Tudo parece ter regressado à normalidade em Bixby, ou à normalidade possível para aqueles que vivem a hora secreta. Ao regressar a casa, contudo, Jessica descobre que alguém espia os seus movimentos: alguém que conhece os segredos dos midnighters.
Depois de um início por si só muito cativante, Scott Westerfeld consegue, neste livro, levar a envolvência e o fascínio do mundo que criou a um novo nível. Se já anteriormente havia uma certa complexidade na relação entre os poderes dos protagonistas e naquilo que afecta o inimigo, em No Limiar das Trevas descobre-se que o revelado no livro anterior é apenas uma pequena parte do sistema. Com a introdução de novas personagens e o surgir de toda uma série de revelações, o autor torna este livro ainda mais viciante que o anterior.
Mais que a escrita em si, bastante cuidada e que evita as simplificações desnecessárias, o mais interessante continua a ser a forma como se criam elos entre as personagens e também entre personagens e leitor. Através das coisas mais simples, o autor desperta simpatia por alguns dos intervenientes na história, enquanto outros se revelam progressivamente odiosos. E é quando o carácter de cada um se tornou já familiar que surge a surpresa, na forma de algo de inesperado e capaz de revelar a natureza oculta dentro de cada personagem.
Surpreendente e envolvente quer na forma como o enredo decorre quer no próprio sistema criado pelo autor, onde armas tão improváveis e originais como uma lanterna e o poder da matemática são um elemento crucial na vida dos protagonistas, No Limiar das Trevas surge como uma leitura cativante e que recomendo. Por aqui, espera-se ansiosamente a conclusão desta trilogia, com o livro Meio-Dia Azul.
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