alargou, a empresa a que ligou o seu nome e que dirigiu, os espaços sociais em que se movimentou, em encontros e desencontros, em alianças ou conflitos, episódicos ou duradouros.

Nas livrarias a 7 de Novembro

Novidade Caminho

o ano de 1533 viviam na ilha de Porto Santo um homem chamado Fernão Nunes e uma sobrinha sua, Filipa Nunes. Dizendo-se inspirados pelo Espírito Santo, tio e sobrinha declararam-se profetas. A heresia não podia ser tolerada, e ao fim de dezoito dias os hereges foram presos, sendo levados para a vila de Machico e depois enviados para Évora.
Os Profetas, de Alice Vieira é o primeiro romance não juvenil de Alice Vieira e está a chegar às livrarias. Neste romance histórico, baseado em factos reais, Alice Vieira recria de forma vívida os antecedentes e os dias exaltantes da pregação, os tormentos e mortes infligidos pelas autoridades, e ainda a vida na Lisboa quinhentista, cidade cosmopolita e bela mas sobre a qual se adensam as nuvens da Inquisição e do desastre nacional.
Fiel à História mas não ocultando simpatias, com a voz desassombrada e a mestria da escrita que unanimemente se lhe reconhecem, Alice Vieira oferece-nos em Os Profetas um romance histórico forte que não deixará de empolgar – e comover – os leitores
Sessões com Alice Vieira:
- Dia 21 de Outubro (sexta-feira) na Leya em Aveiro, 18h30.
- Dia 26 de Outubro (quarta-feira) – Lançamento Leya na CE Buchholz, 18.30h
- Dia 28 de Outubro (sexta-feira) na Leya na Pretexto/Viseu, 18h30.
- Dia 03 de Novembro (quinta-feira) na Leya /Funchal, 18h
- Dia 11 de Novembro (sexta-feira) na Leya na Caminho/Santarém, 18h30.
- Dia 16 de Dezembro (sexta-feira) na Leya na Barata/Lisboa, 18h30.
Alice Vieira nasceu em 1943 em Lisboa. É licenciada em Germânicas pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Em 1958 iniciou a sua colaboração no suplemento «Juvenil» do Diário de Lisboa e a partir de 1969 dedicou-se ao jornalismo profissional. Desde 1979 tem vindo a publicar regularmente livros, tendo, editados na Caminho, mais de cinco dezenas de títulos. Recebeu em 1979 o Prémio de Literatura Infantil Ano Internacional da Criança com Rosa, Minha Irmã Rosa; em 1983, com Este Rei que Eu Escolhi, o Prémio Calouste Gulbenkian de Literatura Infantil; e em 1994 o Grande Prémio Gulbenkian, pelo conjunto da sua obra. Foi indicada, por duas vezes, como candidata portuguesa ao Prémio Hans Christian Andersen. Foi igualmente apresentada por duas vezes como candidata ao ALMA (Astrid Lindgren MemorialAward). Além de escrever regularmente para a imprensa, é também autora de dois livros de poesia, de várias coletâneas de crónicas e de livros de ficção escritos em colaboração.

Vencedor do passatempo Inkspell

E terminou mais um passatempo. Desta vez, foram 180 as participações recebidas. Obrigada a todos os que enviaram as suas respostas.

E o vencedor é...

136. Filipa Vicente (Lisboa)

Parabéns e boas leituras!

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Inkspell - Sangue de Tinta (Cornelia Funke)

