sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Novidade Quetzal


Em 1939, o pequeno Jacques Austerlitz é enviado para Inglaterra ao cuidado de uma família adoptiva. Austerlitz cresce sem conhecer as suas verdadeiras origens, mas, cinquenta anos depois, esse passado nebuloso e desconhecido regressa ao longo de um passeio pela costa de East Anglia. Desenvolvida na fina costura entre a ficção e a verdade – e abordando questões fundamentais como o tempo, a memória e a identidade  –, a obra de Sebald procede à reconstrução do indivíduo que saiu da Segunda Guerra Mundial. A reconstrução física e económica da Europa foi mais rápida; a reconstrução espiritual dos seres isolados que a compunham foi mais lenta, mais contemplativa. Exigiu tempo, tempo passado a caminhar pelos destroços físicos e geográficos, para sarar as feridas gravadas na memória individual.
Podiam ter sido escritas sobre  Austerlitz as palavras de Milan Kundera:«O romancista deixa de limitar a questão do tempo ao problema proustiano da memória pessoal [e passa] a alargá-lo ao enigma do tempo colectivo, do tempo da Europa, a Europa que se volta para olhar o seu passado, para fazer o seu balanço, para aprender a História, tal como um homem velho que abarca com um único olhar a sua própria vida decorrida.»

W.G. Sebald nasceu em 1944 em Wertach, na Alemanha, e viveu desde 1970 em Norwich, no Reino Unido, onde foi docente universitário de Literatura Alemã. Prosador e ensaísta, é autor de grandes marcos da literatura contemporânea como  Os Anéis de Saturno,  Austerlitz,  Os Emigrantes ou  História Natural da 
Destruição. Sebald foi galardoado com os prémios literários Mörike, Heinrich-Böll, Heinrich-Heine e Joseph Breitbach.
W.G. Sebald morreu em 2001.

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