terça-feira, 31 de agosto de 2021

O Gato e o Rato Querem Sair Daqui (Günther Jakobs)

Há um gato dentro deste livro. Giro, não? Talvez. Mas o gato não acha muita piada. Tem fome e precisa de ir à casa de banho. Quer sair... mas sozinho não consegue Precisa de ajuda. E que tal abanar o livro? Virá-lo? Rodá-lo? Ou imaginar-lhe um amigo com quem partilhar o espaço. O gato quer sair... e ajudá-lo nesse objetivo é a base deste muito simples, mas deliciosamente interativo, livrinho.
A descoberta do prazer da leitura nasce, muitas vezes, de algo que nos intriga, que desperta a curiosidade ou que nos faz querer partir à descoberta. E despertar esse interesse nos mais novos é algo que pode ser feito de muitas formas. A deste livro parece particularmente interessante: o livro torna-se objeto em movimento, motivo de ação e de exploração. E descobrir que a leitura pode ser divertida é um excelente ponto de partida para despertar o amor pelos livros.
Além da interatividade, há também o aspeto visual a ter em conta. Bastante simples, centrada sobretudo nas personagens, a ilustração destaca-se por dois aspetos: ternura e expressividade. Ternura porque é, bem, um gato, com a inevitável dose de fofura associada. Expressividade, porque é realmente um gato muito expressivo nas emoções que reflete e nas necessidades que o levam a querer sair do livro.
Não é uma história elaborada, nem precisa de ser. É, na verdade, muito simples. E, ainda assim, há outro aspeto curioso a reter: é que as emoções e necessidades deste gatinho - fome, curiosidade, receio, necessidade de um amigo, vontade de explorar e de sair - são, de uma forma muito simples, reflexos de algo que todos nós conhecemos. E essa proximidade tem o dom de tornar esta pequena leitura interessante até para quem já deixou a infância lá muuuito para trás.
Simples, interativo, cativante e divertido, trata-se, pois, de uma bela história para apresentar aos mais novos a magia dos livros. E, para aqueles de nós que já não são assim tão novos, é também uma bela recordação de tempos mais simples, e de como basta o essencial para cativar.

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