Cansados da eterna luta entre o bem e o mal, Deus e o Diabo decidem resolver, de uma vez, por todas, quem deverá controlar o mundo. Para isso, escolhem os seus melhores agentes, mas quando Zofia, a enviada de Deus, e Lucas, enviado de Lúcifer, se encontram, não é ódio o sentimento que desponta entre ambos.
Conhecendo a escrita deste autor através de um outro livro, não podia ter ficado mais surpreendida com esta obra. Se o tom de Os Filhos da Liberdade é sério e profundo, invocando muitas vezes situações de tristeza e de tragédia, aqui o autor revela o seu lado descontraído e divertido. Com um sentido de humor interessante e uma escrita directa e acessível, o leitor é conduzido através dos sete dias mais estranhos das vidas de Lucas e Zofia.
Se a ideia em geral é muito interessante e a concretização deste livro entretém, de facto, e nalguns momentos chega a comover, houve contudo um elemento de que não gostei. No início do livro, as coisas parecem ser apenas parcialmente desenvolvidas, deixando a sensação de alguma pressa na concretização da história. Ainda assim, a partir do momento em que nos habituamos ao ritmo do livro, o enredo torna-se envolvente e o estranho antagonismo entre os dois protagonistas, particularmente realçados quando se vêem perante a necessidade de mudar para o mundo e a forma de vida um do outro, proporcionam momentos de genuína ternura.
Uma última nota menos positiva para o final do livro, que parece ter sido um pouco apressado, deixando sem uma resposta completa um dos momentos mais comoventes de todo o livro, já que temos um passo difícil, seguido da revelação de que tudo se resolveu - mas nunca é esclarecido o como.
Sete Dias para a Eternidade é, em suma, uma leitura agradável e descontraída, sem grandes pretensiosismos, mas que envolve e entretém, revelando um lado bem mais leve e divertido da escrita de Marc Levy. Pena não ter havido um maior desenvolvimento de algumas partes, mas, ainda assim, foi um livro que apreciei.
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