As férias da Francisca terminaram e agora ela está um bocadinho nervosa, pois vai para uma escola nova e não sabe muito bem com o que contar. Mas o medo do desconhecido às vezes é apenas isso e o que está do outro lado não é tão mau como pensamos. Na nova escola, Francisca vai fazer novos amigos, envolver-se em novas actividades e até desenvolver uma pequena paixoneta - sem nunca perder de vista a sua enorme consciência ecológica que a faz querer arrastar o mundo para a sua luta por um ambiente melhor.
Um dos aspectos que mais contribuem para tornar esta série tão interessante é a forma como cada aventura da Francisca consegue ser simultaneamente divertida e educativa. Há espaço para todo o tipo de peripécias, dos pequenos atritos com o irmão às desventuras dos dias que correm mal, passando pela sempre luta da Francisca contra a comida de que não gosta. E, no meio de tudo isto, há uma consciencialização bem estruturada para as questões ambientais e para o que cada um pode fazer para ajudar a salvar o planeta.
Sendo certo que é um livro juvenil, e portanto relativamente simples, é também uma história com muito para ensinar aos adultos, principalmente no já destacado tema da consciência ambiental. Mas, sendo vocacionado principalmente para os mais novos, há dois aspectos que importa salientar: primeiro, a escrita acessível, que confere à Francisca uma voz credível para a sua idade e com que os seus contemporâneos se podem identificar; segundo, as ilustrações, cuja relativa simplicidade contribui para dar ao livro o aspecto daquilo que é: o diário da protagonista.
E, claro, pode parecer secundário, tendo em conta a naturalidade com que tudo acontece e a maturidade ambiental da protagonista, mas uma coisa é certa: a Francisca está a crescer. E a forma como isto se vai evidenciando - no seu recém-descoberto interesse por rapazes, mas também na forma mais sensata com que lida com a sua arqui-inimiga Madalena, por exemplo - torna a leitura mais interessante, pois, além das suas divertidas aventuras, acompanhamos também o crescimento desta miúda.
Ao terceiro volume, já quase é escusado dizer que a impressão que fica é naturalmente boa. Pois, com a sua componente didáctica associada a um aspecto visual muito cativante e a uma história tão leve quanto divertida, os diários da Francisca já se tornaram uma leitura imperdível. Principalmente para os mais novos, claro. Mas não só.
Autores: Maria Inês Almeida e Manel Cruz
Origem: Recebido para crítica
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