"Nasci quando os meus pais já não se amavam", recorda Adriana. Esta é a perspectiva de uma mulher octagenária que nos abre a porta ao mundo da criança que foi. Um mundo frio, incompreensível, em desestruturação, numa família que atravessa uma separação, num país fustigado pela Guerra Civil. Solitária, especial e ignorada pelos 'gigantes', Adriana cria um universo seu, guiada pelas páginas dos livros que lê secretamente e pelas figuras mágicas que saem das paredes para o olhar dos seus sonhos. As criadas são um reduto de afecto e cumplicidade para os desvios de uma infância inquiera, e é do outro lado da rua que a excentricidade de Adriana encontra o amor, numa amizade singular.
Neste romance aguardado, depois de 8 anos em silêncio, Ana Maria Matute leva-nos a revisitar a magia da infância que diz ser maior do que a vida. Com inegáveis referências pessoais, Paraíso Inabitado, a que o jornal Letras chamou "autobiografia imaginária", marca o regresso de um dos grandes nomes da literatura ibérica.
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