Depois de um primeiro volume, chega-nos a segunda parte da série Caçadores de Sombras. Vocacionado fundamentalmente para um público jovem, este é um livro onde anjos e demónios, vampiros e lobisomens, fadas e feiticeiros se confundem com o mundo real e onde a estranha relação entre os protagonistas se torna progressivamente mais complicada.
Ainda que a escrita seja bastante acessível, o sistema deste mundo revela uma complexidade intrigante. Os Caçadores de Sombras, por exemplo, podem traçar a sua linhagem até à hierarquia angelical e o sistema hierárquico que governa as criaturas sobrenaturais é, no geral, bastante intrigante.
Em comparação com o volume anterior, este é um livro onde a acção é bastante mais intensa, deixando, em parte, para segundo plano as emoções e alterando circunstâncias a cada passo. Isto faz com que o único aspecto emocional verdadeiramente explorado seja o amor não muito fraternal entre Clary e Jace, e os constrangimentos que este sentimento provoca em ambos. Deixa, assim, um pouco a sensação de que o verdadeiro Jace, profundo e preocupado, é bem menos evidente neste livro que no anterior.
Ainda que a grande conclusão deste livro não seja tão imprevisível como em A Cidade dos Ossos, as pequenas surpresas são uma constante ao longo do enredo e os seus intervenientes revelam-se, várias vezes, como completamente diferentes daquilo que aparentavam ser. Além disso, a eterna pergunta que foi deixada no ar desde o livro anterior - Será afinal verdade que Clary e Jace são irmãos? - continua sem resposta, mas existem algumas pistas deixadas ao longo do livro para aumentar a curiosidade e manter o enigma?
Quem gostou de A Cidade dos Ossos dificilmente se desiludirá com este volume que, ainda que não tanto como o anterior, continua a ser viciante e envolvente e que abre muitas possibilidades para a forma como a situação se encerrará no livro seguinte.
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