Um ano passado desde as aventuras da Inkheart - Coração de Tinta, a vida de Meggie Folchart parece ter voltado a uma calma normalidade. Até ao dia em que Farid aparece à sua porta, com uma história para contar. É que Dedo de Pó regressou à sua história, mas quem o leu de volta deixou Farid para trás. Além disso, o detestado Basta continua por perto e na companhia da Mortola, que está determinada a conseguir vingança pela morte do seu filho. Agora, o que Farid pede a Meggie é que esta o leia para o interior do Mundo de Tinta. Mas esta é também a sua oportunidade de partir para um mundo que sempre quis descobrir. E as escolhas de Meggie serão o início de uma grande aventura...
É fascinante notar como bastam algumas páginas para retomar a familiaridade com as personagens apresentadas no volume anterior. Há um ano de espaço entre os acontecimentos dos dois livros, mas o essencial de cada personagem permanece igual e são essas características bem definidas que facilitam o retomar da empatia criada no primeiro livro. Personalidades diferentes, figuras peculiares, vilões intrigantes e heróis relutantes moldam uma história de intrigas, de traições, mas também de lealdade e de sacrifício e, claro, dos sonhos e imaginação que dão forma ao conteúdo de cada livro.
Um outro aspecto interessante é o contraste entre os "mundos" dos dois livros. Em Inkspell, o mundo de onde muitas figuras surgiram é agora o destino e há nas semelhanças e diferenças entre o que rodeava Capricórnio e o que é o cenário global do Mundo de Tinta uma série de paralelismos interessantes.
Mas o mundo é apenas uma parte da história e esta é uma história cheia de sonhos e de aventuras. Há um caminho de perigos e de intrigas a percorrer e é fascinante a forma como a autora desenvolve a narrativa entre situações de grande tensão e momentos de uma ternura inocente e tocante. Na verdade, também aqui o equilíbrio entre as diversas personalidades contribui para a força emotiva da história, que culminará num final muito marcante e que muito deixa em aberto para o que virá na conclusão desta trilogia. Há, pois, algo que define a história no temperamento de cada personagem: na necessidade de fazer o que está certo (em Meggie), na lealdade e no instinto protector (Farid), na importância da família (Mo, Teresa e Elinor), na descoberta de algo por que vale a pena morrer (Dedo de Pó) e na força dos grandes valores, mesmo nas piores circunstâncias (a maioria). E isto significa que, ao longo da história cativante que é a aventura de Meggie e dos seus companheiros, há muitas pequenas grandes lições a descobrir.
Fica, portanto, de Inkspell - Sangue de Tinta, a imagem de uma história que, através dos seus heróis e vilões, constrói uma muito interessante visão de acções e valores, uma narrativa cativante onde as pequenas coisas têm, por vezes, tanta importância como os grandes eventos. Foi, por isso, um prazer regressar a este mundo.

Novidades Dom Quixote para Novembro

Gaspar, Belchior e Baltazar
Michel Tournier
Ficção Universal

O episódio dos Reis Magos vindos da Arábia para adorar o menino Jesus, mesmo só tendo sido objecto de algumas linhas num único dos quatro Evangelhos, inspirou grandiosamente a pintura ocidental. Mas quem eram estes reis? Porque deixaram eles os seus reinos? Que encontraram eles em Jerusalém – com Herodes, o Grande – e depois em Belém? Não havendo respostas na História ou na lenda, cabia a um grande escritor responder a estas questões. É o que Michel Tournier procura fazer com este texto, ao mesmo tempo ingénuo e violento, que mergulha nas fontes da espiritualidade ocidental.

Nas livrarias a 14 de Novembro.

Ave de Mau Agoiro
Camilla Lackbërg
Ficção Universal

Um trágico acidente de viação. Uma vítima mortal.
Patrick Hedström é chamado ao local do acidente para tomar conta da ocorrência enquanto os habitantes de Tanumshede se concentram num evento sem precedentes na pequena localidade: é ali que vão decorrer as filmagens de um Reality Show televisivo que já fez sucesso noutras pequenas cidades da Suécia. Uma oportunidade única para promover a região.
Ao mesmo tempo que Patrick Hedström tenta resolver o enigma que resultou do acidente de viação, as câmaras captam cada movimento dos participantes do programa televisivo, jovens problemáticos e irreverentes cuja convivência se torna mais difícil a cada momento, aproximando-se rapidamente do ponto de ruptura. Quando uma festa termina com a morte de um dos concorrentes que se tornou particularmente impopular, os colegas e a equipa de produção passam a ser os suspeitos óbvios. Haverá um assassino entre eles?

Nas livrarias a 14 de Novembro.

Contos Completos
Gabriel García Márquez
Ficção Universal

Este volume reúne os contos escritos por Gabriel García Márquez desde os finais dos anos 1940 até meados dos anos 1990. Um conjunto de 41 histórias que nos permite desfrutar de todo o encanto e mestria do genial escritor colombiano, e que nos leva a um mundo inesquecível cuja realidade se expressa mediante fórmulas mágicas e lendárias.

Nas livrarias a 21 de Novembro.

Vida e Destino
Vassili Grossman
Ficção Universal

Vassili Grossman, adoptando a estrutura global de Tolstói em Guerra e Paz, pinta em Vida e Destino um imenso fresco da Rússia soviética, com incidência nos anos da Segunda Guerra Mundial, na ofensiva alemã e na defesa e, depois, na contra-ofensiva soviética, que culminou na libertação de Stalinegrado e dos territórios ocupados pelos nazis.
Entregue ao editor em 1961, Vida e Destino passou de imediato para as mãos do KGB e teve o privilégio não só de ser proibido como o de desaparecer da face da Terra durante vinte anos.
O seu manuscrito só apareceu na Suíça em 1980, graças a ilustres dissidentes soviéticos.
Na Rússia, apenas em 1988, depois da glasnost, viria a ser publicado. A nada disto assistiu já Vassili Grossman, uma vez que faleceu de cancro de rim três anos depois de ter entregue o seu manuscrito e de o ver apreendido pelas autoridades.

