domingo, 15 de dezembro de 2019

Percy Jackson e o Último Olimpiano (Rick Riordan)

Aproxima-se a data do cumprimento da Grande Profecia, e os últimos meses serão pejados de batalhas e obstáculos. Cronos tomou posse do corpo de Luke, comanda um exército devastador de monstros, semideuses e deuses menores e não está disposto a parar até ter destruído o Olimpo pedra por pedra. Mas Percy Jackson não está disposto a permiti-lo. Com a ajuda dos seus amigos e dos mais improváveis aliados, Percy prepara-se para defender o Olimpo enquanto os deuses estão ocupados com o maior dos seus inimigos. Mas a sombra da Grande Profecia é pesada... e Percy não sabe se vai chegar vivo ao fim da história.
Parte do que torna estes livros tão empolgantes é a forma como o autor consegue construir uma história onde a acção é constante, os mistérios estão por toda a parte e o percurso das personagens é feito de inúmeros perigos e intrigas, acrescentando ao mesmo tempo um meticuloso desenvolvimento dos elementos mitológicos e um notável equilíbrio entre emoção e humor. Ao contar a história pela voz de Percy, o autor confere a todos os acontecimentos um impacto mais pessoal. Ao intercalar as grandes batalhas com momentos de dúvida e de vulnerabilidade, torna as suas personagens mais humanas. E ao fazer surgir a perda, o amor e também o humor cria um espectro emocional mais vasto que torna a leitura simplesmente viciante.
Sobressai também a capacidade de surpreender, principalmente tendo em conta que tudo gira em torno de um destino profetizado. É neste volume final que a totalidade da profecia é revelada, o que antevê um destino sombrio para o seu protagonista. E, ainda assim, nada nesta história é previsível. Dos mais bizarros momentos nos combates às súbitas viragens em plena batalha, e sem esquecer, claro, a verdade escondida sob os versos da profecia, nada segue exactamente o rumo esperado, e também isso contribui para que seja tão difícil parar de ler. É impossível não querer saber o que acontece a seguir - e se o que julgamos ser certo afinal não é bem assim.
Há ainda um outro ponto a destacar, vindo já dos volumes anteriores, mas que aqui atinge o seu auge natural. Conhecemos Percy Jackson com doze anos e o tempo passou. Ao longo da série, foi possível vê-lo crescer e amadurecer, sem perder nenhuma da irreverência que tão carismático o torna. Mas esta evolução de Percy e das outras personagens, feita não só do crescimento normal, mas também das dificuldades, da perda, da descoberta de laços insuspeitos e da necessidade de ser forte mesmo perante os maiores adversários e das mais profundas vulnerabilidades pessoais dá a toda esta história um envolvimento pessoal. São heróis, são semideuses. Mas são acima de tudo humanos. Muito humanos.
Foi uma longa aventura, cheia de peripécias, perigos e grandes batalhas. Mas foi, acima de tudo, uma história onde as personagens ganharam vida, tanto nos momentos mais duros como nos mais leves e divertidos. É esta aventura que chega ao fim neste derradeiro volume das aventuras de Percy Jackson. Mas fica na memória, sem dúvida, durante muito tempo.

Autor: Rick Riordan
Origem: Aquisição pessoal

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