A guerra está longe de terminar e, à medida que os confrontos se intensificam, novas forças decidem tomar partido. Neste cenário, a informação é mais importante que nunca e nada está acima da missão - nem mesmo as vidas daqueles que a terão de levar a cabo. Byllard Iddo está bem ciente disto quando aceita ocupar o comando da Arrabat e de uma missão tão cheia de segredos como o inimigo que pretendem fragilizar. Mas, em tempo de guerra, tudo muda num segundo, e é preciso prever todas as possibilidades ou tudo será em vão. Pois a missão pode ser quase suicida - mas a informação que procuram continua a ser crucial para o desfecho da guerra.
Dando continuidade à narrativa iniciada em Fighting the Silent, este segundo livro partilha de todas as características cativantes do volume anterior, elevando-as, além disso, a um nível superior de intensidade. Se o primeiro volume já era viciante, este é quase impossível de largar. Se a acção e as grandes batalhas eram um elemento fundamental, aqui tornam-se na força que tudo move. E, se já havia crueldade em abundância no caminho das personagens... bem, digamos só que o caminho não se torna mais fácil.
Não é preciso muito mais do que isto para reforçar a ideia de que este livro está mais que a altura do anterior. Mas há, ainda assim, mais uns quantos aspectos que importa realçar. Primeiro, o ritmo sempre intenso da escrita, que consegue descrever com a mesma naturalidade grandes e complexas batalhas e pequenos (mas muito marcantes) momentos de vulnerabilidade pessoal. Depois, o delicado e fascinante equilíbrio nas relações entre as várias personagens, que, todas elas bastante marcantes nas suas forças e fragilidades, criam um núcleo ainda mais impressionante se consideradas em conjunto. E, por fim, a fluidez de uma narrativa onde há espaço para emotividade e humor, mesmo quando tudo à volta é caos e conflito.
E depois há Byl, claro, que está longe de ser apenas um comandante excepcionalmente competente (embora também o seja, naturalmente). Há um passado distante que deixou marcas, um passado recente cujas maiores consequências ainda estão por revelar, mas que já deixou também as suas cicatrizes, e um percurso de afirmação gradual que se manifesta não só na hierarquia e no respeito dos outros, mas também na forma como Byl se vê se a si mesmo. Também este crescimento, como que marcado ao ritmo da guerra, torna tudo mais impressionante, maximizando em particular o impacto dos últimos momentos do livro. (Sim, porque se pensam que o autor só é cruel com as personagens, esperem para ver como este livro termina...)
Terminada a viagem - ou, bem, esta parte da viagem - fica a impressão de mais uma leitura viciante, surpreendente e marcante em todos os aspectos... bem como uma vontade irresistível de deitar as mãos ao próximo o mais cedo possível. Intenso, impressionante e cheio de grandes momentos, um segundo volume a não perder. Brilhante.
Título: The Dark Sea War Chronicles - Mission in the Dark
Autor: Bruno Martins Soares
Origem: Recebido para crítica
Muito obrigado, Carla! Prometo não desapontar no próximo volume! Estará cá em breve!
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