segunda-feira, 28 de outubro de 2013

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Aos 18 anos, Arturo Bandini vive com a mãe e a irmã em San Pedro, o porto de Los Angeles. Obrigado, pela morte do pai e pela grande crise de 1929, a trabalhar em empregos duros e mal pagos, tem nas revistas pornográficas o seu único alívio, um hábito muito censurado pela beatice da mãe e da irmã. As suas outras leituras consistem nos livros que procura na biblioteca, obras de grandes autores como Nietzsche e Schopenhauer, que Arturo mal compreende mas que gosta de se gabar de ter lido. Lê-as, ao mesmo tempo que emprega um vocabulário forçadamente erudito, na esperança de cumprir o sonho de ser escritor. Arturo Bandini, um italo-americano a tentar vingar na vida em plena Grande Recessão, é uma personagem intrigante, bizarra e absolutamente única, que John Fante nos deu o privilégio de seguir numa saga em quatro volumes. A estrada para Los Angeles, o primeiro romance de Fante, descreve os rituais de iniciação de Bandini na vida adulta, para a qual está gritantemente impreparado. 

John Fante nasceu em 1909, em Denver, Estado do Colorado. Começou a escrever em 1929 e viu o seu primeiro conto publicado em 1932. Em 1938, publicou A Primavera há-de chegar, Bandini, o primeiro romance da saga de Arturo Bandini, que inclui ainda A estrada para Los Angeles, Pergunta ao pó e Sonhos de Bunker Hill. Atingido pela diabetes em 1955, a doença levou-o à cegueira em 1978 e à amputação de ambas as pernas dois anos mais tarde. Não obstante, o sempre prolífico escritor continuou a escrever, ditando os seus textos à mulher. Sonhos de Bunker Hill, o último volume da saga de Arturo Bandini, foi terminado desta forma, em 1982. Morreu em 1983, aos 74 anos. Apesar de não ter conquistado reconhecimento em vida, é hoje visto como um dos grandes autores da sua geração, notabilizado por ter sido mentor de Charles Bukowski. 

Com Bukowski, não há meio-termo: ou se ama ou se odeia. Estas histórias, inspiradas na sua própria vida, são tão selvagens e inusitadas quanto as histórias dos seus romances. Bukowski foi uma lenda no seu tempo. Louco, recluso, amante. Afável e mesquinho. Lúcido e insano. Sempre inesperado. Estas histórias excepcionais vêm directas do âmago de uma vida, a que viveu, marcada pela violência e pela depravação. Histórias de liberdade, tão profanas quanto sagradas. Da prostituição à música clássica, Bukowski faz, nestas Histórias de Loucura Normal, um retrato irado, apesar de terno, bem-humorado e inquietante, da vida marginal de Los Angeles, uma realidade obscura e perigosa que emoldurou a vida de um dos maiores autores de culto do século xx. Histórias, afinal, da loucura que espreita dentro de cada um de nós, que faz do corpo uma marioneta e que não desaparece senão com a morte. «Um agitador profissional… representante da marginalidade de Los Angeles…»

Charles Bukowski nasceu na Alemanha, em 1920, mas cresceu em Los Angeles, onde viveu durante cinquenta anos. Publicou o seu primeiro conto em 1944, quando tinha vinte e quatro anos, e começou a escrever poesia com trinta e cinco anos. Morreu em 1994, aos 73 anos, pouco tempo depois de completar o seu último romance, Pulp. Viu publicados mais de quarenta e cinco livros de prosa e poesia, incluindo os romances Post Office (1971), Factotum (1975), Women (1978), Ham on Rye (1982), Hollywood (1989) e Pulp (1994). É um dos autores americanos contemporâneos mais conhecidos a nível mundial e, possivelmente, o poeta americano mais influente e imitado de sempre. A Alfaguara publicou, em 2012, Hollywood e Pulp.

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