sábado, 30 de dezembro de 2017

Balanço de 2017

Como assim, já passou mais um ano? Assim tão depressa? Mas se parece que foi ontem que começou...

Foi um ano atribulado, um ano de descobertas, de surpresas, de esperanças, de ilusões, de possibilidades. Foi o ano em que pude voltar à Feira do Livro de Lisboa e conhecer pessoalmente ou rever algumas das tantas pessoas fantásticas que este mundo maravilhoso me deu a conhecer. Foi o ano de participar na Comic Con e de, inesperadamente, conhecer a Claire North, uma das minhas autoras favoritas (que até está algures na lista ali em baixo). Infelizmente, não pude conhecer A minha autora favorita (que, para quem ainda não sabe, é a Anne Bishop), mas, hélas, não se pode ter tudo... Foi o ano dos possíveis e do que não pôde acontecer, das muitas páginas lidas e das que ficaram por ler, do possível, do impossível e do... talvez para o ano?

E por falar em páginas lidas, a contagem deste ano também não correu mal. Foi um total de 239 livros lidos (ok, ok, alguns foram pequeninos...) apesar do tempo que insiste em fugir. E destes, foram tantas as memórias boas que ficaram, tantas as novas personagens que me fascinaram, que me cativaram, que encontraram um lugarzinho no meu coração para se aninharem (e algumas para o partirem aos bocadinhos...). Foi um ano bom, em termos de leitura. E sabem o que é ainda mais maravilhoso? É que há sempre mais bons livros para ler, mais personagens maravilhosas para conhecer... há sempre mais vida no mundo dos livros. E eles esperam por nós, mesmo quando nos atrasamos. Eles estão sempre lá. 

Mas vamos aos melhores do ano, sim? E devo começar por dizer que não foi uma escolha fácil. Houve muito de apaixonante nas minhas leituras do ano e podia facilmente acrescentar mais alguns a esta lista de favoritos. Mas não quero que se cansem de mim. Por isso, ficam os dez do costume... que foram estes:


Não tenho a certeza de conseguir explicar o que foi que me marcou tanto neste livro. Talvez a complexidade do mundo (mundos?), talvez a complexidade (pois, tenho mesmo de repetir esta palavra) das personagens, talvez até a teia intrincada de elementos que se conjugam em cada parte do livro. Ou talvez tudo isto associado a um ritmo narrativo a que é difícil resistir e a uma intensidade emocional de que de facto não estava à espera. Sei que fiquei fascinada desde o início e que não parei de me maravilhar até ao fim. E, por isso, foi esta a minha leitura preferida de 2017.


Foi provavelmente a descoberta do ano. Fiquei fascinada com o protagonista logo ao primeiro livro, e também com a escrita do autor. (Sabem aqueles livros em que só apetece apontar citações? Bem, quase que o anotava todo.) Mas este último volume atinge um pico de emoção e de intensidade e de surpresas e de... bem... de muitas surpresas... e há algo de estranhamente maravilhoso em apaixonarmo-nos por um livro que nos parte o coração. Que foi precisamente o que este livro me fez.


Bem, não é propriamente uma novidade nas minhas listas de favoritos. Mas, voltando às coisas estranhamente maravilhosas, também é algo de delicioso quando o segundo livro que lemos de um autor nos encanta tanto como o primeiro e foi precisamente isso que aconteceu aqui. A história deste livro é, em medidas iguais, intrigante e complexa e a forma como estas duas facetas se conjugam dá forma a algo de muito viciante. E, claro, a própria protagonista é, toda ela, um grande núcleo de fascínio, o que torna toda a leitura ainda mais impressionante.


Muito diferente de O Quarto de Jack, mas com a mesma emotividade, com a mesma capacidade de fascinar e com um contraste avassalador entre inocência e manipulação, este é um livro capaz de questionar tudo e de surpreender a cada resposta. Escrito num estilo muito directo, mas com um enredo em que há complexidades escondidas até no mais simples dos actos, este é o tipo de livro que facilmente fascina... e que marca até nas pequenas coisas.


