sábado, 17 de abril de 2010

A Hora Secreta (Scott Westerfeld)

Bixby é um lugar estranho, onde a água tem um sabor esquisito, as noites podem ser povoadas por sonhos estranhos e... o dia tem 25 horas. À meia-noite, o tempo pára e só aqueles que nasceram com essa capacidade particular - os midnighters - podem deambular durante a hora secreta. Mas, no tempo azul, existem também criaturas perigosas e quando Jessica Day chega a Bixby, essas criaturas vão tornar-se agitadas... e violentas.
Com uma escrita bastante envolvente e uma ideia invulgar, é muito fácil entrar neste mundo. Sem forçar demasiado a linguagem no sentido de a tornar adolescente, mas também sem pretensiosismos desnecessários, a acção decorre com fluidez e os cenários são claros, mas não demasiado elaborados. Com uma aposta bastante forte nas personagens, que, apesar de adolescentes, demonstram o suficiente de maturidade para que o cenário não soe forçado, este é um livro onde o imaginário ganha uma vida particular, com os acontecimentos a sucederem a um ritmo viciante, mas não demasiado acelerado, e onde a normalidade de Bixby, por oposição à estranha mudança da hora secreta, cria uma dualidade muito interessante.
O grande ponto forte deste livro, ainda assim, é, mais que a relação entre as personagens, a forma como o autor constrói as regras da hora secreta. As capacidades únicas de cada um dos intervenientes e a forma invulgar como estas se definem, particularmente no que respeita a Dess e à sua aptidão invulgar para a matemática. A ideia dos números - e em particular a escolha do número 13 - como forma de protecção é uma escolha curiosa.
A Hora Secreta é, em suma, um início mais que promissor para uma série que, não sendo particularmente complexa em termos de cenários, surpreende pelo seu ritmo envolvente e pelas opções pouco usuais do seu enredo. Aliado a um final onde muito fica ainda por explicar, deixa uma grande curiosidade para o que virá a seguir na vida de Dess, Jessica, Jonathan e Rex. Muito bom.

5 comentários:

  1. Concordo com a totalidade da opinião ;) Ganhei um carinho especial pela Dess também. Sendo fã de fantasia urbana, adorei este livro e estou ansioso pelos restantes volumes.

    Já agora, esqueceste-te da Melissa na última frase ;)

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  2. Deve ter sido o meu subconsciente a funcionar. É que a Melissa foi a personagem de que gostei menos. ;)

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  3. Pois, same here. Mas quem já leu o segundo diz que a Melissa vai surpreender e vamos gostar bastante dela. Deve ser daquelas personagens cujas atitudes nos desgradam, mas que fará algo de muito grandioso ;)

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  4. Verdade!!

    Eu não gostei nada da Melissa no primeiro livro. Confesso que criei mesmo bastante atrito quanto ao gostar dela.

    Mas no segundo livro ficamos a conhecê-la melhor e criamos uma espécie de empatia com ela se a conseguirmos compreender.

    Mas não é logo nos primeiros capítulos e ainda ficamos um bocado chocadas antes de percebermos o porquê de algumas coisas.

    Eu fiquei fascinada com a Dess porque eu própria sou maluca por números, algoritmos e esquemas. Mas admito que a personagem que mesmo assim me deixou um carinho maior foi o Jonathan.

    Mas o Rex no segundo livro vai dar muito que falar e o fim deixa-nos a roer pelo próximo :)

    Boas leituras Carla ***

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  5. Curioso, de todas as personagens aquela por quem simpatizei mais foi a Melissa...

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