Eternidade (Alyson Noël)

Ever não é uma adolescente normal. Desde o acidente onde os pais e a irmã morreram que passou a ver auras, a captar os pensamentos das pessoas e também a ser visitada pelo fantasma da irmã. A sua vida, contudo, tornar-se-á ainda mais estranha com a chegada à escola do misterioso e atraente Damen Auguste que, com o seu estranho secretismo, acabará por entrar no coração de Ever de uma forma mais forte do que ela teria desejado.

Ao iniciar a leitura deste livro, o que primeiro chama a atenção não é particularmente bom. Apesar de a autora apresentar, de forma geral, uma escrita envolvente na sua simplicidade, as semelhanças com outras obras (nomeadamente o tão conhecido Crepúsculo de Stephenie Meyer) são bastante claras e, numa fase inicial, a sensação de conhecer a história de algum lado é, de certa forma, inevitável. Este aspecto, ainda assim, acaba por diminuir com o avançar do enredo e, na fase final, torna-se mais claro o que separa estes dois mundos.

É bastante evidente que o público alvo deste livro se encontra maioritariamente numa faixa etária jovem, sendo por vezes demasiado cansativa a forma quase infantil como vários personagens falam e agem. O mais interessante, em termos de personagens, acaba por ser o desenvolvimento de Damen e de Drina, os imortais que, infelizmente, só se revelam no seu verdadeiro potencial numa fase já tardia do livro.

O que mais me marcou neste livro foram os momentos mais emotivos da relação estabelecida entre Ever e Damen, e também das estranhas visitas de Riley, a irmã morta. Também a ideia dos imortais - não vampíricos - me pareceu cheia de potencial, mas acaba por ser um aspecto pouco desenvolvido neste livro.

Tenho de admitir, portanto, que este Eternidade não correspondeu às minhas expectativas, deixando a sensação de que a autora se perdeu demasiado nos comportamentos e relações adolescentes para chegar já tarde ao cerne da ideia mais cativante. Ainda assim, ao voltar da última página, dei por mim com vontade de continuar e a verdade é que fiquei curiosa por saber mais deste mundo. Não foi uma leitura particularmente marcante, mas foi, afinal, agradável.