Nas livrarias a 14 de Novembro.

Anatomia dos Mártires
Autores Língua Portuguesa
João Tordo

Anatomia dos Mártires, o novo romance de João Tordo, conta-nos a história de uma obsessão verdadeira transformada em ficção – a de uma investigação contemporânea (e original) sobre o mito de Catarina Eufémia – e também a tentativa de reconciliação de um escritor nascido imediatamente após a Revolução de Abril com o passado.
Um jornalista insensato e ambicioso quer provar ao seu editor – um comunista irascível, alcoólico e com bastante desprezo pelos jovens – que não é só mais um na redacção. Escolhido para ir a Berlim entrevistar o biógrafo de um mártir religioso, aproveita a deixa para fazer, no seu artigo, uma analogia com a história de Catarina Eufémia, a camponesa que se tornou um ícone do Partido Comunista, mas de quem, na verdade, pouco ou nada sabe.

Nas livrarias a 14 de Novembro.

Novidade Clube do Autor

De Trafalgar às Malvinas/Falkland, das Termópilas a Gettysburg, de Navas de Tolosa à Batalha do Ebro, das Cruzadas ao Vietname, das legiões romanas aos cavaleiros medievais e aos kamikazes japoneses, As Grandes Batalhas da História é uma apaixonante viagem pelos conflitos armados mais marcantes da história bélica mundial.
Com a exaustiva investigação das fontes e a simplicidade na divulgação que caracterizam o Canal de História, esta obra recria cercos como a tomada de Jerusalém, batalhas puramente aéreas, como a de Inglaterra, em 1940, ou a maior operação naval da história levada a cabo no Dia D, sem esquecer o papel decisivo dos mais famosos estrategos: Alexandre Magno, Aníbal, Júlio César, Nelson, Napoleão ou Churchill.
Causas e consequências, armamento e táctica, êxitos e fracassos, curiosidades e episódios anedóticos – todos os ângulos merecem análise e são simultaneamente fonte de informação e de entretenimento, num livro que nenhum apaixonado pela História deve perder.

O Canal de História é o único canal temático em Portugal especializado em História. Reconhecido internacionalmente sob a designação de The History Channel, o canal aposta na oferta dos melhores documentários sobre os mais variados temas que marcam a História Universal de forma apelativa, rigorosa e séria.
Distinguido vários anos consecutivos com o prémio para o Melhor Canal Temático da Academia das Ciências e das Artes da Televisão, o Canal de História apresenta uma programação variada e exclusiva com base no catálogo da A&E Television Networks e de Chello Multicanal, em catálogos de produtoras internacionais e em projectos de produção própria.
Com o Canal de História tem a oportunidade de resolver mistérios, analisar batalhas e investigar os mais intrigantes enigmas sem sair do sofá, agora também na versão impressa.

