sexta-feira, 13 de julho de 2012

A Princesa de Limaland e a Pedra Mágica (Cláudia Ferreira)

Jade cresceu na aldeia, como uma criança normal, sob a protecção da sua madrinha Indira. Mas, com a aproximação do seu décimo-sexto aniversário, fenómenos invulgares começam a acontecer, ao mesmo tempo que Jade nota a presença de indivíduos estranhos que vêm para conversar com Indira. Jade tenta obter respostas, mas a madrinha persiste num silêncio que cria tensão na relação entre as duas. Mas o segredo não pode ser mantido para sempre e Jade acaba por descobrir que é muito mais que uma rapariga normal. É, na verdade, a herdeira dos príncipes de Limaland e a única que pode enfrentar o feitiço que mantém presa a sua mãe...
Apesar dos vários elementos que fazem parte desta história, desde os diferentes tipos de magia às diferenças que separa os lugares mágicos dos não-mágicos e os feiticeiros dos sem poderes, esta é uma história muito simples, o que, sendo dirigido a um público jovem, resulta bastante bem nalgumas partes do livro. Os capítulos são curtos e a escrita é, de forma geral, envolvente, o que mantém viva a curiosidade em saber o que virá a seguir. Ainda assim, parece, por vezes, que falta qualquer coisa, já que, em situações como a descoberta dos seus poderes por parte de Jade ou os grandes acontecimentos da sua busca, tudo parece suceder demasiado depressa, deixando a impressão de que mais haveria para dizer, quer a nível de desenvolvimento das situações mais relevantes, quer da própria contextualização (em que seria interessante saber mais, por exemplo, dos tipos de feitiço e do que diferencia os diferentes seres e tipos de magia).
A escrita é, no geral, agradável, ainda que, nalguns momentos, se evidenciem algumas falhas de revisão. Não são frequentes ao ponto de prejudicar a compreensão da história, mas há situações relativamente fáceis de detectar, principalmente a nível de erros de hifenização, palavras em falta e alguma confusão no significado de uma ou outra palavra. São erros que surgem de forma ocasional ao longo do texto e que, não sendo demasiado evidentes, acabam por quebrar um pouco o ritmo da leitura.
A nível de enredo, há alguns momentos particularmente bem conseguidos, e as personagens conseguem ser cativantes, ainda que fosse interessante vê-las exploradas com um pouco mais de profundidade. Fica a impressão de que muito mais haveria a dizer sobre este mundo, mas a história é, ainda assim, agradável e envolvente quanto baste, principalmente tendo em conta o público a que se destina.
A impressão que fica é, portanto, a de uma história muito simples, com alguns momentos particularmente cativantes e um ambiente bastante interessante, apesar de deste ficar a sensação de vários aspectos por explorar. Fica, pois, a sensação de que mais haveria a dizer sobre a história e o seu mundo, apresentado de forma leve e envolvente, mas talvez demasiado simples.

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