A inocência da infância e a crueldade da vida, provavelmente o mais inevitável de todos os contrastes, numa história contada com as medidas certas de ternura e de realismo. Maravilhosamente escrito, enternecedor em todos os momentos e com uma fluidez a que é difícil resistir, um livro capaz de prender da primeira à última página, ao mesmo tempo que nos vai deixando de coração apertado.


Personagens fortes, uma história intensa e um certo laivo de ambiguidade moral a pautar um percurso onde o que está certo é uma fina terra de ninguém entre os caminhos de vencedores e vencidos. Fiquei fascinada com Arin e, ao mesmo tempo, com a forma como, neste mundo complexo, todos os actos podem ser de heroísmo ou de crueldade, consoante o lado que os contempla. Um início de série poderoso e uma história que quero muito continuar a ler.


Estão a ver aquele comentário ali atrás sobre livros que dão vontade de tomar nota das citações? Bem, este é outro do mesmo género, em que, se começasse, provavelmente tinha apontado o livro quase todo. Mas há mais para além da escrita maravilhosa do autor. Há um protagonista forte (e, contudo, vulnerável), uma história que percorrer os tempos para dar forma a uma verdade intemporal e um caminho de emoções e de descobertas que ficam na memória bem depois de terminada a leitura.


Há algo de fascinante nos livros que nos comovem, nos que conseguem fazer-nos sentir com as personagens e viver por um bocadinho a vida delas. E é curioso que, às vezes, basta uma história simples para que isso aconteça. À primeira vista, este não é um livro particularmente complexo. Mas a forma como trata os grandes dilemas da vida das personagens, construindo-as também como muito mais do que um conjunto de características estáticas, dá toda uma outra vida a esta história, que, repleta de momentos comoventes, acaba por inevitavelmente deixar uma marca no coração de quem a lê.


Bem, Arlidge é Arlidge, e não é novidade para ninguém que é um dos meus autores favoritos neste género. Mas a série tem vindo a ganhar um impacto emocional cada vez mais forte e, ao pôr a protagonista, já de si tão complexa e cheia de sombras, no mais terrível dos cenários e mais vulnerável que nunca, o autor constrói o cenário perfeito para uma leitura alucinante. Intenso, viciante, sombrio e fascinante, também este volume corresponde inteiramente às expectativas. E, por isso, não podia deixar de estar também nesta lista.


E o último da lista foi uma das surpresas do ano. Não é novidade que eu gosto deste tipo de leituras, mas não estava à espera da intensidade furiosa que define o ritmo deste livro. Cheio de segredos, cheio de surpresas, com uma forma um tanto ou quanto retorcida (mas deliciosamente fascinante) de ir desvendando os demónios das personagens e um crescendo de intensidade simplesmente viciante, este é o livro perfeito para quem gosta dos seus policiais sinistros - e com um toque de horror.

Segue-se 2018. E espero que (muitas) mais leituras. Não vou fazer promessas, não vou fazer planos. Espero só ler o máximo possível e, se possível, pôr em dia as muitas séries que adoro e que estão um bocadinho (ou... bastante) atrasadas. O resto... bem. Que sejam boas leituras. Isso basta-me. 

E para o ano em geral? Que seja sempre melhor que o que já passou, que traga novos sonhos, melhores realidades, todas as possibilidades que ainda ficaram por concretizar. E magia, nos livros como na vida, para que o mundo fique sempre um bocadinho melhor.

Bom ano, boas leituras... e até 2018! ;)

2 comentários:

  1. Tenho muita curiosidade em ler "O Prodígio". "O Quarto de Jack" foi um dos melhores do meu 2017.
    Desejo-te um 2018 cheio de bons livros e bons momentos! E, claro, espero rever-te da FLL :)

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    1. É tão bom! :)

      Bom ano, muitas e boas leituras, tudo a correr bem... e, sim, espero que voltemos a ver-nos. :)

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