Novidades Bizâncio para Outubro

Título: Uma Tampa para cada Tacho
Subtítulo: Conflitos Genéticos e Evolução
Autor: Francisco Dionísio
Colecção: Máquina do Mundo, 30
ISBN: 978-972-53-0490-7 Código de Barras: 9 789 725 304 907
Págs.: 240
Preço: Euros 11,79 / 12,50
Divulgação científica
Os conflitos genéticos explicam muitos factos banais do nosso dia-a-dia. Por exemplo, porque é que há sensivelmente tantos homens como mulheres? Será somente devido ao modo como os cromossomas sexuais X e Y se combinam? E o que dizer de outras espécies com diferentes modos de definir o sexo? Porque é que, frequentemente, também nestas espécies, a proporção de machos é semelhante à de fêmeas, e em particular durante o período fértil dos indivíduos dessas espécies? Outros factos também comuns na nossa vida requerem uma explicação. Por exemplo, porque é que, na nossa espécie, assistimos a tantos problemas durante a gravidez e nos partos? E, já agora, porque é que a poluição pode salvar a vida de bebés? Este livro aborda estes e outros temas que têm em comum o estabelecimento ou a resolução de conflitos ao nível dos genes.
Título: 7 Ideias Filosóficas que toda a gente Deveria Conhecer
Autor: Desidério Murcho
Colecção: Filosoficamente, 9
ISBN: 978-972-53-0495-2 Código de Barras: 9 789 725 304 952
Págs.: 144
Preço: Euros 7,08 / 7,50
Filosofia
«Penso, logo existo», «Só sei que nada sei»: estas são algumas das ideias filosóficas de que todos ouvimos falar, mas cujo significado e importância muitas vezes desconhecemos. Numa linguagem clara e directa, este livro esclarece o significado destas e de outras ideias filosóficas que mudaram a história do pensamento europeu. Integrando informação histórica e explicações pormenorizadas, eis um livro de filosofia que se lê como um romance e nos ajuda a reflectir em algumas das mais importantes ideias da Filosofia.
Título: Pátria Utópica
Subtítulo: O Grupo de Genebra Revisitado
Autores: António Barreto/Ana Benavente/Eurico Figueiredo/José Medeiros Ferreira/Valentim Alexandre
ISBN: 978-972-53-0489-1 Código de Barras: 9 789 725 304 891
Págs.: 320
Preço: Euros 14,15 / 15,00
Política
«Neste início de século e de milénio, depois de décadas de apagamento da memória histórica, é de difícil inteligência pelo comum dos mortais o mal-estar da juventude portuguesa nos anos 60. A ameaça da mobilização para a guerra colonial pairava como uma ave de mau auspício sobre os destinos individuais.»
in Prefácio, de Amadeu Lopes Sabino
Para os autores deste livro a solução foi partir. António Barreto, por estar farto de viver aqui; Ana Benavente que se casara aos 18 anos, porque não queria que o marido fosse mobilizado para a guerra colonial; Eurico Figueiredo sabia que partir do Portugal salazarista estava «marcado nos astros» e era essencial para fugir à inevitável prisão; José Medeiros Ferreira, prestes a ser mobilizado, num dos processos mais «dramáticos e até dilemáticos» da sua vida; e, Valentim Alexandre porque crescentemente considerava estar do lado errado no conflito guineense. Fizeram de Genebra a sua Pátria, mas regressaram a Portugal depois do 25 de Abril e «deram à pátria de origem o que a pátria adotiva lhes emprestara: alguma ciência, a vontade de reformar não só a política mas também a sociedade, algumas esperanças, muitas desilusões[…]»

Título: Coisas Boas que não são pecado nem são proibidas e que não engordam
Autor: João Viegas
ISBN: 978-972-53-0493-8 Código de Barras: 9 789 725 304 938
Págs.: 184
Preço: Euros 18,40 / 19,50
Cozinha
Como cozinhar refeições saudáveis e saborosas e no final conseguir perder peso!
Todos nós temos a tentação de associar cozinha saudável a dietas e a comida sensaborona… Quando pensamos em perder peso, por motivos de saúde ou de estética, imaginamos à nossa frente um futuro insonso de peixe grelhado e de saladas. E afinal a realidade pode ser completamente diferente desse cenário tão pessimista. Com este livro, despretensioso e de fácil leitura, pretendemos transmitir conhecimentos básicos que poderão transformar a sua alimentação diária numa fonte de prazer, de saúde, de sabor… e de baixas calorias! Para além das dezenas de receitas apresentadas, juntamos tabelas de calorias, dicas importantes que poderão fazer toda a diferença e uma selecção de produtos que deverá passar a estar sempre presente na sua alimentação do dia-a-dia. Não se esqueça do lema: Mais Sabor, mais Saúde …menos Peso!!!

Título: Natureza Íntima
Autor: João Cosme
ISBN: 978-972-53-0487-7 Código de Barras: 9 789 725 304 877
Págs.: 108
Preço: Euros 16,51 / 17,50
Álbum
As maravilhas naturais de Portugal, ao longo das estações do ano, estão bem patentes nas fotografias de João Cosme nesta Natureza Íntima, selvagem, ímpar, que urge preservar. João Cosme, fotógrafo da natureza e da vida selvagem, amplamente premiado em concursos internacionais, apresenta neste livro imagens únicas da biodiversidade de Portugal. Um património de riqueza incalculável que podemos desfrutar e cuja conservação é obrigação de todos.

Título: Cavalos Selvagens Ibéricos
Autor: Paulo Caetano
ISBN: 978-972-53-0496-9 Código de Barras: 9 789 725 304 969
Págs.: 160
Preço: Euros 25,94 / 27,50
Álbum
Cavalos selvagens em territórios tão civilizados, modernos e alcatroados da Península Ibérica? Sim. Em pastos que são deles há milhares de anos, que foram partilhados com as tribos primitivas, de cujas lanças e emboscadas fugiam. Ainda hoje sobrevivem nos habitat mais inóspitos e agrestes, longe das objectivas dos turistas. Cavalo Galego do Monte, Sorraia, Méren, Garrano, Pottoka e Marismeños; eis o elenco de protagonistas deste livro, os seres selvagens da nossa península que o convidamos a admirar.