Sem início, sem protagonista e sem fim. Uma história estranha? Provavelmente. Mas é precisamente assim este Masters of the Confluence onde, na Nigéria do século XIX, Onitsha dá início a uma longa missão para recuparer a liberdade e a honra da sua linhagem.
Não é propriamente um livro fácil de ler. Com uma história que contempla múltiplas gerações, esta não é uma acção linear, mas uma espécie de memória de múltiplos eventos. E é por isso que nunca podemos seguir uma só personagem, porque as coisas mudam e, quando damos por nós, já estamos a seguir os desenvolvimentos de uma nova geração.
Este é, pois, um livro de momentos. Momentos de luta, de dor, de violência e de tristeza, mas também de júbilo e de sonho. Tempos difíceis, mas de coragem. Guerras, escravidão... e amor. E depois chegamos aos últimos capítulos e, quando temos uma história mais completa, a de Alabo e de Anashi, conseguimos, enfim, criar uma ligação com a sua estranha forma de amor, ainda que nunca compreendamos em pleno como termina essa história.
Não seria, pois, um livro que recomendaria a todos os leitores. Com uma história tão vasta, é um livro difícil de acompanhar. Mas é, ainda assim, um livro com muito que ensinar sobre a cultura e as tradições de um povo em luta pelo seu lugar no mundo e, por isso, apreciei esta leitura.
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